sexta-feira, 18 de setembro de 2015

memórias literárias - 246 - NÃO TENHA PRESSA


NÃO TENHA

PRESSA

246
Lá na frente da estrada um carro batido na árvore. Motivo: seu condutor estava com tanta pressa que não chegou! A cozinheira deixou queimar o bolo porque estava com muita pressa para fazer os brigadeiros e outros doces; terá serviço dobrado. O funcionário digitou os valores nos campos errados e agora o serviço volta à mesa, tendo que começar tudo de novo.
Pressa! Vivemos com pressa! Tempo é dinheiro! Os caminhões na estrada, à noite, chegam a levantar pequenos objetos soltos no acostamento, pelo vento que geram com seus caminhões em extrema velocidade! O jornalista tem que retificar a notícia porque na pressa de informar falou inverdades ou enganou-se. Aquele homem sofreu um infarte fulminante porque estava com muitos compromissos ao mesmo tempo. Não aguentou e morreu. O pastor entrou em depressão profunda pela estafa adquirida com o excesso de trabalho (visitas, escritório, aconselhamento, administração, construção, funções denominacionais).
A pressa estraga tudo. Pela pressa famílias inteiras morrem na estrada numa ultrapassagem imprudente. Pela pressa esquecemos coisas importantes em casa, na viagem que fizemos. Foi a pressa que nos fez responder erradamente aquele teste tão importante para o nosso curso, para a nossa carreira. Foi devido a pressa que sofremos uma indigestão perigosa, colocando em risco a vida.
Calma e tranquilidade. Fazer uma coisa de cada vez e bem feita. Essa é a receita de um dia feliz. E isso sem a necessidade de remédios, de calmantes, de relaxantes. Todos temos 24 horas diárias e ninguém tem mais que isso. Fazer bom uso disto é tarefa nossa. O bom uso passa por não entupir-nos de coisas, mas fazer poucas e bem feitas. Sair mais cedo para não correr no trânsito; colocar menos coisas na agenda diária para fazer as tarefas bem feitas; não acelerar o curso do rio, que tem o seu próprio ritmo.
Quem se poupa e se organiza com menos coisas e mais qualidade produz muito mais. Não sofre quedas bruscas e afastamento por estresse. Consegue enxergar a longo prazo e não se desespera por questões momentâneas. O pé de couve cresce veloz, mas em 3 meses já deu o que tinha que dar, ao passo que a jabuticabeira leva décadas, mas produz extremamente mais e por muito mais tempo. O imediatismo produz inovação e descarte; já a vida serena produz as obras de arte que ficarão pelo resto da existência.
Escolha não ter pressa por hoje. E que o dia seja vivido na medida certa.
Wagner Antonio de Araújo

Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, São Paulo, Brasil

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