segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

memórias literárias - 18 - PEREIRA E PEDRO


18 - PEREIRA E PEDRO
Há dias em que estamos tão felizes, que damos "bom dia" até pra poste. Em outros, ai dos cachorros que cruzarem os nossos caminhos, não é mesmo? Damos chutes pra todo lado! Nós somos assim. E isso não é questão de ter ou não ter dinheiro; é uma questão interior! Já dizia o velho Salomão: "O coração
alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate." (Pv 15:13)

Eu me lembro do seu Pereira. Ele era o entregador de crachás na entrada do BCN do Edifício Andraus, no centro de São Paulo, onde eu trabalhava. Ele era apenas um recepcionista, de baixo salário e sem perspectiva de crescimento na carreira. Estava assim há anos. Mas nos recebia com um sorriso tão benéfico, tão gentil, que alegrava e enriquecia o nosso dia! E um detalhe: ele tinha um dos braços ressequido!

Também me lembro do Pedro. Êta, Pedrão! Era boy, foi promovido a porteiro. Isso em Alphaville, em Barueri, onde também trabalhei. De cabeça baixa, lendo revista, a gente passava e pegava o crachá. Se não estivesse no lugar, perguntávamos a ele. Sem levantar a cabeça, e com voz incomodada, ele esbravejava: "Veja aí na caixa, pô" E sequer verificava quem era. Um rapaz azedo. Torcíamos para não ter problemas, porque senão, era triste.

Todos temos um pouco dos dois, dentro de nós. Ora estamos bem, e funcionamos como ímã: todos querem ficar junto de nós. Só falta darmos autógrafos! Outras vezes, ninguém nos procura, e sequer querem sentar-se do nosso lado. Pensamos até que o nosso desodorante venceu, ou o nosso hálito está acebolado demais! Conseguimos a façanha de afastar a todos!

Em quaisquer circunstâncias, devemos saber que Deus continua a nos amar intensamente, sem sombra de variação. Ele não muda! "Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo." (2Tm 2:13). Deus não nos ama pelo que nós fizemos a Ele, mas pelo que Cristo, o Seu Filho, fez por nós ("Nós o amamos porque ele nos amou primeiro." (1Jo 4:19). Ai de nós, se Deus nos tratasse por merecimentos! Seríamos carvões ambulantes, cinzas caminhantes! "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim;" (Lm 3:22)

Quando estivermos de mau humor, o melhor a fazer é parar, entender que não podemos acrescentar um fio de cabelo em nossa cabeça, ou aumentar um côvado à nossa estatura. Ser realistas é o remédio. "O que não tem remédio, remediado está". Há outras coisas que podem ser mudadas, seja por dedicação nossa, seja por transformação, seja por milagre. Para essas, uma boa dose de esperança, faz o dia amanhecer mais claro! Diz a bíblia: "A paciência traz a experiência, e a experiência a esperança." (Rm 5:4)

Ninguém tem o poder de estragar o nosso dia, se nós não quisermos. Para tanto, não devemos deixar a cabeça ao léo, vagando em besteiras. Já diziam os antigos que "mente vazia, oficina do Diabo". Não vamos correr o risco. Vamos encher nossos pensamentos de coisas boas! Devemos nos ligar nas coisas do Alto, onde Cristo está assentado à direita do Pai (conforme Tiago 1.17).

Atentemos para a ordem divina, e transformemos os nossos dias ruins, em dias bem melhores: "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." (Fp 4:8)

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
www.uniaonet.com/bnovas.htm
bnovas@uol.com.br

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