terça-feira, 2 de outubro de 2018

memórias literárias - 726 - FANTASMA NA ROÇA

FANTASMA
NA ROÇA
726
A roça me traz recordações muito preciosas. Pena que os meus filhos não tenham hoje a mesma oportunidade que eu tive!
Eu morava em São Paulo, mas passava os meses de julho, dezembro e janeiro na Meia Légua, roça de Cambuí, sul de Minas Gerais. Era a terra de meu pai Antonio Paulino de Araújo. Tínhamos terras ali, uma casa para viver e lavoura plantada. Ali o meu irmão e eu aprendemos a montar em cavalo. Também brincávamos com os nossos primos e tínhamos a companhia de nossos parentes, cujas casas estavam relativamente próximas. Não havia luz elétrica e a água que tínhamos vinha de uma mina, encanada por meu pai, água abundante, fresca e maravilhosa.

As noites de julho eram frias e úmidas. A casa não tinha forro no teto. Assim, além de frio, ouvíamos animaizinhos que caminhavam pelas telhas e todo o som do mato adentrava aos dormitórios. Eu não era crente e acreditávamos em assombração. Eu me recordo de ter visto coisas espantosas e os meus parentes também. Andar à noite sozinho na estrada ou ficar na casa? Nem pensar!

Em 1980 eu tive a graça de conhecer o evangelho de Jesus Cristo. Aprendi na Bíblia que não existem almas penadas, que são demônios que se manifestam e que nós temos autoridade no nome de Jesus para expulsá-los. Naquele ano ainda fomos a Minas Gerais. Eu me lembro bem de uma noite onde tive que dormir sozinho sem ninguém. Anoiteceu, tudo escureceu-se, os sons de fora invadiram e dentro apenas o fogão de lenha e a lamparina. Ouvi pratos que se mexiam e panelas que estralavam. Escutei passos lá fora e o medo me invadiu. Mas o Espírito Santo lembrou-me da Palavra de Deus: O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra. (Sl 34:7). Também lembrou-me deste: Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo. (1Jo 4:4). Por fim, trouxe-me à mente este: Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. (Tg 4:7).

Diante daquele barulho e medo tão latentes, e diante da impossibilidade de qualquer pessoa me acudir num raio de um quilômetro, eu decidi acreditar na Palavra de Deus, mesmo cheio de temor. Dobrei os joelhos e disse:

- Senhor Deus, ou eu sou um crente ou não sou. Ou o Senhor em mim afasta o medo ou o medo me afasta do Senhor. Por isso eu creio que Tu estás aqui e que este lugar está abençoado pela Tua presença. Não temerei nenhum mal. Eu creio na Tua graça. E em Nome de Jesus expulso todo o poder do Diabo e de seus demônios desta residência e desta propriedade. E de hoje em diante não temerei a nada e a mais ninguém, muito menos terei receio de estar sozinho numa casa. Eu creio que Tu estás comigo. E no Teu nome agradeço. Amém.

Quando me levantei não ouvi mais nenhum ruído interno. E os barulhos lá do lado de fora perderam a importância. Cantei corinhos e hinos, li a Bíblia, jantei e dormi gostosamente. O mal tinha ido embora, tanto da casa quanto da minha mente. Aquele lugar, antes tão tenebroso e assustador, agora era o meu cantinho de refúgio, lugar onde Deus se fazia presente. Como era bom!

Pena que meu pai fez um mal negócio e nós ficamos sem um palmo daquele chão. Mas as fotos eu guardei e a experiência ninguém tirará de mim.

Tem o leitor medo do escuro? Tem medo de ficar sozinho? Tem medo de barulhos? Saiba: Deus está com aquele que O ama e O teme. E se Deus for por nós NINGUÉM SERÁ CONTRA NÓS. Ore ao Senhor, confesse o seu medo e aceite a realidade da Palavra dEle. Expulse o mal, aos demônios e a Satanás. A sua casa ou o lugar de onde tem medo se tornará um canto de felicidade e de paz. Experiência própria!


Wagner Antonio de Araújo
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