PIRES
SP:
NOSSO
817
No último dia
29 de outubro completamos 4 meses à frente do pastorado da Primeira Igreja
Batista em Ribeirão Pires, São Paulo, Brasil. Algumas coisas eu gostaria de
compartilhar.
1. Eu não fui
o pioneiro desta igreja. Vários ilustres obreiros me precederam. Há 47 anos ela
foi organizada. Quantas bênçãos receberam ao longo de todos esses anos! Aquele
púlpito já foi o "assim diz o Senhor" em inúmeros momentos e por diversos homens
de Deus. Cada vez que subo ali sinto temor e tremor, pedindo a Deus para
manter-me fiel às Escrituras Sagradas. E que jamais deixe morrer a memória da
igreja quanto à gratidão aos obreiros que ali já serviram ao
Senhor.
2. O povo
daquela igreja é um povo maravilhoso, afetuoso, caloroso, hospitaleiro, repleto
do amor a Deus e de comunhão uns com os outros. Eles mantém laços familiares
diversos, acumulados ao longo dos anos entre casamentos e amizades. Eles se
conhecem profundamente e aprenderam a aceitar as virtudes e os defeitos,
buscando melhorar a cada dia. São comuns as visitas, os cultos nos lares, os
telefonemas e os encontros. Como isso faz bem!
3. Eles são
trabalhadores incansáveis. O ritmo de atividades da igreja é monumental. Eu tive
que me adaptar a isso, uma vez que tradicionalmente a segunda-feira é a folga
pastoral. Contudo, ali na Primeira, eles celebram o "culto nos lares" há mais de
dez anos às segundas-feiras. Por que mudar? Resolvi prestigiar quinzenalmente e
tem sido um aprendizado olhar para o empenho com que fazem a obra do
Senhor.
4. Eles são
generosos. Já presenciei a união deles para refazer o telhado da casa de uma
família e soube de dezenas de outras tarefas que atribuiram a si próprios,
suprindo as necessidades emergenciais de tantos: tratamentos de saúde a idosos,
compra de fraldas para suprirem bebês necessitados, doação de remédios e de
víveres etc. O amor ali não é teoria, é prática!
5. Eles
cuidam do pastor. Minha família tem sido principescamente hospedada em lares
para o almoço no domingo. Quando a casa pastoral não estava em condições de
receber-nos, os irmãos cediam o próprio quarto de dormitório para que
descansássemos à tarde. À mesa colocavam a melhor comida, a melhor sobremesa, a
toalha mais bonita. E, depois que nos estabelecemos na casa pastoral eles
continuam a cuidar de nós: dificilmente deixam de perguntar pela saúde de minha
grávida esposa, estão o tempo todo acarinhando os meus filhos, nunca deixam de
fazer um agrado, uma expressão de amor. Como isso faz bem!
6. Eles são
submissos. Quando ali cheguei provoquei mudanças significativas e assustadoras
num primeiro momento, pois representava a volta à doutrinas e práticas
tradicionais batistas. A igreja havia experimentado projetos modernos de
crescimento e de liturgia de igreja e assustava-se com aquilo que propúnhamos.
Mas em nenhum momento enfrentei hostilidades. Pelo contrário, aos poucos, com
muito cuidado, tudo foi se adaptando. E hoje igreja e pastor estão a caminhar no
mesmo passo, com erros e acertos, mas com o foco em Jesus, na Bíblia Sagrada, na
evangelização e na comunhão. Eles sabem trabalhar com o
pastor!
7. Eles são
promissores. Há enormes desafios para o futuro. O salão de cultos não é
comprido, ele é bem curto, conquanto largo e com galeria. Há espaço para quase
dobrar o seu tamanho, não sem derrubar o salão social e o gabinete pastoral. Mas
eles não têm medo caso assumamos esse desafio. Há o inconveniente histórico de
não haver estacionamento para carros (quando a casa de oração foi erguida não
havia essa demanda). Isso gera reflexão para um futuro a médio prazo: queremos
uma capela maior em número de assentos e sem estacionamento para os carros ou
buscaremos no Senhor uma propriedade que tenha espaço para os nossos automóveis
também? Ribeirão Pires é o mais caro dos municípios da região do ABC (Santo
André, São Bernardo, São Caetano). Ele é uma estância turística. Sei que, se
houver consciência do que for melhor, aqueles irmãos estarão prontos a assumirem
qualquer desafio, seja dobrar a capacidade atual e construir salas num segundo
andar, seja partir para um outro local!
8. Eles têm
se santificado. Quando chegamos à igreja dissemos que o nosso foco seria
SANTIDADE AO SENHOR. Isso vem causando grande reboliço comportamental. Coisas
que eram tidas como normais e comuns passaram a representar pecado segundo a
revelação bíblica. Ao invés da rebelião contra a destruição da zona de conforto,
muitos irmãos estão experimentando uma transformação espiritual sem tamanho: têm
lido a Bíblia, têm buscado afastamento dos prazeres da carne e do mundo; têm
compartilhado a fé; têm abandonado aquilo que representa escândalo e tropeço. O
resultado não podia ser outro: casamentos restaurados, vidas consagradas,
comunhão com Deus amplificada e até nas vestimentas uma forma menos vaidosa e
mais humilde tem aparecido, destacando a pessoa e não os apetrechos. Como Deus é
bom!
9.
Publicidade e alcance. A igreja decidiu aceitar o nosso desafio e tornou-se
usuária da mídia. Eles já possuiam página nas redes sociais, mas jamais haviam
experimentado o que hoje tem acontecido: a divulgação de seus cultos pelo mundo
afora. Isto provocou um conhecimento maciço da igreja pelo público cristão em
geral. As transmissões ao vivo têm sido assistidas centenas de vezes e o alcance
ultrapassa a barreira dos milhares. Há gente de diversos países a acompanhar os
nosso cultos: Portugal, Estados Unidos, Cuba, Argentina, Suécia, Espanha,
Alemanha, Japão, Austrália, África etc. Dos estados brasileiros quase todos
mantém uma consulta constante às nossas mídias. Seja Deus
engrandecido!
10. A glória
é só de Deus, não nossa. Desde que assumimos tomamos a decisão de começar os
cultos de joelhos diante do Pai, em nome de Jesus Cristo e no poder do Espírito
Santo. Os hinos que cantamos são cristocêntricos e os cânticos avulsos são
escolhidos com critério. O culto tem ordem, tem liturgia tradicional, com
prelúdio, poslúdio, com pregação, oração e comunhão. As nossas crianças têm
recebido atenção especial, com um culto realizado em salas próprias, e até com
direito à jantinha noturna! No último domingo tivemos a afluência de 20
crianças, somando 117 pessoas à noite! Quando ouvimos e vimos isso dobramos os
joelhos e dizemos: toda a glória seja a Deus, nenhuma ao pastor e nem a ninguém!
Somos apenas servos e queremos que o Senhor seja
magnificado!
Minha família
e eu vivemos esse tempo presente com grande gratidão. Em abril eu fui visitá-los
pela primeira vez sem nunca ter conhecido a cidade ou a igreja. Levei um tombo
no púlpito e tive que deixá-los, oferecendo a reposição da visita interrompida.
Eles quiseram o nosso regresso, e outra vez, e outra e outra. O resultado está
aí: Deus havia preparado este ministério para que O servíssemos com eles.
Certamente eu jamais me esqueço dos ministérios pastorais passados, onde servi
ao Senhor com amor e com temor, principalmente a inesquecível Boas Novas, onde
gastei 22 anos de minha vida. Mas hoje o nosso ministério é com a Primeira
Igreja Batista em Ribeirão Pires, São Paulo, Brasil e queremos viver com
intensidade este privilégio, dure o tempo que durar. Alguém me pergunta:
"pastor, o senhor vai ficar conosco?" E eu respondo: "O tempo que o Senhor
desejar aqui ficarei. Vamos viver com alegria este momento!". O tempo de Deus é
perfeito e só Ele sabe quanto tempo há de durar. Certamente que não assumi o
pastorado para encerrá-lo em seguida, mas sim cumprir tudo o que Ele disser para
fazer. Que a Sua vontade seja cumprida!
Bem, decidi
escrever tudo isso neste dia especial, pois é o dia em que antigamente
comemorava o aniversário de organização de minha última igreja, Igreja Batista
Boas Novas do Rodoanel, em Carapicuíba, SP. Hoje ela completa 19 anos de
organização e 23 anos como congregação. Eu não estarei lá mas espero que as
bênçãos de Deus recaiam sobre ela e sobre o seu pastor. E com estas informações
espero que aqueles que nos amam ali possam glorificar ao Senhor pelo trabalho
que Ele me concedeu para este tempo. Servimos ao Senhor onde Ele nos envia.
Aleluia!
Abraços a
todos.
Wagner
Antonio de Araújo.
04 de
novembro de 2019
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