segunda-feira, 11 de novembro de 2019

memórias literárias - 819 - SÓ POR GRATIDÃO

POR
GRATIDÃO
819
 
O telefone tocou.
 
- Alô?
 
- Pr. Wagner?
 
- Sim?
 
- Aqui é o irmão fulano. Tem um minutinho?
 
- Claro, irmão. Pois não?
 
- Eu estou ligando para agradecer-lhe.
 
- Agradecer-me? Do que, irmão?
 
- Há 25 anos eu estava para me suicidar. Antes, contudo, ouvi uma mensagem sua. Deus falou ao meu coração. Eu desisti da idéia e entreguei-me a Cristo. Hoje sou feliz, tenho família e sirvo a Deus numa igreja. Eu gostaria de dizer-lhe muito obrigado!
 
Não é preciso dizer que chorei. Chorei por ter visto a salvação que alcançou este irmão. E chorei também pela gratidão de seu coração.
 
Pensei em quantas pessoas foram importantes para mim. Pensei em minha mãe, em meu pai, em meu irmão, em tios meus que comigo conviveram. Pensei na Igreja Batista em Sumarezinho, onde me converti, nos irmãos que auxiliaram a minha formação cristã. Pensei nos pastores que se tornaram referência para mim. Pensei naqueles que me ajudaram a encontrar um emprego através do qual me sustentasse. Pensei nos meus professores de inúmeras matérias. Pensei nos que me deram conselhos, admoestações e sugestões. Quantas pessoas mereciam um muito obrigado de minha parte!
 
Graças a Deus eu tenho buscado demonstrar gratidão. Não me sinto bem e talvez nem consiga dormir sem que alguém a quem sou grato escute de minha voz ou leia de meu escrito um muito obrigado por ter sido importante para mim. E nós, temos buscado agradecer?
 
Gratidão se faz com palavras. Palavras que expressem a nossa felicidade pelo que recebemos. Também se expressa por atitudes, por atos de serviço, por tempo de qualidade. Gratidão também se demonstra por presentes, por lembranças, por contato físico (um abraço, um cumprimento, uma presença física numa visita). Como a gratidão faz bem!
 
Você já agradeceu à sua mãe por ter ela lhe concebido, criado, renunciado à própria saúde para que você existisse? E ao seu pai, por ter trabalhado de sol a sol, sofrido, ter se privado de desejos para poder colocar o pão e o leite à sua mesa? Já agradeceu aos professores que lhe alfabetizaram? E àqueles que lhe inspiraram de alguma maneira? Tem sido grato à esposa por lhe suportar anos a fio? E aos filhos, por aguentar o seu gênio e as suas excentricidades momentâneas?
 
E na igreja? Você já agradeceu ao seu pastor pelo sermão que pregou? E por ter lhe atendido na hora da necessidade? Igrejas podem manifestar gratidão ao pastor sustentando-o condignamente, e premiando-o quando militar bem na Palavra de Deus. Não estou a inventar isso. O Apóstolo Paulo afirma que digno é o obreiro do seu sustento, e diz que digno de duplo honorário o que milita bem na Palavra. Um pelo suprimento e outro pela gratidão. Você já agradeceu ao professor da EBD, ao introdutor do culto, àquele que lhe presenteou uma bíblia?
 
O mundo seria outro se houvesse no coração gratidão. Os asilos estariam bem mais vazios se os filhos fossem gratos aos pais. Os consultórios psicológicos estariam com vagas se as pessoas recebessem maior atenção e carinho e não tivessem que lutar com o abandono e o esquecimento. E as faces seriam mais sorridentes se os corações fossem mais alegres. Os bosques mostrariam um verde mais vivo e as flores exalariam um perfume mais doce se o nosso coração fosse grato e recebesse igualmente a gratidão.
 
Quer obedecer a Deus? Seja grato. Mas não agradeça internamente apenas. Faça-o publicamente a quem de direito, ou a todas as pessoas. E expresse gratidão, seja pessoal, seja eclesiástica, seja corporativa, seja civil.
 
Eu agradeço a cada pessoa que investe o seu tempo a ler os meus escritos. Tem sido por vocês que não cesso de investir em literatura.
 
Obrigado!
 

Wagner Antonio de Araújo.

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