quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

memórias literárias - 311 - O ÚLTIMO FORRÓ

O ÚLTIMO FORRÓ



O ÚLTIMO FORRÓ
311

Wagner Antonio de Araújo
O forró corria solto no centro da cidade, interior da Paraíba. O povo alegre dançava e fazia festa. A bebida rolava à vontade.

Zé Mutreta era o sanfoneiro afamado naquelas bandas. Tocava que era uma beleza. Gostava de desafios: “Se me pedirem uma música e eu não souber tocá-la, pago uma cerveja”. O povo não conseguia vencê-lo. Zé Mutreta tocava todas!

Numa noite dessas, já cansado de tocar, com vontade de dormir, começou a questionar-se: “Será que sou feliz?”

Nisso alguém gritou: “Tu sabes qualquer uma, seu menino?” “Sei qualquer uma, homem!” “Então toque aí FOI NA CRUZ, FOI NA CRUZ; essa você não sabe, pois é música de crente!”

Pois o Zé Mutreta tocou!  “Ó quão cego eu andei e perdido vaguei, longe, longe do meu Salvador! Mas da glória desceu e seu sangue verteu pra salvar um tão pobre pecador”... Zé Mutreta foi cantando e tocando. Lembrou-se da infância e da igreja, da Escola Dominical e dos conselhos do velho pastor: “Não vá pro Inferno, menino; converta-se a Cristo!”

“Foi na cruz, foi na cruz onde um dia eu vi meu pecado castigado em Jesus...” E subitamente parou. O povão, que dançava e até acompanhava a letra parou também e olhou pro sanfoneiro, que chorava ajoelhado. “Foi ali pela fé que meus olhos abri..” Zé Mutreta se levantou, enxugou os olhos e disse: “E agora me alegro em sua luz”. Em seguida, falou: “Esse foi meu último forró. Levei a vida toda como um pecador cego; esqueci as lições que aprendi na igreja. Mas hoje eu me entrego a Jesus e vou segui-lo, e sei que serei feliz, finalmente!”

Acabou-se o Zé Mutreta. Daquela noite em diante nascera o José Simão, homem de Deus.O sanfoneiro que se converteu no meio do forró.

O mundo passa e ilusões também. Mas aquele que se entrega a Jesus vive para sempre e tem a vida eterna. Converta-se hoje ao Senhor e seja feliz!

obs: este texto transformou-se num folheto.

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