segunda-feira, 18 de março de 2019

memórias literárias - 778 - INTRODUÇÃO AO LIVRO DE APOCALIPSE


Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã. (Ap 22:16)




 

WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO

APOCALIPSE

INTRODUÇÃO


A palavra APOCALIPSE é uma transliteração da mesma palavra no idioma grego e significa “desvendamento”.

Esse é o tema do livro chamado APOCALIPSE.

O livro foi reconhecido como uma obra canônica (pertencente ao grupo dos livros inspirados pelo Espírito Santo), tendo sido atestado pelos seguintes “pais” da Igreja:

1)   Hermas (início do século II)
2)   Orígenes (primeira metade do século III)
3)   Tertuliano (século III)
4)   Eusébio ( século III)
5)   Justino Mártir (140 d.C.)

APOCALIPSE foi escrito por um homem chamado João. Há três teorias sobre quem é esse João:

1)   João, o apóstolo de Jesus Cristo, que escreveu o Evangelho de João e as três epístolas que levam o seu nome;
2)   João, o Ancião (“o presbítero”), uma pessoa que também seguia a Jesus, conheceu-o, mas que não foi contada como apóstolo;
3)   João, o outro, um líder remoto nas igrejas apostólicas.

Os liberais não acreditam que João, o evangelista, o apóstolo de Jesus, escreveu o livro e rejeitam o testemunho dos pais da igreja citados.

Uma das razões é que o grego utilizado em APOCALIPSE é muito ruim, repleto de erros gramaticais, demonstrando que o autor era um estrangeiro escrevendo o grego, provavelmente pensava em aramaico. O texto dos evangelhos e das epístolas de João era simples, porém claro e correto. Por que os textos foram escritos pela mesma pessoa e de forma tão diferente?

a)   A primeira justificativa conservadora: foi escrito deliberadamente desta forma, para aludir às profecias do Velho Testamento,  citadas inúmeras vezes em todo o livro.
b)   O estado emocional de João, durante a composição do livro, era  de êxtase ante tudo o que via e ouvia, o que certamente influenciou na hora de escrever.
c)   João contava com o serviço de AMANUENSES (escritores contratados para escrever o que alguém ditasse, uma espécie de secretária dos tempos modernos), mas lá em Patmos, a ilha onde estava exilado, ele escreveu sozinho, sem a ajuda de ninguém.

Quando foi escrito o livro de APOCALIPSE?

Há várias teorias. Citaremos três:

1)   Alguns acham que foi logo após o incêndio de Roma, através de NERO CÉSAR, no ano 64 da Era Cristã. Isso explicaria o número 666 da Besta, que é exatamente a soma dos números obtidos em numerais romanos do nome Nero César.
2)   Outros crêem que foi antes de 64 d.C., porque João ainda não dominava perfeitamente o grego. A arqueologia, entretanto, demonstra o contrário, isto é, que os indivíduos que falavam o idioma pátrio falavam também perfeitamente o grego, pois era como o inglês hoje em muitos países (o inglês para a comunidade latina dos Estados Unidos).
3)   A teoria mais aceita pelos conservadores é que APOCALIPSE foi escrito por João durante o reinado de DOMICIANO (81-96 d.C.), mais propriamente no ano 95. Irineu, um dos “pais” da Igreja, datou o livro nessa época, e Irineu foi um dos protegidos de Policarpo (60-155 d.C.), que foi discípulo de João. Logo, seu testemunho conta muito.

O estilo do livro é APOCALÍPTICO, usando as fraseologias contidas em DANIEL, EZEQUIEL e ISAÍAS. Há uma vasta gama de literatura apocalíptica escrita por judeus durante o PERÍODO INTERBÍBLICO, mais propriamente entre 200 a.C. e 120 d.C. Porém, são livros APÓCRIFOS, que não foram inspirados pelo Espírito Santo, desconsiderados tanto por judeus quanto por cristãos, e que usam pseudônimos de personagens bíblicos para credenciar seus autores.

O propósito do livro de APOCALIPSE é fortalecer os cristãos, ajudando-os a não fraquejarem ante um mundo dominado pela iniqüidade, sabedores de que a vitória já é de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Há 5 SISTEMAS DE INTERPRETAÇÃO do livro de Apocalipse.

1)   IDEALISTA – Os que assim interpretam crêem que o livro é a descrição da luta entre o bem e o mal, com a vitória final do bem e que os detalhes são belos símbolos poéticos, mas que não significam necessariamente nada profético ou de valor preditivo.

2)   PRETERISTA – Crêem que o APOCALIPSE é a descrição da luta entre o CRISTIANISMO e o IMPÉRIO ROMANO PAGÃO, a derrocada deste e o ideal da implantação do Reino de Deus, caso Cristo tivesse retornado logo na época. Como não voltou, acabam por considerar parte do texto como figurado, similar aos IDEALISTAS. Segundo eles NERO CÉSAR foi quem teve a ferida mortal curada; DOMICIANO é a Besta do capítulo 13, etc. 

3)   HISTORICISTA – Considera o livro como uma narrativa prévia da história da Igreja, atribuindo a cada símbolo um acontecimento histórico da Igreja através dos séculos. Por exemplo, a quebra dos selos é a queda do Império Romano; a besta pode ser o papado, etc. Porém, são tantos os grupos de interpretação historicista em cada época e em cada país, que, ao invés de aclarar o livro, acaba prejudicando ainda mais a sua compreensão. E se essa fosse a verdadeira interpretação do texto deveria emergir uma interpretação ao menos semelhante para os cristãos de todos os tempos. No passado os HISTORICISTAS eram PÓS-MILENISTAS (criam que primeiro o mundo seria cristianizado, e depois Cristo retornaria). Hoje eles são AMILENISTAS (não crêem num milênio literal na Terra, senão no reino espiritual de Cristo no coração dos crentes). Essa posição ocupa o coração de muitos batistas no Brasil, muitos pastores e professores.

4)   FUTURISTA ou PRÉ-MILENISTA – Aceita que o APOCALIPSE alude ao Império Romano Pagão e ao duro período de perseguição enfrentado pelos “pais” da Igreja, mas crê que o cumprimento da sua maior parte (Apocalipse 4-22) está para acontecer, principiando com um período chamado TRIBULAÇÃO ou GRANDE TRIBULAÇÃO. Crêem que haverá um milênio literal, num reinado davídico de Jesus Cristo sobre a Terra, a qual estará num estado paradisíaco no período. Crêem que Satanás fará uma grande revolta no final do período, que será esmagado, lançado no Lago de Fogo e Enxofre, e que haverá então o Juízo Final. Esta é a posição de grande parte dos evangélicos conservadores, entre os quais este conferencista se situa.

5)   MISTA – uma mistura de todas essas, talvez uma maneira de não assumir posição interpretativa alguma.

Entre os FUTURISTAS há diversas maneiras de interpretar a linha principal de acontecimentos do livro de APOCALIPSE, com respeito ao ARREBATAMENTO DA IGREJA, época em que Cristo levará os Seus para encontrar-se com eles nas nuvens. Há 4 correntes de opinião quanto ao ARREBATAMENTO:

1)   PRÉ-MILENISMO PRÉ-TRIBULACIONISTA – Segundo esses estudiosos o ARREBATAMENTO DA IGREJA ocorrerá ANTES do período chamado de GRANDE TRIBULAÇÃO.
2)   PRÉ-MILENISMO MID-TRIBULACIONISTA – Estes acreditam que o ARREBATAMENTO ocorrerá DURANTE o período da GRANDE TRIBULAÇÃO, não precisando com clareza quando realmente isso acontecerá. (este professor situa-se nesta posição).
3)   PRÉ-MILENISMO PÓS-TRIBULACIONISTA – Crêem que o arrebatamento será APÓS a GRANDE TRIBULAÇÃO.
4)   ARREBATAMENTO PARCIAL DA IGREJA – Estes, independentemente de pertencerem a um ou a outro grupo, crêem que SÓ A PARTE PIEDOSA da Igreja do Senhor Jesus Cristo será arrebatada.

O APOCALIPSE é relevante para todas as épocas e para todos os povos, pois em cada geração há um cumprimento parcial de suas profecias, ainda que seu conteúdo principal esteja reservado para dias futuros.

Hoje, quando encontramos em nossa bíblia o APOCALIPSE achamos que sempre foi assim para com todos os povos. Porém, nem sempre foi assim. Por exemplo: Martinho Lutero não o considerava um livro realmente fundamental, pelo que colocou-o num APÊNDICE de sua bíblia, juntamente com as cartas de Tiago, Judas e aos Hebreus. Impressionante, não? Igualmente o erudito João Calvino, fundador do presbiterianismo e criador do sistema CALVINISTA (que aceita a PREDESTINAÇÃO como doutrina básica da fé cristã) não escreveu sequer 1 PÁGINA SOBRE O APOCALIPSE!!!

A Igreja Oriental só admitiu o livro do APOCALIPSE como inspirado pelo Espírito Santo a partir de meados do ano 500 da Era Cristã!

R.H. Charles afirmou: “Admite-se que é o livro mais difícil de toda a Bíblia!”

Seu nome  APOCALIPSE vem de APOCALYPSIS, primeira palavra encontrada no livro em grego.

Na Vulgata Latina, tradução da Bíblia por São Jerônimo para o latim,  APOCALIPSE chama-se REVELATIO, ou REVELAÇÃO. É esse também o nome do livro em inglês: REVELATION.

O APOCALIPSE é repleto de símbolos e números. Vejamos alguns significados de números e cores ali encontrados.

a)   O NÚMERO 7 -à É o número da perfeição, da inteireza, da plenitude. É o número de Deus. No livro do APOCALIPSE há 4 grupos de 7: SETE MENSAGENS (capítulos 2 e 3); SETE SELOS (capítulos 6-8.1); SETE TROMBETAS (8.2-11.16); SETE TAÇAS (15.5-16). Há uma porção de 7 espalhados por todo o livro, dentro de cada grupo.

b)   3 E MEIO -à É o símbolo da tribulação, dos problemas, das dificuldades. Foram três anos e meio de fome nos dias de Elias (I Rs 17.1; Lc 4.25; Tg 5.17), “um tempo, dois tempos, metade de um tempo” (Dn 7.25; 2.7), metade de uma semana (Dn 9.27); 42 meses (Ap 11.2; 13.5); 1260 dias (Ap 11.3; 12.6), “um tempo, tempos, metade de um tempo” (Ap 12.14); testemunhas mortas por três dias e meio (Ap 11.9,11)

c)   DEZ -à É o número do desenvolvimento completo, da perfeição absoluta. Temos os 10 mandamentos (Ex 20); 10 côvados de cada lado do Santo dos santos; 100 é o número do rebanho de Deus (Lc 15.4-7); 1000 anos de duração do reinado dos Santos (Ap 20.4); Décima geração = para sempre (Dt 23.3; Ne 13.1); 10 pragas do Egito, significando juízo completo, etc.

d)   DOZE -à É o número do Reino de Deus: 12 tribos de Israel, 12 apóstolos, 24 anciãos representando a Igreja Redimida; 12 portões na Nova Jerusalém; 12 fundamentos nos muros da Cidade Santa, etc.

e)   BRANCO -à Simboliza inocência, pureza, justiça, idade espiritual, maturidade, perfeição.

f)    PRETO -à Simboliza fome, desespero, sofrimento.

g)   VERMELHO -à Simboliza o sangue, a guerra, o homicídio, a morte sacrificial.

h)   ROXO -à Simboliza a realeza, o ócio voluptuoso.

i)    AMARELO -à Cor da vida que se esvai e do reino da morte (Ap 6.8)

O livro de APOCALIPSE é direcionado às “SETE IGREJAS DA ÁSIA”. Erram os que imaginam que apenas a porção alusiva às igrejas ou a uma igreja em particular deveria ser enviada. O livro todo foi dedicado a elas. Há estudiosos chamados DISPENSACIONALISTAS, que vêem nas sete cartas uma VISÃO TELESCÓPICA DA HISTÓRIA DA IGREJA, interpretando a história eclesiástica da seguinte forma:

1)   ÉFESO – Era da Igreja Apostólica
2)   ESMIRNA – Era das perseguições – até 316 d.C.
3)   PÉRGAMO – Era do favor imperial – 316-500 d.C.
4)   TIATIRA – Era das Trevas  – 500-1500 d.C.
5)   SARDES – Era da Reforma Protestante – 1500-1700 d.C.
6)   FILADÉLFIA -  Era das Missões Modernas – 1700-1900 d.C.
7)   LAODICÉIA – Era da Igreja Apóstata – 1900 – até hoje.

O livro de APOCALIPSE é um livro escrito em ORDEM CRONOLÓGICA ou em CENAS?

Há quem coloque os acontecimentos em SEQÜÊNCIA CRONOLÓGICA e há quem os coloque em CENAS.

Baseados em Gn 41.14, quando do sonho do Faraó, que via vacas gordas e magras, e espigas cheias e vazias, e que foi interpretado por José como sendo a mesma coisa, só que visto por ângulos diferentes e em dobro por causa da urgência, muitos estudiosos entendem que as 4 seqüências de 7 juízos descritos no APOCALIPSE são PARARELAS, retratando as mesmas coisas, só que por ângulos diferentes. Assim:
SETE SELOS = SETE TROMBETAS
SETE ANJOS = SETE TAÇAS

Percebe-se também que parte desses juízos ocorre no Céu, e parte na Terra, sendo o último originário do primeiro, ou conseqüência do primeiro. Assim:

SETE SELOS E SETE TROMBETAS (no céu) = SETE ANJOS E SETE TAÇAS (na Terra)

Segundo esses estudiosos, teríamos  APENAS 1 SÉRIE DE SETE JUÍZOS DE DEUS SOBRE A TERRA E A HUMANIDADE. Essa posição é de linha liberal, porém, não deixa de ter um sentido muito lógico e racional.

Há inúmeros esboços sobre o livro de APOCALIPSE, pelo que sugerimos um esboço simples, geral e conciso:

1)   AS CARTAS ÀS IGREJAS DA ÁSIA ( 1.1 - 3.22 )
2)   O LIVRO COM SETE SELOS ( 4.1 - 6.17 )
3)   OS JUÍZOS DAS SETE TROMBETAS ( 7.1 - 9.21 )
4)   A PIOR HORA DA HUMANIDADE ( 10.1 - 13.18 )
5)   AS SETE TAÇAS DO JUÍZO ( 14.1 - 16.21 )
6)   BABILÔNIA E O ARMAGEDON ( 17.1 - 19.21 )
7)   O MILÊNIO, O JUÍZO FINAL, A NOVA JERUSALÉM E A ETERNIDADE ( 20.1 - 22.5 )
Wagner Antonio de Araújo
Para uma boa compreensão das explicações aqui anotadas, é de fundamental importância que se mantenha a Bíblia aberta no texto em foco e que se consultem os textos bíblicos indicados nas referências. O propósito destas anotações e ajudar-nos no entendimento da mensagem de Deus, lembrando, contudo, que a Bíblia sempre será a nossa única regra de fé e o único livro inspirado por Deus. Estudemos com responsabilidade!


Capítulo 1.1-3


v. 1 – “Anjo” – ser angelical, não humano, celestial, espiritual

“servos” – em grego “doulos”, “escravos” – o livro é endereçado a todos, mas especialmente aos “ministros” (“servidores”) do evangelho.

v. 2 – “palavra de Deus” – no caso, o livro do Apocalipse é que está em evidência.

“testemunho” – em grego “martúria”, de onde vem a nossa palavra “mártir”.

v. 3 – “Bem-aventurados” – em grego “makários

Essa palavra significa “felicidade física”, “boa sorte”, etc. Era usada para descrever o estado de graça em que se encontravam os deuses do Olimpo, na mitologia grega, contrastando com o estado dos homens. O uso desta palavra neste versículo indica que nós, pela graça de Jesus, partilharemos da natureza do Senhor Jesus! Aleluia! E não se trata de mito, mas de realidade! Veja II Pe 1.4; Ef 3.19; Rm 8.29; II Co 3.18.

No livro de Apocalipse há 7 bem-aventuranças registradas:

1)   Bem-aventurados os que lêem, ouvem e obedecem (1.3)
2)   Bem-aventurados os que morrem no Senhor (14.13)
3)   Bem-aventurados os puros diante do Senhor (16.15)
4)   Bem-aventurados os convidados para as Bodas do Cordeiro (19.9)
5)   Bem-aventurados os que têm parte na primeira ressurreição (20.6)
6)   Bem-aventurados os obedientes e observadores deste livro (22.7)
7)   Bem-aventurados os que observam os mandamentos de Deus (22.14)

“tempo” – em grego “kairós” – significa “tempo definido”, “tempo de Deus” usado para indicar datas festivas.

Capítulo 1.4-8


v. 4 – “às sete igrejas” – ficavam numa região chamada “Ásia Menor”, que atualmente corresponde a Turquia.

“graça e paz” – em grego “káris kaì eiréne” – saudação cristã dos tempos primitivos.

“da parte daquele que era, que é e que há de vir” – os cristãos daquela época enfrentavam a perseguição por não aceitarem prestar culto e adoração ao Imperador. Aqui temos o contraste: os cristãos adoram aquele que representa o passado, o presente e o futuro, que esteve, está e estará em todas as épocas, o eternamente imutável. Jesus Cristo é identificado como sendo essa pessoa, em Hb 13.8 . Ele existe o tempo todo, é imutável, é divino, é diferente, etc.

“Alfa e Ômega” – em 1.8 o Pai é identificado por este título. Em 1.17 o Filho  também é identificado. Como não existem dois alfas e dois ômegas, temos um único Deus manifesto em duas pessoas. Glória A Deus!

“da parte dos sete espíritos de Deus” – há várias interpretações para esse item, mas, como o nosso propósito não é causar meras discussões estéreis, assumimos a postura de que aqui se encontra o espírito da profecia deste livro, e é uma citação alusiva a Isaías 11.2, que identifica os sete espíritos de Deus, que são:

  1. O Espírito do Senhor
  2. O espírito de sabedoria
  3. o espírito de entendimento
  4. o espírito do conselho
  5. o espírito do poder
  6. o espírito do conhecimento
  7. o espírito do temor ao Senhor

v. 5 – “Jesus” – O nome do Filho de Deus foi dado pelo próprio Pai e significa “Deus Salvador”. É o “Emanuel” prometido.

a testemunha fiel” – Ele esteve, está e estará em todos os tempos e lugares. Tudo quanto Ele viu e ouviu do Pai nos tem dado a conhecer (cf. João 15.15).

“primogênito dos mortos” – Ele foi o primeiro a ressuscitar definitivamente. Se é o primogênito então outros existirão, e esses outros são os que crêem no Seu nome. (Veja I Co 15.20)

soberano dos reis da terra” -  Cristo está acima de qualquer poder temporal e passageiro, Ele um dia dominará em todos os quadrantes do planeta, sobre todos os reis e nações.

“nos ama” – “Cristo me amou e me livrou ; por seu imenso amor me transformou; foi seu poder, o seu querer, sim, Cristo, o Salvador, me transformou” é o que diz o antigo hino. Realmente Ele nos amou profundamente (João 3.16; II Co 5.14)

O amor é altruísta, diferente do egoísmo, que pensa só em si.

“pelo seu sangue” – Cristo fez expiação de nossos pecados perante o Pai. O Seu sangue “tocou” no Espírito Santo, propiciando para nós ingresso à presença de Deus, que tirou de nós o motivo de Sua ira, e também “desligou-nos” do pecado, da vontade de pecar.

“nos libertou” -  Éramos escravos do pecado, fomos libertos e feitos “escravos da justiça” (cf. Rom 6.18)

“dos nossos pecados” – em grego pecado é “amartia” e significa “errar o alvo”.

A salvação é algo dinâmico, que começa com o perdão dos nossos pecados (At 2.38; Rm 3.25; 4.6) e passa a desenvolver em nós a vida de Deus (João 5.25-26; 6.57)

v. 6: “reino” – alusão a Ex 19.6, sendo que aquela promessa era de que Israel se tornaria uma teocracia. Israel caiu da graça de Deus e aqui a promessa fala de nós, o “Novo Israel”, que fomos feitos “reis e sacerdotes”.

“sacerdotes” – no Velho Testamento cada chefe de família era o sacerdote da casa (Gn 8.20; 26.25; 31.54). Posteriormente escolheu-se a tribo de Levi para o sacerdócio. Agora, em Cristo, cada crente torna-se um sacerdote, podendo buscá-lo (I Pe 2.5,9)

Um sacerdote de Cristo (todo salvo pelo Senhor):

a)   Tem direito de primogenitura, assim recebendo a bênção do Pai;
b)   Acesso ao Santo dos Santos (Hb 10.19-22)
c)   Oferece um sacrifício superior:
1.   O próprio corpo como sacrifício vivo (Rm 12.1; Fp 2.17; II Tm 4.6)
2.   Louvor através da vida e dos lábios (Hb 13.15; Fp 2.11)
3.   Os bens para a ajuda ao próximo (Hb 13.16; Rm 12.13; Tt 3.14)
4.   Intercede em favor dos outros (I Tm 2.1; Col 4.12)

O sacerdócio nos transformou pela comunhão, segundo a imagem do nosso “irmão mais velho” (II Co 3.18)

v. 7: “eis que vem com as nuvens” – em hebraico a palavra “shekinah” apontava para a nuvem brilhante da manifestação de Deus.

“todo olho o verá” - olho dos vivos no mundo inteiro. Como será esse grande sinal: via satélite? Televisado? Via internet? Atmosférico? Distribuído pela abóbada celeste?

“até quantos o traspassaram” – É uma alusão clara a Israel, e não aos soldados que crucificaram Jesus (Zc  12.10)

v. 8: “Alfa e Ômega”, o Pai, mas em 22.13 é o Filho.

Alfa – a primeira letra no alfabeto grego – o Criador, o início
Ômega – a última letra no alfabeto grego – o final, o completo. Como só há um único Deus (I Co 8.6), Ele também é o Cristo (Cl 1.15).

“Todo-Poderoso” – Ele tem autoridade absoluta.

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