O ÚLTIMO FORRÓ
O ÚLTIMO
FORRÓ
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Wagner Antonio de Araújo
O forró corria solto no centro da cidade, interior da
Paraíba. O povo alegre dançava e fazia festa. A bebida rolava à vontade.
Zé Mutreta era o sanfoneiro afamado naquelas bandas.
Tocava que era uma beleza. Gostava de desafios: “Se me pedirem uma música e eu
não souber tocá-la, pago uma cerveja”. O povo não conseguia vencê-lo. Zé Mutreta
tocava todas!
Numa noite dessas, já cansado de tocar, com vontade
de dormir, começou a questionar-se: “Será que sou
feliz?”
Nisso alguém gritou: “Tu sabes qualquer uma, seu
menino?” “Sei qualquer uma, homem!” “Então toque aí FOI NA CRUZ, FOI NA CRUZ; essa você não
sabe, pois é música de crente!”
Pois o Zé Mutreta tocou! “Ó
quão cego eu andei e perdido vaguei, longe, longe do meu Salvador! Mas da glória
desceu e seu sangue verteu pra salvar um tão pobre pecador”... Zé Mutreta
foi cantando e tocando. Lembrou-se da infância e da igreja, da Escola Dominical
e dos conselhos do velho pastor: “Não vá pro Inferno, menino; converta-se a
Cristo!”
“Foi na cruz, foi na
cruz onde um dia eu vi meu pecado castigado em Jesus...” E subitamente parou. O
povão, que dançava e até acompanhava a letra parou também e olhou pro
sanfoneiro, que chorava ajoelhado. “Foi
ali pela fé que meus olhos abri..” Zé Mutreta se levantou, enxugou os olhos
e disse: “E agora me alegro em sua
luz”. Em seguida, falou: “Esse foi meu último forró.
Levei a vida toda como um pecador cego; esqueci as lições que aprendi na igreja.
Mas hoje eu me entrego a Jesus e vou segui-lo, e sei que serei feliz,
finalmente!”
Acabou-se o Zé Mutreta. Daquela noite em diante
nascera o José Simão, homem de Deus.O sanfoneiro que se converteu no meio do
forró.
O mundo passa e ilusões também. Mas aquele que se
entrega a Jesus vive para sempre e tem a vida eterna. Converta-se hoje ao Senhor
e seja feliz!
obs: este texto transformou-se num
folheto.
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