terça-feira, 29 de maio de 2018

memórias literárias - 671 - ACOLHIDOS POR DEUS - SÉRIE: CONSOLO NOS SALMOS No. 56

ACOLHIDOS
POR DEUS
 

 
Série:
CONSOLO NOS SALMOS
No. 56

671

Olá! Aqui é o Pastor Wagner Antonio de Araújo. O Salmo 27.10 assim se expressa: “Porque, se meu pai e minha mãe me desampararem, o Senhor me acolherá”.
Chovia forte lá fora e um friozinho invadia o quarto. Já estávamos deitados para o necessário descanso. Foi quando o aparelho ligado ao quarto de nossa filha Rutinha acionou. Ela gritava: “Mamãe, mamãe!” Estava sonhando. A mãe, zelosa e ternamente a tomou nos braços, fez com que parasse de chorar e afirmou: “Calma, meu amor; mamãe está aqui. Pode dormir sossegada”. E Rutinha dormiu.

Eu, ao ver toda a cena, lembrei-me de quando ajudei a administrar um orfanato em Cotia, Grande São Paulo. Eram cerca de 40 crianças. Várias delas não tinham pais ou familiares. Viviam ali, numa linda chácara. Cada uma delas tinha a sua cama de beliche, a sua gaveta de materiais escolares, uma parte no guarda-roupas e as suas cobertas. Quando anoitecia elas iam deitar-se. Muitas não tinham um pai ou uma mãe para chamar. Se chorassem, talvez ninguém as acolhesse; poderiam ainda ser repreendidas pelas outras crianças. Eram obrigadas a vencer a solidão, o medo e a ausência sozinhas, abraçadinhas no travesseiro, debaixo de uma manta inanimada, apesar de quente. As lágrimas desceram-me pelo rosto. Pensei: “Senhor, nesta hora, quantas criancinhas estão sozinhas, sem pai, sem mãe, sem irmãos, sem tios, num quarto coletivo, muitas vezes carecendo de um abraço, de um beijo, de uma companhia, de um ‘eu te amo’!”

O mundo jaz no maligno. (1Jo 5:19). Não deveria haver nenhuma criança solitária neste mundo. Todas elas deveriam ter direito a um pai ou a uma mãe, ou a ambos. Mas a realidade é que muitas não têm. Muitos que me ouvem agora foram órfãos, viveram em lares separados; não tiveram o calor do abraço de mãe, a direção e a firmeza de um pai, o afeto de um lar cristão. Quero afirmar-lhes que o salmista declara que há esperança para o solitário. Ele diz: “Se eu for desamparado, o Senhor me acolherá”. Ah, santíssima presença do Senhor, que aquece a alma e refrigera o coração! O próprio Senhor Jesus afirmou: O Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. (Mt 8:20). Porém afirmou com convicção: mas não estou só, porque o Pai está comigo. (Jo 16:32). Sim, quem tem Jesus tem o Pai, tem o Espírito Santo a acompanhá-lo, a acolhê-lo, a dirigi-lo. Quem tem Jesus tem amenizados os períodos de luto, de solidão, de abandono, de esquecimento! Lembro-me da irmã Conceição, mais de noventa anos, internada no hospital. Ao perguntar como estava ela respondeu: “Estou muito bem, Jesus está comigo, eu irei ao céu dentro em breve. Aleluia!” Um cristão nunca está só. Ainda que não sinta. Ainda que não pareça. O Senhor está presente: Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém (Mt 28:20). Aleluia!

Prezado ouvinte, não podemos solucionar a solidão de todo o mundo nem o desamparo que o mundo sem Cristo concede aos seus próprios filhos. Mas podemos resolver o problema da solidão de nossos corações, convidando Jesus Cristo para ser o nosso Senhor, o nosso amigo mais chegado que um irmão. Podemos desfrutar de Sua santa presença agora, pela fé, em nossos corações. Basta que creiamos nEle e confiemos em Seu amor. Eu já fiz isso. E posso dizer: é real! Que Deus o ajude a fazê-lo também.


Wagner Antonio de Araújo
29/05/2018
(mensagem especialmente preparada para a EBAR - Escola Bíblica do Ar, à convite de sua diretora, irmã Ana Maria Suman Gomes).

 

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