sexta-feira, 12 de outubro de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 35 - O VALOR DO MEU TRABALHO

35 -
O VALOR
DO MEU
TRABALHO

 
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O nosso mundo contemporâneo, com tecnologia de comunicações imediatas, avalia o sucesso ou o fracasso pelo número de curtidas, de "gostei" e de amigos inscritos em nossas páginas virtuais. Um trabalho valioso recebe milhares de curtidas, enquanto um trabalho medíocre somente "não gostei" ou um absoluto silêncio.
 
Por mais que compreendamos que este tipo plástico de fama e de reconhecimento não é verdadeiro, somos contaminados pelo sentimento reinante, ora considerando produtiva uma postagem repleta de apreciações, ora considerando sem resultado uma outra sem visibilidade. Eu, por exemplo, como escritor, tenho artigos que circularam o mundo lusófono com milhares de curtidas (artigos que falam de amor romântico) e muitos outros onde não obtive um único "like" (aqueles que falam de doutrinas bíblicas). Se eu fosse famoso os meus vídeos e textos teriam milhões de seguidores. Como eu não sou, não tenho público imenso, independentemente de textos ou vídeos serem ou não de boa qualidade. Um escritor ou pregador famoso espirra e quinhentas mil pessoas dizem-lhe: "saúde". Não importa o conteúdo, o motivo ou a absoluta insanidade do que tais celebridades religiosas façam; eles serão vistos e terão um batalhão de seguidores.
 
Assim como eu, muitos leitores produzem coisas qualificadas e não contam com a fama e o reconhecimento da sociedade. O desejo de parar e de encerrar a obra pode surgir. Eu confesso que já pensei inúmeras vezes em parar de escrever ou de postar as minhas "memórias pastorais". Contudo, quando penso em fazer isso percebo que tal sentimento não emana de uma razão legítima, mas emocional. A sensação de invisibilidade e de pouco caso por parte daqueles que nos são caros, de quem esperávamos algum retorno positivo ou negativo, é que quer decidir o nosso continuar ou parar. Isto não é a razão certa e nem o motivo adequado. Parar ou continuar deve ser motivado pela certeza de se estar fazendo a vontade de Deus, não o fato de ser ou não ser percebido ou apreciado. O próprio Senhor Jesus não foi percebido em sua pregação, senão depois de Sua obra vicária. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. (Is 53:3)
 
Quais as razões para continuarmos a trabalhar, a fazer o que consideramos a nossa missão e a não considerarmos os sentimentos como fatores decisórios? Alisto os que me são importantes quando desejo parar.
 
1) A consciência de que o que eu faço é da vontade de Deus. Para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:2)
 
2) A certeza de que devo usar o que Ele me colocou à mão, não esperar o que um dia eu poderei ter (ou não): E o SENHOR disse-lhe: Que é isso na tua mão? E ele disse: Uma vara. E ele disse: Lança-a na terra. (Ex 4:2-3)
 
3) Se João o Batista foi uma "voz que clamava no deserto", e ainda assim, imprescindível como mensageiro do Senhor, quem sou eu para querer ser uma "voz que clama na multidão"?
 
4) O que eu faço, se é a vontade do Senhor, independe de ter ou não a aprovação dos homens, pois não será deles que receberei a recompensa. E teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. (Mt 6:6); Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis. (Hb 6:10).
 
5) Em toda a economia divina não há perda e nem deve haver desperdício. Se Deus confiou um dom ou um talento a mim (e a você, que me lê), não foi para enterrá-lo e devolvê-lo, mas sim para usá-lo e com ele angariar ganhos para o Reino. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. (Mt 25:20)
 
6) Algumas coisas que fazemos têm efeito imediato (por exemplo, algum testemunho das bênçãos de um texto esclarecedor). Outros, contudo, podem gerar frutos muito tempo depois, inclusive depois que partimos (sou abençoado com literaturas escritas a mais de 100 anos, por heróis da fé que nunca imaginaram ser lidos depois de tantos anos!). Assim mesmo também as boas obras são manifestas, e as que são de outra maneira não podem ocultar-se (1Tm 5:25).
 
7) Por mais curtidas que se receba, por mais 'likes" ou inscrições em blogs, canais ou respostas escritas, nada disso distingue uma obra verdadeiramente relevante. A glória dos homens é muito injusta. A verdadeira glória está em ser reconhecido por Deus com um serviço que Lhe agrada e que, em última instância, é quem julgará o que de bom fizemos com os dons confiados por Ele: E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros,  (1Ts 2:6)
 
8) Por mais irreconhecidos que sejamos na obra que fazemos, orientados pela Bíblia e pela vontade do Senhor, temos que confiar que há um Deus justo nos céus, que não deixará sequer um copo de água fria por recompensar. E mais: ainda que o nosso nome desapareça da face das memórias terrestres, ele estará escrito no Livro da Vida, o que é imensamente mais importante! E qualquer que tiver dado só que seja um copo de água fria a um destes pequenos, em nome de discípulo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão (Mt 10:42); Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus. (Lc 10:20)
 
9) Eu posso celebrar, intimamente, uma obra completada, este artigo, por exemplo. Posso alegrar-me diante de Deus por uma missão cumprida e disso só eu poderei participar. Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus.  (Rm 14:22); O estranho não participará no íntimo da sua alegria. (Pv 14:10)
 
10) Devo seguir com a Obra que o Senhor confiou até o fim, pois, do contrário, terei sido um tolo. Preciso chegar ao fim da carreira com a consciência de que cumpri com o meu dever e realizei a minha missão. Isso me fará descansar em paz e em confiança. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. (2Tm 4:7); Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia. (2Tm 1:12)
 
Não sou perfeito e não tenho o elixir contra o desânimo. Mas, como dizia Paulo, esquecendo-me das momentâneas tristezas, deixo-as para trás e prossigo para o alvo. Prossigo em serviço a Cristo. Enquanto o que fizer redundar em glória ao Senhor, tudo estará bem.
 
Vamos também continuar a missão?
 
Obrigado por ler.
 

Wagner Antonio de Araújo
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