quarta-feira, 4 de maio de 2016

memórias literárias - 337 - AS NÁDEGAS DA ATRIZ


 

 
 
AS NÁDEGAS
DA ATRIZ
337
 
O que mais se comenta hoje, depois da grave crise político-econômica pela qual passa o Brasil, é a cena sexual tórrida, protagonizada por uma atriz de 58 anos de idade, numa novela de grande audiência nacional. Fotografada por trás, mostrou-se absolutamente não envelhecida, causando espanto geral. Mulheres da mesma idade parabenizaram-na pela bela forma; outras, chorosas, lamentavam não terem a mesma saúde. Os homens davam glória a alguém que ainda era tão formosa. E com tais comentários o lixo virtual acumulou-se por toda a web, sendo tema das mais apimentadas conversas nos horários de almoço de quem ainda tem trabalho, nos botequins de bairro e nos vagões de trens do metrô.
 
As pessoas apenas se esqueceram de uma coisa: a questão moral/espiritual. Esqueceram-se de que tal cena transforma o ato conjugal num espetáculo público, maculando o leito matrimonial. Esqueceram-se que o adultério e a fornicação são práticas que lançam ao chão qualquer projeto de felicidade familiar. Não se lembraram da vergonha, do decoro e da intimidade que cabe a cada pessoa, sem expô-la publicamente à nudez e ao ridículo. Nem mencionaram o mal que alguma coisa dessa natureza promove no inconsciente nacional, mais uma vez conduzindo o Brasil à lama das estatísticas, mostrando ao mundo que esta é a nação da mulher pelada, do sexo fácil e da corrupção, além da malandragem vagabunda.
 
O interessante é que coisas desse naipe já não espantam nem os cristãos, ou os nominalmente cristãos. Acostumados a emporcalharem-se com o mundo e suas alfarrobas de porcos, já não conseguem vislumbrar mal algum numa nudez, numa cena de sexo explícito, num adultério, numa fornicação, num palavrão, numa indecência. As coisas apenas se complicam se, na vida real, for a filha de alguém a ser violentada, violada ou exposta à publicidade de sua intimidade. Ficariam envergonhados se a própria família fosse alvo de vislumbre público, se as mulheres da casa fossem as personagens dos comentários de bar, de salão de beleza, de supermercados ou dos corredores das igrejas. Causaria espanto para um filho ver a sua mãe exposta num adultério ou ter a privacidade matrimonial publicada. Mas, enquanto as coisas não acontecem no quintal de casa, são apenas peças literárias, e que "se lixem" as mães e as filhas dos outros!
 
"E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente; "(2Pe 2:6)
 
"E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem." (Lc 17:26)
 
E o que aconteceu naqueles dias? Indiferença absoluta contra o mal e a perversão! Nenhuma crítica para com as práticas que agridem o Criador, que fez o sexo para ser privado e desfrutado por um casal responsável. Hoje a promiscuidade adentra com tanta facilidade que nem é mais percebida. São os vinhos sorvidos do cálice de Jezabel, a imperatriz simbólica de Babilônia escatológica, o mundo moderno que jaz no Maligno. "E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra. "(Ap 17:5). "Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria. "(Ap 2:20)
 
O Brasil discute se as nádegas bem delineadas são da atriz de quase sessenta anos ou de uma dublê mais jovem, mas não discute se é lícito, se é certo, se é digno, se é adequado, se é familiarmente sadio praticar uma arte imunda como essa. O "leito sem mácula" é a cama reservada do casal casado, onde respeito, amor, consideração, dignidade, beleza e privacidade se encontram. Mas a sociedade brasileira transformou o leito em prostíbulo, o ato conjugal em programa de auditório, a intimidade moral em exibicionismo promíscuo. Isso me faz reportar à atual campanha da Caixa Econômica, que diz ser virtuoso jogar na loteria, pois parte do valor irá para obras educacionais. Não está longe o dia em que o governo e a sociedade apoiará prostíbulos e obras teatrais promíscuas, incentivando a mocidade a frequentá-las, pois parte do faturamento será destinada às obras sociais. Mundo perdido!
 
E nós? O que achamos das nádegas da atriz? Talvez nem a vimos (como eu, que soube do assunto pela insistência das matérias nas redes informativas). Aliás, as nádegas dela não me importam, pois eu tenho valores que não se coadunam com a atenção a ilusões. Não vivo de imagens, vivo de realidade. Ao invés de olhar nádegas de fora eu tenho família. E, além disto, contemplo uma pátria decaída, arrasada pelo pecado, suja pelos fluxos de imundícia, ensanguentada pelos tiros e facadas da violência, ruborizada pela vergonha da corrupção que cresce sem limites. Causa-me indignação a hipocrisia dos meios de comunicação que, por um lado criticam a violência contra a mulher e, por outro, mantém-na na mesma função de escrava do promíscuo público que paga pela "strep tease" tórrida. E, piorando a situação, contemplo as igrejas ditas cristãs alheias a tudo isso, feitas luzes apagadas e sal sem gosto, vivendo em mundos paralelos de comilanças e ufanismos de quem se sente um reino à parte, prometendo prosperidade e cura sem pejo e nem base. Precisamos de um time de Joões Batistas a clamarem: "raças de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira vindoura?" Precisamos de Joões Batistas que apontem o dedo em riste na cara dos Herodes modernos e digam: "Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão!" Não precisamos de igrejas laodicenses, que se julguem ricas, abastadas, ou que tenham perdido o primeiro amor, o que tolerem Jezabel, ou que aceitem as obras dos nicolaítas, ou tenham obras que não foram achadas íntegras pelo dono das igrejas, Jesus Cristo.
 
Ó, Senhor, dá-nos um espírito de indignação contra o pecado! Ensina-nos a pregar contra ele e a anunciar transformação por Cristo na vida de todo pecador arrependido e convertido! Ajuda-nos a voltar ao verdadeiro evangelho!
 
Wagner Antonio de Araújo

04/05/2016

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