sexta-feira, 2 de outubro de 2015

memórias literárias - 257 - RECORDAÇÕES DE PORTUGAL - JUNHO 2005 - RELATÓRIO DE VIAGEM

RECORDAÇÕES DE PORTUGAL JUNHO 2005 - RELATÓRIO DE VIAGEM
Minha primeira viagem a Portugal está aqui descrita, no momento do acontecimento dos fatos. Uma recordação que não pode perder-se. Bendigo a Deus por tudo o que nos aconteceu. Espero que seja interessante ao leitor também.
Wagner Antonio de Araújo
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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL 1 E 2


Ola, amigos!

Graca e paz!

Enquanto escrevo, o sol esta se pondo. E jah sao dez e quinze da noite! Eu nunca havia visto isso.

CORRERIA DE SAIDA - Com dificuldade terminei os preparativos para viajar: comprei malas, mas malas AZUIS! Tive um almoco maravilhoso com meu filho por consideracao Raul. Providenciei filmes e preparacao de malas, e fui conduzido ao aeroporto pelos irmaos Valter e Manoel Melo.

La no aeroporto, a fila era enorme. Enquanto eu fazia o check'in, alguns irmaos da igreja chegaram, de surpresa, para se despedirem e me emocionarem! Posso cometer injustica, esquecendo'me de alguem, mas estavam la a Izamara, a Lana e o Caio, a Iris, a Andreia, a Zulene, e o Ministro de Musica Joao Marcos. Que coisa boa!

MATADOURO - Entrei na fila para fazer a imigracao. A multidao deveria estar por volta de 300 pessoas. Fomos andando e parando, como o corredor por onde os bois andam, quando viram bife e filet mignon. Bem, depois de muito esforço, de troca de portoes, de inspecao com maquinas, de um onibus lotado para o aviao,enfim, chegamos.

UM 777 - Esse boeing eh enorme, um monstro mesmo. Ao chegar ao assento, espantei-me: poltronas amplas, esticador de pes, controles no braco, e aeromocas vindo perguntar se queria alguma coisa. Pensei: puxa, a classe economica estah parecendo executiva! Que maravilha! Depois vim saber que ou foi um erro da empresa, ou precisaram usar essa area, pelo numero de passageiros que havia. Bem, tomara que sempre precisem dessa area para os economicos!

VOO TRANQUILO – Sim, o voo foi abencoadissimo. Apesar de algumas turbulências, e do meu nervosismo (minha primeira viagem desse porte, transcontinental), tudo correu bem. Ate um tapaolho eu ganhei para poder descansar melhor.

PISEI NAS TERRAS PORTUGUESAS – Seria vergonhoso dizer que me emocionei quando pisei pela primeira vez na Europa? Acho que seria. Então não direi. Entretanto, é mais estressante a entrada no pais do que todo o voo! Nas filas para ganhar um visto, o nervosismo de ter que se explicar e não ser compreendido. Mas ateh ai tudo bem, sem problemas. O grande problema foi A MALA. Oh, bendita mala! A minha foi a ultima! Mas estava la, graças a Deus!

NÃO CUMPRIMENTE POLICIAIS – esse negocio de ser cortez tem que ter limites. Principalmente quando se cumprimenta policiais. Se você encontrar um, da federal, no aeroporto, quando esta entrando no pais não diga BOM DIA. Por causa de um bom dia, o policia me revistou, me questionou, quase me mandou abrir a mala, mas depois me liberou.Caramba!

RECEPCAO ‘- Que alegria encontrar o Pastor Marcos Amazonas dos Santos, acompanhado do irmão teotónio, membro da mesma igreja! Me receberam tão bem! E eu pensei que o irmão da igreja se chamasse JOAQUIM, e fui conversando, chamando’-o de Joaquim. Ateh que o Pastor Marcos me corrigiu. Por que será que fiquei com Joaquim ou Manuel na cabeça?

ALMOÇO – Encontramos o Pastor Samuel, de uma igreja de Lisboa, e ele nos acompanhou no almoço, na praça de alimentacao de um shopping, em Benfica. Os dois pastores são ávidos torcedores de times rivais, o Benfica e o Porto,  tiveram assunto para muito tempo. Comi porco. Eu iria comer javali, mas eles mudaram de ideia.

METRO – Aqui a palavra eh paroxítona. Mas o metro éh otimo, parece são Paulo. Boas estacões, passagens eletronicas, tudo muito bem organizado. O Pr. Marcos Amazonas conseguiu uma bencao muito grande nesta tarde: sua igreja ganhou o status de IGREJA, pois antes era ASSOCIACAO RELIGIOSA. E esse foi um alvo de muitos meses, e razão de muitas oracoes. Andamos muito por Lisboa, mas achamos o lugar certo. Aleluia!

RONCOS E BABAS – Fomos embora para Coimbra, são quase 200 quilometros. Paramos para uma coca’cola, mas eu estava absolutamente cansado. E vi pouco da viagem. O pastor me acusou de ter roncado e babado, enquanto ele dirigia. Eu acho isso o cumulo, não posso acreditar. Eu não ouvi nada. Infâmia! Mas o sono esteve pesado!

CALDO VERDE – Comi essa comida diferente, mas tão gostosa! A irmã Lilian, esposa do Pastor Marcos, eh um doce de pessoa, tremendamente crente, cordial e simpática. E muto boa mãe também, pois o Mateus e a Debora são crianças altamente educadas, simpáticas, alegres, muito cheias da graça do Senhor.

TCHAU – Vou indo, porque aqui jah eh tarde. E, com a graça de Deus e as oracoes dos amigos, espero cumprir toda a agenda que o Pastor Marcos preparou para mim, para que o nome do Senhor seja glorificado.

Um abraço a todos.

Com amor,

Wagner António de Araújo
Coimbra, Portugal, Europa
Viagem.usa@uol.com.br

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MEMORIAS DE PORTUGAL - 02 - O FIM DE SEMANA

Caros amigos
Diletos irmaos

Nao ha prazer maior, na vida de um pastor, de um crente, do que ver a operacao de Cristo nos coracoes das pessoas.  E nao tem sido diferente neste tempo em Portugal. Com os meus olhos, alem de contemplar a terra de onde os meus ancestrais vieram, contemplar a paisagem, as vinhas, as aldeias, estou vendo tambem a obra que o Espirito Santo faz em cada coracao. Bendito seja o Senhor.

SABADO

Finalmente pude durmir ate tarde. Foi a primeira vez, desde que comecamos o trabalho com a Good News. E como foi bom! O Pr. Marcos foi muito generoso comigo, permitindo qu eu descansasse. Alias, este lar eh um lar segundo o coracao de Deus. A irma Lilian, esposa do pastor, eh uma ternura de pessoa. trata de mim como de um filho. Ha duas criancas na prole do pastor, a alegria do papai e a mamae: o Mateus, de 11 anos, que ainda fala um pouco de portugues brasileiro, e a Debora, de 6 anos, que so fala portugues portugues. Sao criancas doceis, alegres, educadas, carinhosas, sao os filhos que todos gostariam de ter.

VALE DE CANAS

Sabado foi Dia das Crianças por aqui. E a igreja resolveu ir ateh o vale de canas, um parque arborizado, muito bem cuidado e tratado, para divertir os seus pequenos. Eu estava um tanto retraido, porque a igreja de Coimbra eh composta da nata da sociedade pensante europeia. A Universidade de Coimbra tem muitos doutores e professores crentes, da igreja. O povo eh exigente intelectualmente, e eu, coitado de mim, um simples bacharel. Mas aos poucos fui conhecendo um pouco essas familias. Dr. Jonatas, a maior autoridade portuguesa em direito, Dr. Artur, expert na area de quimica, Prof. Teotonio, autoridade em fisica, e por ai vai.

UM BOM LANCHINHO

Depois das conversas, reuniram as crianças e as tias contaram historinhas, muito agradaveis. As criancas tinham feito pequenos bonecos com copos descartaveis e com cartolina, e utilizaram tudo isso para as historinhas. Entao, depois da aula, tivemos um gostoso piquenique. Lanchinhos diferentes, doces tipicos daqui, mousse de chocolate, etc. A intelectualidade nao impediu a açao do Espirito Santo e a confraternizacao. Bendito seja Deus!

FAZENDO BOLETINS

O Pr. Marcos eh um pastor muito eficiente e trabalhador. Ja chegava ah meia noite, e ainda estavamos na igreja, tirando copias dos boletins, dos canticos da manha, acertando os ultimos detalhes para os servicos de hoje, domingo, dia 05 de junho de 2005.

 UMA AULA INESQUECÍVEL

A Igreja Batista de Coimbra, fundada pelo inesquecível missionário António Maurício, formada por uma centena de crentes de diversas partes do mundo, intelectuais em sua grande maioria, eh uma igreja simplesmente maravilhosa. Confesso que me senti pequeno demais e retraído para qualquer atividade. Mas uma coisa me salvou: a aula da Escola Bibica Dominical veio primeiro. E o professor foi o irmão António Teotónio. Eu confesso, com sinceridade: posso contar nos dedos as aulas em toda a minha vida que foram tão boas, tão inspirativas e tão profundas, quanto a que tive hoje, sobre a salvação e sua conceituaçao. Meu Deus, como me fez bem! E como o irmão Teotónio, Professor de Física, foi piedosa!

DESCULPE-ME, LUIZ DE CARVALHO
Sim. Tenho que pedir desculpas a ele. É que em todo lugar que vou, levo o playback de suas canções, e canto. Acabo fazendo com que não comprem o CD, porque canto mal demais, e as pessoas festejam quando termino! (perdão, padrinho!). O meu cd PORQUE ELE VIVE jah esta furado. Cantei, e isso me ajudou a tomar a palavra. Falei sobre OS TRÊS SÍMBOLOS CRISTÃOS. Ao final, abraços e UM BEIJINHO (as irmãs osculam nossas faces duas vezes, mas eh UM BEIJINHO). Palavras de encorajamento, palavras amigas, mas uma delas eu não vou esquecer-me. Partiu de uma intelectual. *Pastor, a sua palavra foi interessante, bem organizada, deu para compreender o inicio, o meio e o fim, e fez sentido para mim. Deus tocou em mim e vou buscar pratica-la.. Obrigado por ter vindo” Puxa, isso foi fantástico!

FRANGOS, SUA SINA EH O NOSSO PRATO!
Sim. Os frangos assados, fritos, a passarinho, são consumidos pelos crentes daqui também. Então eu descobri que os empenados não tem sossego nem em Portugal. Que frangos gostosos preparam aqui!

VILA VERDE
Não houve tempo de descanso. O irmão Joaquim (esse era Joaquim mesmo!) veio busca-me. No dia anterior, ele tomara o cuidado de pedir a minha ficha para o pastor Marcos. Eu iria pregar numa igreja de aldeia, e de outra denominação, A IGREJA DOS IRMÃOS. E lah fui eu. Para ANDORINHA, mas teria que passar em VILA VERDE, outra aldeia.

O caminho para a aldeia foi maravilhoso: vinhas por toda parte, milharais crescendo, hortas esparramadas pelos sítios, coisa fantástica. Então, passamos na casa do irmão Joaquim, para pegar o aparelho de CD, porque, para variar, eu iria cantar … LUIZ DE CARVALHO… e a sogra dele estava à nossa espera. Uma autentica portuguesa, daquelas que eu conhecia no Brasil. Idosa, dócil, meiga, porem, muito crente no Senhor Jesus Cristo. Aleluia!

ANDORINHA
Em Andorinha vi um JEGUE. Isso mesmo: um jegue. Uma portuguesa, com chapéu e roupas pesadas estava a falar com alguém. Quando eu a fotografei, a moça com quem ela estava a falar quase me bateu! Bem, espero que a foto tenha saído, para valer a bronca.
Chegamos num salão, sem placa, numa viela que dava para um campo. Quando entrei, era uma igreja! O povo estava orando e cantando! Logo que cheguei, percebi que o Espírito de Deus estava naquele lugar, na face das pessoas, no sorriso que esboçaram, nas canções que entoavam. Uma igreja diferente. As mulheres usam véu . As viúvas vestem-se todas de preto, ate o véu. Eles não tem pastores, mas não criam caso com quem tem. Eles são muito amigos dos Batistas por aqui.
A minha pregação foi emocionada. Quando digo que os meus ancestrais vieram daqui, e que seria emocionante um deles ter sobrevivido, para saber que houve um regresso, então não me contenho. E eles comigo, porque sabem que perderam muitos parentes com a emigração para o Brasil.
Falei sobre a minha experiência com Deus, quando aos dezessete anos, fui libertado da morte (          vide E AINDA ESTOU AQUI). Por incrível que pareça, JAH CONHECIAM A MINHA HISTORIA! Eles disseram que aqui em Portugal essa experiência foi muito conhecida, e que estavam felizes por ver ao vivo e em cores, a pessoa que foi tirada da morte pelo poder de Deus!
Ao final, eles, que não são abastados, enfiaram no bolso do meu paletó alguns euros. Eu protestei, mas eles fizeram questão de dizer: serve para tomar um “pequeno almoço” (café da manhã). Meu Deus, que prova linda de amor e carinho! Claro que vou tomar um pequeno almoço!

CANTANHEDE
Fomos para essa outra cidade. O calor aqui eh muito, mas muito forte. Eu, de terno pesado, correndo para outra cidade, pingando, para pregar novamente. La a igreja já era completamente diferente. Era uma igreja urbana, bem menor, Batista, e estava me aguardando para começar. Um dirigente angolano estava à frente. Passou-me a palavra, e eu cantei, depois fizemos um circulo, e pude contar a experiência da irmã Conceição, que era portuguesa (vide ENCONTREI MEU NOME). Ao final, no apelo para que alguém reconsagrasse sua vida ao Senhor, todos, do dirigente aos visitantes, isso fizeram. Aleluia!

CAFÉ E CAMA
O irmão Joaquim trouxe-me para casa. Tomamos antes um café, e depois, viemos para cah, Jah jantamos, e eu agora vou dormir o sono do dever cumprido. O trabalho soh começou. Tudo quanto sou, ou cada centímetro da força que tiver, quero dedicar ao meu Senhor, que por mim doou a própria vida.

Saudades da mamae, do Daniel, da Milu, da Igreja Batista Boas Novas de Osasco, do Brasil, e dos amigos.

Ateh breve!




Wagner Antoniop de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
Viagem.usa@uol.com.br

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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL 3 E 4


RECORDAÇÕES DE PORTUGAL - 03 - DE FRENTE PRA TRÁS 1

Olá, amigos. Graça e paz!

Hoje é quarta-feira, dia 08 de junho de 2005, são 11 e 44 da manhã por aqui.

Estive com problemas no computador, por isso não escrevi antes. Mas projeto contar, pelo menos em rápidas pinceladas, como está sendo esta minha viagem para Portugal, mormente sobre estes últimos dias, isto é, segunda, terça e quarta. Mas, assim como li numa estorinha do Bidu, o cachorrinho do Franjinha (personagens do Maurício de Souza), onde havia um cachorrinho muito esquecido que, para lembrar-se de onde viera, tivera que lembrar-se dos fatos de trás pra frente, assim vou tentar voltar no tempo, para não perder as coisas principais, deixando registrados os acontecimentos-chave.

JUMBO

Quando eu era pequeno (e isso não faz tanto tempo assim...), havia uma rede de supermercados chamada JUMBO, depois JUMBOELETRO, e agora soh ELETRO. Era da família DINIZ. Que surpresa monumental chegar em Portugal e encontrar o velho JUMBO, com o mesmo logotipo, e uma vasta rede de supermercados funcionando! Só não é mais da família Diniz: de resto, é tudo igual. Bem-vindo ao passado!

SOMOS TODOS IGUAIS

À tarde de ontem, pude ver os estragos que o amor não correspondido, faz no peito de um jovem português. Cá estava um rapaz, em aconselhamento, buscando, no pastor, o consolo e as orientações necessárias para superar a crise de um sentimento não correspondido. "você sabe o que é ter um amor, meu senhor, ser amado por uma mulher..." Rapazes são rapazes em qualquer lugar do mundo! Partilhei com ele algumas dores e os muitos consolos do Senhor, adicionando isso como ilustração, às orientações do Pastor Marcos Amazonas dos Santos.

CAFÉ COM LÍNGUA

Antes disso, estivemos num centro comercial,  que é o nosso shopping center, tomancdo café com a irmã Maria Jorge. Que irmã fascinante! Uma senhora muito alegre, com quem conversamos muitas horas sobre as peculuaridades da língua portuguesa, no Brasil e em Portugal. Infelizmente a porta-voz a língua no Brasil é a TV Globo, e Portugal pensa que o falar deles representa a totalidade sonora de nosso português. Falamos sobre palavras que são diferentes nos dois países, e rimos muito. Fomos regados a uma BIQUINHA COM BOLINHO, isto é, um café com mistura.

AULA COM OBREIROS

Já estou na segunda-feira, à noite. Os fatos que citei correspondem à terça-feira.

continuo.

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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL - 04 - DE FRENTE PRA TRÁS 2

ACONTECIMENTOS DE AGORA

Estou chegando do almoço e visita à parte baixa de Coimbra. Fui almoçar com o Professor Artur Alfaiate e o Pastor Marcos Amazonas dos Santos. Fomos ao centro comercial novo. Não vou dizer o nome do que comi, mas é uma bengala de pão francês com uma série de coisas dentro. Presunto (diferente do nosso), mussarela, etc.
Coimbra tem a chamada parte baixa, um lugar altamente histórico. Fomos à igreja de Santa Cruz, onde encontramos sob os nossos pés os túmulos de antigos monarcas portugueses. Um detalhe: agora se pagam por velas de eletricidade, que brilham o tempo suficiente da oração. Você coloca uma moeda, a vela acende. Terminado o prazo do dinheiro, ela apaga...
Fiz um bom negócio nas lojinhas da escadarias do Arco da Almedina. Encontramos a tal Dona Rosário, cuja comadre é prefeita de Valparaíso. Os meus companheiros ficaram estupefactos ao verem como consegui regatear o preço, baixando quase 40 por cento do valor que deveria ter pago. Sou brasileiro pechincheiro! Tomamos um refrigerante no antigo velorio da cidade. Mas sem defuntos.
Bem, agora aguardo a hora de ir para Agueda, onde devo pregar a noite. Estamos com 39 graus de temperatura, pouca coisa.
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VOLTANDO AA SEGUNDA FEIRA

CONFESSANDO AS CULPAS

Na segunda-feira à noite eu fui o palestrante do curso OBREIRO APROVADO, cujos participantes são de Coimbra e de Oliveira do Hospital. Falamos a respeito da confissão na igreja. Pude contar as experiências tidas nesses 17 anos de pastorado, 14 deles ordenados. Lembrei-me do que aconteceu em Vila Souza, quando, após um período de oração, as pessoas confessaram espontaneamente seus pecados, e lembre-me também da chamada Santa Convocação, que fizemos na Boas Novas, e que trouxe tantas revelações! Bem, Deus ali operou maravilhas também. Eles estavam felizes, porque Deus estava a falar às suas vidas, e eu também.

VISITA AO HOSPITAL

À tarde dessa mesma segunda, fomos visitar a Dona Irene, que caíra e quebrara uma perna, e agora convalescia no hospital, após passar por procedimento cirúrgico. Mas, após a visita, quem ficou doente fui eu, que, não acostumado com 40 graus de calor, caí prostrado na cama, carecido de doses maiores de medicamentos. Mas melhorei. Tanto melhorei, que até fui para a aula do curso OBREIRO APROVADO!

VISITA À UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Mateus, o pastor e eu fomos até a Universidade de Coimbra, conhecer a Faculdade de Direito Foi muito interessante. Tiramos fotos, conhecemos os corredores, andamos muito em todo aquele calorzão. Tirei até uma foto junto à estátua de Dom Diniz!

ADENDO

Bem, jah historiei tudo. Exceto o culto da família, acontecido ontem, aqui, antes de irmos ao supermercado JUMBO.

O Pastor Marcos reuniu a família na sala. Ele, sua esposa Lilian, o Mateus e a Deborah. Primeiro eles cantaram. Depois eles oraram. Depois fizeram a HORA DO DESABAFO, onde cada um falou sobre as coisas que não estão boas em casa: a Deborah está demorando muito para comer, o Mateus precisa de uma corneta para acordar, etc. Depois os elogios: um melhorou nas brincadeiras, outro em aspirar a casa, enfim, cada um recebeu um bom elogio. Daí fomos à hora da leitura de uma história de missões contemporâneas. O Mateus leu uma história de uma missionária na Índia, e todos debateram sobre o tema. Após cantarem, terminaram o culto. Eles fazem isso uma vez por semana, e estou motivado a escrever uma mini-esquete edificante, para apresentar na Boas Novas, instando para que os lares da igreja também façam isso, se não podem fazer diariamente o culto doméstico. Posso dizer que o Pastor Marcos e sua família, são verdadeiramente cristãos. Glória a Deus!


FIM

Agora vou ao banho e vou à Águeda. Quando puder, escreverei mais. Se quiserem escrever-me, acho que agora entrei num acordo com o computador. Ficarei grato em ler.

Um abraço, amigos.

Wagner Antonio de Araújo
viagem.usa@uol.com.br
de Coimbra, Portugal, Europa.

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DE PORTUGAL 5 E 6


RECORDAÇÕES DE PORTUGAL 05 - ÁGUEDA

COMO IRÁS?
Vais de comboio! Foi o que o pastor Marcos me disse. E foi o que aconteceu. E fui sozinho! Ele deixou-me à frente da Estação de trens de Coimbra, para eu mesmo comprar o bilhete e ir sozinho para Oliveira do Bairro, porque alguém estaria a me esperar por lá.

Que medo! Faltava 5 minutos para o trem sair. Eu, sozinho, a circular de comboio por Portugal! Era muita emoção ao mesmo tempo! Comprei o bilhete. 2,25. Uns 7 reais. Consegui descobrir qual dos dois comboios ia para o Porto. Era o da linha 4. Mas, enquanto alguém não confirmou-me categoricamente que eu estava no trem certo, não sosseguei. Uma boa alma o fez. Então aquietei-me.

QUANTAS PARAGENS!
Coimbra2, Adémia, Fornos, Souselas, Pampilhosa, Mealhada, Aguim, Curia, Mogofores, Paramo-Sangalhos, Oliveira do Bairro. Quantas paragens (estações)! Eu estava a viajar de trem pela Europa! Um vagão excelente, com ar condicionado e tocando músicas de Giuseppe Verdi, Tchaikovsky, Mozart! Lá fora, vinhas e plantações de milho, entrecortavam as pequenas vilas, aldeias e cidades. Também vi favelas, mais ao lado de pontes e viadutos. E vi o que é tremer de medo, nervoso por não imaginar se desceria no lugar certo!

APERTE O BOTÃO!
Chegamos em Oliveira do Bairro. O trem parou. Fui à porta. E a bendita não abria! Ai, Jesus! Abre, pelo amor de Deus! Estava a ver a hora que o comboio partiria, e eu ficaria estacado a esperar de pé! Mas ainda há boas almas neste mundo! Um rapaz, que percebera não ser eu da região, pos-se a perguntar-me se houvera apertado o botão para abrir a porta. Eu disse que nem vira botão algum. Então mirei a porta. Lá estava um botãozito amarelo, grande, com os dizeres: PORTA. Ai, Jesus, que vergonha!
SOZINHO NUMA PARAGEM DESERTA
Saí do trem e fiquei só, numa estação deserta. Deu-me um esfriar na barriga que só Deus para aquecê-la. A escada ficava distante uns 200 metros. Caminhei até lá e tive que voltar por baixo, porque a saída ficava exatamente onde eu havia descido... Enquanto caminhava, pensava: meu Deus, por que trouxestes-me para cá? Como isso pôde acontecer? E caminhava e agradecia ao Senhor, que enviara-me pelas terras lusitanas, não para fazer turismo, mas para proclamar as virtudes dAquele que nos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz. Se algum turismo casual e eventual estava a fazer, era mera consequência da necessidade de locomoção.

UMA MOÇAMBICANA
Uma jovem irmã branca, nascida em Moçambique, criada no Rio de Janeiro e estabelecida em Águeda, foi buscar-me. Nem eu a conhecia, nem ela a mim. Aliás, eu estava indo para uma igreja desconhecida, onde não conhecia absolutamente ninguém. Conversamos um bocadinho, mas apenas para quebrar-se o gelo do que qualquer outra coisa. Uma pessoa maravilhosa, que trabalhou no Acampamento Palavra da Vida, e no outro do finado Waldemar Fomim. Seu pai é pastor cá em Portugal, e ela tirará férias no próximo mês. Está desesperada para voltar ao nosso país.
UMA IGREJA DIFERENTE
A igreja está a funcionar na garagem de uma grande residência, de propriedade d uma das irmãs da igreja. O calor estava quase insuportável, e era quase 9 horas da noite, com raios de sol a clarear o horizonte! Aos poucos os irmãos e irmãs foram chegando. Eu, sem jeito, sem graça, sorrindo para todos, e todos para mim, mas desconfortável porque não tinha com quem conversar, e eles não tinham qualquer assunto a tratar comigo. Enfim, entramos. A mesma jovem pos-se a dirigir o louvor. Alguns cânticos eram conhecidos, mas completamente diferentes, porque assumiram um colorido todo português, e foram transformados.
UMA APRESENTAÇÃO
O Pastor Heitor, o ministro daquela grei, apresentou-me assim: irmãos, ouviremos o irmão Wagner, que veio de longe, de Coimbra, para nos falar. Não o conheço, mas foi apresentado pelo Pastor Amazonas. Esperamos que Deus o use. Pastor...
Que situação! Uma porção de gente a olhar-me tão assustada quanto eu a eles! O que fazer agora? Todos absolutamente desconhecidos! Ai, Jesus!
UMA GUITARRA QUEBRA-GELOS
Havia uma guitarra! Aleluia! Não era uma guitarra acústica (violão), mas já dava para os gastos. Apresentei-me, dizendo que o desconforto deles era o mesmo que eu sentia, mas teríamos que fazer algo sobre isso. Perguntei o que eles achavam. Eles riram, mas não sabiam o que propor. Então eu me propus a tocar alguma música cristã brasileira, e fosse o que Deus quisesse.
Toquei: A MINHALMA ESTÁ CHEIA DE PAZ, A MINHALMA ESTÁ CHEIA DE PAZ. TENHO GOZO CELESTE E PRAZER EM DIZER, A MINHALMA ESTÁ CHEIA DE PAZ. Meus irmãos, precisavam ver a alegria desse povo, porque ELES CONHECIAM O CANTO! Cantaram, acompanharam com palmas, sorriam, etc. Estava quebrado o gelo! Ao final eu disse: Ora, pois, pois, quer dizer que eu estava a manter-me enganado o tempo todo, a pensar que esse cântico era brasileiro, e não o era? Eles riram muito! Para complementar, cantei outro, dizendo: esse os imãos não conhecessem: CAMINHANDO VOU PARA CANAÃ, SE VOCÊ NÃO VAI, NÃO IMPEÇA-ME, etc. Pra que fiz isso! Esses irmãos ficaram de pé e acompanharam cantando e com palmas, ao ritmo do vira, papapa, papapa, etc!
A PARÁBOLA DA LARANJEIRA.
Ah, bendita parábola de John White! Lá estava eu, no meio da faixa litorânea do Porto, a pregar sobre essa parábola de trinta anos atrás! Os olhos dos irmãos nem se mechiam! Ao final, em lágrimas, todos deram-se as mãos e oraram, ofereceno-se ao serviço do Senhor! Ao findar o culto,  os irmãos vinham cumprimentar-me, contar suas lutas e pedir orações. E eu, prontamente, orava por seus problemas. Isso consumiu quase uma hora além do culto! Só terminei porque o Professor Artur Alfaiate, de Coimbra, fora me buscar, e não poderia esperar mais.

Acredito que foi um momento inesquecível.

OREM POR MIM
Estou a atravessar um dilema. A igreja de Coimbra deseja ouvir-me na próxima sexta-feira, não amanhã, mas na outra, e eu não estarei mais aqui. Voltarei para o Brasil, com a graça do Senhor, na segunda-feira. Entretanto, o Pastor Marcos Amazonas está a pressionar a ROBERTOUR e a Igreja Batista Boas Novas, para liberar-me mais alguns dias, para cumprir essa agenda. Orem por mim, para que eu decida o que fazer. Até amanhã terei que decidir. Só o fato do interesse já corresponde a uma honra grandiosa demais! Obrigado, Jesus!

Escrevam-me.
viagem.usa@uol.com.br
Wagner Antonio de Araújo,
Coimbra, Portugal, Europa.

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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL –06 – EM QUE PARTE ESTOU?

Olá, amigos. Estou fora da internet neste momento, por isso não me lembro em que número estou. Mas não faz mal. Este texto é a sequência do último. Creio que falei sobre a ida para Águeda, não é mesmo? Então falarei do outro dia, do dia seguinte, acho que foi quinta-feira, nove de junho de 2005.

UM LONGO CAMINHO
A minha agenda fora mudada, de última hora, para que pudesse atender a uma igreja do litoral. Haviam sido informados da minha presença na região, e quiseram uma visita. Tratava-se da Igreja dos Irmãos de Gafanha da Nazaré, junto a Aveiro, no litoral. Então o Pastor Marcos, eu e o Matheus (filho do Pastor Marcos), fomos encontrar o irmão Joaquim Girão, que nos conduziria até a localidade. Mas eu não sei quem sabia menos, se era o Pastor Marcos ou o irmão Girão. Isso fez com que andássemos muito, e demorássemos. Estou a dizer isso por causa de um grande problema: FICAMOS SEM JANTAR. Puxa vida, eu havia mantido a barriga vazia, para degustar um leitão, mas fiquei a ver navios mesmo. Literalmente. Em Aveiros.

UMA IGREJA DE UMA FAMÍLIA
Em lá chegando, encontrei alguns irmãos conhecidos, que estiveram em Andorinha, no domingo passado, a me ouvir. Foram eles os responsáveis em convidar-me para visitar a igreja deles. Mostraram-nos o templo, as dependências, etc. Não é um grande templo, mas atende muito bem a comunidade de 30 pessoas, 18 das quais daquela família. Pus-me a pensar: se o pastor brigar com um daquela família, o que será do ministério dele?? Mas isso é impossível de acontecer. Eles não têm pastor. Têm anciãos (grande diferença!) E o ancião ... é da família... rs

UM CULTO ABENÇOADO
Mulheres com véu e mulheres sem véu estavam espalhadas, junto a irmãos que não usavam terno. O único batistão tradicionalzão, era eu mesmo. Não me lembro se o Pastor Marcos estava de gravata. Os jovens tinham teclado, bateria, havia um irmão a tocar violão elétrico, e cantaram bonitas canções. Mas eu emocionei-me mesmo quando cantaram EU SÓ CONFIO NO SENHOR! Puxa, o cântico da Boas Novas, o mais querido e conhecido, ali, numa vila de pescadores portugueses! Havia um casal muito bonito, que cantou uma música flamenca, com letra cristã. Linda demais. Pena que a câmera já dava sinais de fim da bateria. O irmão que cantou era ex-combatente na guerra com a Guiné.  As músicas eu gravei na câmera que meu irmão Daniel me deu. Apenas o áudio, que quero compartilhar com quem quiser. Mas direi quando, com a graça do Senhor, estiver no Brasil.

MINHA MISSÃO
Não vim a Portugal passear, nem comer, nem me divertir. Não se trata de viagem turística ou de quem não tinha o que fazer, ou quem vive às custas da boa fé que alguém deposite. Fui para pregar a Palavra de Deus, para proclamar as virtudes daquele que nos chamou das trevas, para a sua maravilhosa luz. É claro que, no decorrer do tempo, vejo paisagens, alimento-me, e procuro ter algum descanso. Mas não são ênfases, nem serão.
Minha missão estava a cumprir-se. Deram-me a palavra. Então pedi ao Fernando, filho do irmão Joaquim Girão, para que tocasse PORQUE ELE VIVE, porque havia esquecido o playback do Luiz de Carvalho. Depois tomei emprestado o violão elétrico e perguntei se eles conheciam a música CAMINHANDO VOU PARA CANAÃ. Ah, novamente o fenômeno: cantaram e se alegraram. Mas não bateram palmas, porque ali não se pode. Então preguei sobre o Salmo 37. Quando comecei, o sonoplasta veio desligar-me o microfone. Poxa, deveria ter vindo ligar! Acontece que o salão é muito pequeno, e, digamos que eu estivesse um tanto entusiasmado com a Palavra de Deus. Bendigo ao Senhor pelos efeitos, pois, ao final dos trabalhos, muita gente veio agradecer a mensagem. É assim mesmo. Às vezes um pregador da casa, ou patrício, prega as mesmas coisas, e não surte o mesmo resultado. Mas quando um estrangeiro fala, ah, daí é diferente! Vejo muito isso no Brasil, quando a Good News está a trabalhar. Mas é como diz o ditado. Santo de casa não faz milagres. Aproveitemos, então, os santos de fora, para a glória de Deus!

PÃO ... COM OVO...
Terminado o culto, eu estava doidão para jantar. Entretanto, o irmão ancião fez questão de nos levar para sua própria casa, demonstrando, assim, todo o carinho e o afeto. Ele é dono de uma lavanderia. A casa é lindíssima, na beira da rodovia que liga à Espanha. Eu queria muito ir até lá, mas fica longe, uns 300 quilômetros. A casa parece americana, mas tem a mobília portuguesa, repleta das cerâmicas e dos móveis bem trabalhados. A esposa dele nos contou toda a história de sua conversão, da conversão da família, etc. E, enquanto falava, ofertava-nos o café. Dentre as coisas, havia um pão-de-ló de uma aldeia vizinha, amarelo, com recheio  cheiroso com açúcar, e que deveríamos comer como sobremesa, no prato. Deu vontade de comer e repetir.  Voltamos bem tarde, subindo para Coimbra.

Até o próximo, se Deus quiser!

Wagner Antonio de Araujo
Viagem.usa.uol.com.br
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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL 7 E 8


RECORDAÇÕES DE PORTUGAL –07 – MUITO CALOR ... E ... BEM, ...

Agora estamos na sexta-feira, dia 10 de junho de 2005. Um feriado muito importante em Portugal. Dia de Camões, Dia das Comunidades Portuguesas, enfim, Dia de Portugal. O país parou. E as crianças do Pastor Marcos estavam absolutamente decididas a ir celebrar esse dia na praia, como tantas outras pessoas. E eu fui de mala.

Uma estrada boa, uma distância similar a de São Paulo e Santos. A estrada lembra a subida de Campos do Jordão, no Vale do Paraíba. Ao chegar em Figueiras, atravessamos uma ponte muito bela, com designer ultra-moderno. Depois, ladeamos braços do mar, onde as pessoas tentavam pescar alguma coisa.

UM PIQUENIQUE
Havia um parque, com churrasqueiras comunitárias e mesinhas. Um campinho de futebol alegrava os garotos, e as meninas brincavam de correr por entre as árvores. A irmã Lilian, esposa do Pastor Marcos, levara gostoso empadão para comermos, acompanhados por arroz, salada, deliciosas guloseimas. Ela só não contava com O FRIO. Sim, estava calor até uma certa altura, mas, de repente, uma brisa gelada passou a incomodar. Será que teríamos boa praia?

ENFIM, MAR!
Ah, o mar! Que maravilha! Na hora é maravilhoso, mas, depois, como hoje, quando não usamos protetor solar, arde como pimenta e fogo (quem nunca viu sol, quando vê, se queima). Eu, que não fui preparado para a praia, ganhei essa dádiva familiar e acompanhei a família. Que emoção saber que eu estava exatamente do outro lado do Atlântico! Quando estou em Praia Grande, em São Paulo, olho pro mar e me pergunto: qual seria a distância até Portugal e África? Agora fiz a pergunta inversa! E praia é praia! Praia é o paraíso na Terra! Mas não precisava ser tão literal...

ESTOU A VER BEM?
Então, enquanto a família do Pastor Marcos se divertia, e essas coisas nós nunca mais nos esquecemos, e eu não queria atrapalhar, fui caminhar pela orla, para orar, para apresentar ao Senhor a Boas Novas, a minha família, o meu futuro casamento, etc. E fui caminhando, tranquilo, contemplando pais, filhos, mães, filhas, jovens, adolescentes, todos se divertindo, ao lado de .... de .... PELADOS! Sim! Caminhando por alí, fui dar bom dia para um senhor careca de bigodes. Quando disse “bom dia”, eis que o cidadão estava nu, absolutamente nu, e a sua família também estava nua, exceto uma menina, um pouco mais recatada. Pensei: “isso não está acontecendo”. Caminhei mais um pouco, e lá estavam dois rapazes tomando sol horizontalmente, uma senhora banhando-se alegremente, todos convivendo com outros normais.  Meu Deus, isso então acontece na Europa! Pensei que colocassem plaquinhas dizendo: praia de nudismo. Mas depois descobri que não são praias específicas, mas cada um faz a sua própria conduta em termos de pudor, e o outro tem que respeitar. Claro, bati naquela parte, e dei meia volta, porque não estava à fins de ficar empeladando-me. Ao retornar, e confidenciar ao Pastor Marcos, ele disse: “Essa estória está mal contada, rapaz! Você estava é a participar do nudismo, diz a verdade, pá!” Já pensou? Que manchete? E que tragédia obesal?

Até o próximo, se Deus quiser!

Wagner Antonio de Araujo
Viagem.usa.uol.com.br

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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL –08 – ÚLTIMA PARAGEM

Estou a terminar minha viagem. A viagem mais rica missiologicamente, em toda a minha vida e carreira ministerial. Preguei muito e em muitos lugares, e conheci uma multidão heterogênea da igreja do Senhor. Coimbra, Andorinha, Cantanhede, Coimbra de novo, Águeda, Gafanha da Nazaré, e agora Oliveira do Hospital, a cidade mais distante, e de um povo abençoado.

Estou escrevendo no sábado, 11 de junho de 2005. Enquanto escrevo, ouço, lá fora, as rãs na sua cantata noturna. O galo também anuncia a mudança das horas. À tarde eu conheci uma oliveira de verdade, e estou levando um galho, para dar uma folhinha para cada membro da Boas Novas, pois é uma lembrança importante. Não temos oliveiras no Brasil. Conheci uma cerejeira, uma pereira, uma fruta amarela gostosíssima, mas que não me lembro o nome. Chupei laranjas-bahia diretamente do pé, acompanhei um pastor de ovelhas a conduzi-las pelo pasto, junto a três cachorros-pastores (não disse pastores-cachorros), conheci o templo da igreja batista de Oliveira do Hospital, conheci a poetisa Maria Arlete Bastos, que leu-me umas 40 poesias, e agora coloco-me para dormir, pois terei um domingo muito atarefado.

Ao vir para cá, nesta manhã, junto com o irmão Prof. Dr. António Theotónio, que é o tesoureiro da igreja de Coimbra (e foi diretor da universidade de física de Coimbra)., viemos conversando sobre as bênçãos do todo-poderoso. Almoçamos no Túnel Restaurante, e ali pude conhecer uma chanfana bem cozida, no ponto. Uma comida semelhante à carne de panela. Lá encontramos a irmã Arlete, que é líder da igreja em Oliveira do Hospital.  Estou distante uns 100 quilômetros de Coimbra, mais ao norte do país. Amanhã eu iria pregar pela manhã, lecionar, e, logo em seguida, ser transportado para Oliveira do Bairro, um lugar muito distante daqui, mais de cem quilômetros, para pregar lá. Mas eles querem-me aqui o dia todo, e só retorno para Coimbra à noite. E, no dia seguinte, vou para Lisboa, tomar o vôo de volta para o Brasil. Então, ainda não sei bem quantas vezes irei cantar, quantas vezes irei pregar, quantas vezes irei orar. Mas sei quantas vezes irei agradecer ao Senhor. Afinal, pregar é a obra que Ele confiou-me, e é tudo o que tenho na vida.

Esta viagem foi, em tudo, um milagre de Deus. Quando o irmão António Theotónio me confidenciava que a mensagem de domingo foi tão marcante no peito da igreja, que estão fazendo cópias e mais cópias do CD para presentear, eu rendi graças ao meu Deus. Quando soube que há igrejas que ficaram sem agenda para que eu as visitasse, eu bendisse ao Deus de toda a glória. Quando soube que eles tudo fizeram para que eu fosse embora só na sexta-feira que vem, para que eu pudesse participar de outros cultos e encontros, inclusive o dos professores e empresários da cidade de Coimbra, agradeci ao Senhor. Se algum benefício pude representar, diante de tantos e tantos que pude receber, devo isso ao Senhor, a quem entreguei a minha vida. E agora parto, na data certa. Até aqui tudo está bem. Não quero ficar mais, porque eu preciso da Boas Novas. Sinto sua falta. Espero que sintam de mim também. Há muito, muito, muito o que fazer!

Vale à pena confiar em Deus. “Pastor Wagner, eu gostaria tanto que você viesse visitar Coimbra e pregar por cá!”, disse-me o Pastor Marcos Amazonas, pelo MSN , “Pastor, eu também gostaria, mas como faria?” , “Wagner, eu não tenho como transportá-lo!” , “Sim, pastor, eu também não. Mas deixemos nas mãos de Deus. Em sendo do agrado dele, tudo se resolverá”. Pedi oração, e apresentei o que precisava. E, em menos de 20 dias, tudo foi suprido, através de pessoas que se sentiram motivadas a fazer isso, pessoas que leram minhas crônicas e pessoas a quem o Espírito de Deus levantou para isso. Por isso, quando contabilizo tudo isso, mesmo tendo sido desligado de algumas listas muito amadas e queridas, sob a justificativa de que minhas viagens não interessavam a ninguém, senão a mim mesmo, sinto-me com o dever cumprido.

E pra que conto isso? Para me envaidecer? Buscar fama ou cartaz? Aparecer? Longe de mim. Acontece que, de alguma forma, com a graça do Senhor, essas coisas podem edificar algum servo de Deus, que precisa de ânimo, algum irmão pode fortalecer-se, ao ver a atualidade da graça do Senhor. Se Deus está agindo num miserável pecador arrependido, indigno de sua graça, um homem falho, imperfeito e limitado como eu, o que ele não poderá fazer na vida do meu leitor, que certamente é muito melhor e tem alcançado progressos muito maiores na vida cristã, intelectual e espiritual? Se Deus usa a mim, certamente que usará ao meu leitor também! Por isso, confie! Por isso creia! Por isso saiba: tudo pode mudar em minutos! O que está caído, pode levantar-se! O que está velho, pode renovar-se! O que está morto, pode ressuscitar! E o que é impossível, pode acontecer!

Se Deus permitir, escreverei mais um texto. O que historiará os fatos de amanhã, e o da chegada em São Paulo, se assim Deus permitir. Orem por mim, por favor.


Até o próximo, se Deus quiser!

Wagner Antonio de Araujo
Viagem.usa.uol.com.br

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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL - 09 - FINAL

MANHÃ NA QUINTA
Sim, mas não quinta-feira, Quinta dos Tigelinhos, em Oliveira do Hospital. É o nome do sítio onde hospedei-me, casa da poetisa e serva de Deus Maria Arlete Bastos, sua filha Sandra, sua mãe Maria Assumpção e sua neta Miriam. Logo pela manhã tomamos um delicioso café, com queijo de ovelhas.

UMA IGREJA DIFERENTE
Fomos ao salão da Igreja Evangélica Baptista de Oliveira do Hospital. O irmão Victor Costa estava a lecionar para a Escola Bíblica Dominical. Logo que terminou, um grupo, oriundo da Assembléia de Deus, e agora membro da igreja batista, cantou um belíssimo hino. Finda a música, cabeu-me dar continuidade. Cantei com o playback do Luiz de Carvalho. Dois hinos. E, logo depois, dei o meu testemunho sobre a sobrevivência em 1982 e a graça que o Senhor tem para dar a cada um de nós, que nEle confiarmos. Ao final, entoei QUE DOCE VOZ TEM MEU SENHOR. Convidados para receber orações, toda a igreja foi à frente, em lágrimas. Aleluia!

CONVÍVIO
Os irmãos almoçam juntos. Cada um leva o seu prato predileto e a sua bebida preferida, e celebram o amor, a amizade e o convívio cristão, uns com os outros. À mesa, muito amor, carinho, edificação cristã e bom humor. Na pança, uma excelente oportunidade de matar a fome. E na alma a esperança de que, se não nos encontrarmos mais na Terra, nos encontraremos nos céus.

DE VOLTA À COIMBRA
De tardezinha o irmão Edson, diácono da igreja, nos levou à casa do Pastor Marcos Amazonas. No caminho, conversamos sobre tantas coisas! Irmã Arlete, também a esposa do Edson, eu, a Miriam, fomos conversando pelos tantos quilômetros que separam Oliveira do Hospital, de Coimbra.

UMA DESPEDIDA COM LÁGRIMAS
Subimos ao terceiro andar, casa do Pastor Marcos. Depois de algumas conversas, eles me deram presentes (domingo foi dia do pastor).  No mesmo momento, o irmão Joaquim Girão ligou-me, ele e sua esposa Albertina, para despedirem-se. Daí não deu mais. As lágrimas invadiram-me os olhos, e a dor da saudade bateu na alma.

ARRUMANDO AS MALAS
O Pastor Marcos Amazonas é um excelente arrumador de malas. Eu enfiei as minhas roupas goela abaixo em minhas duas malas, mas não havia nada que as fizesse fechar decentemente. Mas o Pastor Marcos, com seu jeito peculiar de aproveitar todos os espaços, conseguiu, criando algum vácuo, fazer caber e ainda sobrar espaço! Que coisa!

DESPEDINDO DOS DE CASA
A irmã Lilian despediu-se rapidamente, porque senão iria chorar. O Matheus, filhão do pastor, jogou dominó comigo, para despedir-se (e perdeu! We are champion!). Depois, com os olhinhos rasos de lágrimas, me disse: pastor, eu nunca mais vou te esquecer."Quem agüenta isso, irmãos? A Débora, a princesinha, adormecera, depois de chorar bastante com um machucadinho no joelho. Uma alma sublime e inocente!

ACORDANDO CEDO
Hoje, segunda-feira, logo de manhãzinha, o Pastor Marcos tocou o pé na porta do quarto, anunciando que iríamos perder o avião, que já era 8 e 30! Eu desesperei-me. Me vesti como pude. Quando olhei no relógio, nem sete horas eram! Cara chato! Pegamos um pouco de chuva pelo caminho. Eu presenciei todo tipo de clima por lá: sol de estalar, chuva, frio, calor. Um autêntico privilégio. Recebi a ligação do irmão Joaquim Girão, a despedir-se, e do irmão Theotônio também. Amigos para sempre, sem dúvidas.

NÁDIA!
Lá em Coimbra, entrei correndo, para tentar fazer logo o check-in. E, antes de chegar à VARIG, a irmã Nádia encontrou-me. "Olá, pastor!" Que alegria eu senti! Ela fazia-se acompanhar de seu esposo e de sua mamãe! Nossa, foi maravilhoso! Pudemos tomar um gostoso café, conversar sobre louvores, e eu até ganhei umas lembrancinhas, que já estou a guardar com muito gosto! Ela tirou fotos e já as publicou. As minhas aguardarão a revelação ainda. Irmã Nádia, foi um presente de Deus conhecê-la pessoalmente, viu? Espero vê-la, juntamente com seu esposo, a visitar o meu São Paulo e o meu Brasil! Um beijinho, e muito, muito obrigado pelo carinho!

UM VÔO TRANQÜILO, GRAÇAS A DEUS
O VARIG 777-200 boeing, foi excelente. Não houve uma única turbulência durante as dez horas de vôo de Lisboa a São Paulo. Voltei nas poltronas executivas, mesmo sendo econômico! Fora as comissárias de bordo, o resto estava ótimo. O problema foi que elas não deixavam eu abrir a janelinha (abrir a tampa de dentro, claro). Eu queria ver lá fora e levei três broncas. Fiquei bronqueado.

VALTER E IZAMARA
Ao chegar em Cumbica, Guarulhos, SP, não tive problemas nem com as malas, nem com a alfândega. Também, que problemas eu poderia ter, não é mesmo? Não trouxe nada de mais, a não ser uns panos de prato para as famílias da minha Boas Novas. Trouxeram-me aqui em casa. E agora, após jantar a comidinha da Milu, resolvi encerrar essas narrativas sobre a viagem para Portugal.

E O FUTURO?
A Deus pertence. O Professor Theotônio encerrou sua despedida, em lágrimas, dizendo desejar que retornemos não apenas visitar Portugal, mas residir em Portugal. Será? Não sei! Certamente seria um privilégio muito, muito grande! E qual seria a vontade de Deus? Também não sei! Ainda é muito cedo para saber. Por ora tenho que pensar que vou dormir durante toda a terça-feira, para descansar desses 20 dias, acostumar-me ao fuso-horário, e estar com a minha querida Igreja Batista Boas Novas. Mas já me disseram que quarta-feira não terei a direção e o púlpito. Já me tomaram a direção, irmãos! E agora? Bastou estar um pouco fora, e fui deposto!!!

FIM
Um abraço a todos. Obrigado por lerem.

COMENTEM EM viagem.usa@uol.com.br

Ficarei agradecido com algum retorno dos meus leitores. Alguma coisa para eu guardar, talvez para dizer à minha alma que não foi em vão ter escrito e compartilhado.

Deus a todos abençoe.

Câmbio Final. 

VARIG ANTONIO DE ARAÚJO. Ops,
WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
viagem.usa@uol.com.br

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RECORDAÇÕES DE PORTUGAL - FOTOS !!!!!

Ei, pessoal, que tal ver as fotografias que tirei na viagem? Viagem missionária que fiz para Portugal, conforme os textos RECORDAÇÕES DE PORTUGAL. Terei prazer em compartilhá-las. Mas só o farei numa lista específica, para quem desejar. Assim, se for o seu caso -  e eu espero que seja! - , entre para a lista temporária. Envie um e-mail em branco para

fotosdeportugal-subscribe@yahoogrupos.com.br

Na próxima sexta-feira enviarei a primeira coleção, certo? E quando não houver mais fotos, eu encerrarei a lista.

Vamos nessa?

Aguardo a todos por lá.

Wagner Antonio de Araújo

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