terça-feira, 25 de junho de 2013

memórias literárias - 97 - DEPOIS DA FALA DA PRESIDENTE UMA PROFUNDA FRUSTRAÇÃO...

97 - DEPOIS DA FALA DA PRESIDENTE
UMA PROFUNDA FRUSTRAÇÃO...
22/06/2013
Eu esperava uma estadista a comunicar-se com uma nação em ebulição. Uma líder eleita pela imensa maioria do povo, disposta a apaziguar a população, com dados certeiros na mão, com respostas às muitas preocupações nacionais. Imaginava ter ali uma líder respeitável, repleta de argumentos sólidos, inteligentes, de questões encaminhadas e com soluções dos problemas levantados.
Mas, será que era realmente isso que eu esperava? Talvez não. Afinal, conquanto eleita pela maioria da população brasileira, a nossa líder máxima teve o seu tempo de militância política como os agressores das imagens de hoje. Ela militou junto a guerrilheiros. Também fez parte do que na época chamou-se de "dilapidação do patrimônio público", também foi contada entre "os baderneiros que turbavam a opinião das massas", também assumiu sua postura de rebeldia.
Então, enquanto ouvia o seu discurso, prometendo defesa do patrimônio público e do povo à serviço da Nação, não pude deixar de imaginar as tristes cenas da época da ditadura. Independente dos motivos, o patrimônio era o mesmo. Só que as posições se invertem: hoje os que atacavam são o poder, e os atacados estão diluídos nas massas. Um político precisa ter passado limpo para servir de modelo. E nesse afã, infelizmente, não há. A voz do passado fala tão alto que é difícil ouvir a voz no microfone.
Dilma prometeu trazer médicos para o Brasil. Talvez os nossos não prestem. Talvez os nossos sejam poucos demais, pois num país de 180 milhões de pessoas o número de médicos formados deve ser muito pequeno. Ou então os nossos sejam muito ruins. Ou, quem sabe ainda, sejam caros demais para que se gaste com eles. Afinal, há tanto dinheiro no sustento do pão e do circo, que não sobra nada para a saúde e a educação. E para os militantes cubanos, país de onde virão esses brilhantes médicos, a simples infiltração no Brasil já será paga suficiente.
Ouvi também a promessa de direcionar o lucro do petróleo para a educação. Que promessa linda! Mas qual educação? A que manda imprimir cartilhas para o movimento gay? A que ensina os adolescentes a praticar orgias sexuais? A que ensina a juventude a usar drogas com cuidado e higiêne? A que dá cursos e cria escolas de diversidade sexual? Trazer verba do petróleo para um só setor é absolutamente inviável. É bom prometer coisas esdrúxulas, pois depois, ao se demonstrar a inviabilidade das mesmas, pode-se sair ilesa, culpando os avaliadores. Muito mais sábio seria confessar que as coisas não estão bem e que pequenos atos seriam praticados buscando uma solução. Nenhuma solução é rápida como um poço de petróleo. Mas toda solução precisa vir de um compromisso viável. Somente os sonhadores não entendem isso. Sonhadores ou aproveitadores.
Como brasileiro vou dormir frustrado. Impedido de chegar a Osasco a exercer o meu papel de ministro religioso pelo excesso de manifestações nas estradas e vias públicas e a ausência quase completa do poder público. Estava ansioso por ouvir uma palavra de ordem da autoridade máxima do país, mas vou deitar-me com o sentimento de vazio. Não há mais autoridade em nenhuma esfera. Conseguiram desconstruir a moral cívica, institucional, religiosa e humana. As cenas do Itamaraty sendo depredado não me saem da cabeça, ao lado da muralha de policiais na Bahia e no Rio de Janeiro, defendendo estádios de futebol. Dois pesos e duas medidas: os estádios valem ouro, as instituições não valem nada! Inversão absoluta de valores!
Como cristão vou dormir confiante. "Assim como foi nos dias de Noé", e também nos dias de nossos pioneiros, de nossos pais, assim é hoje, neste país incluso nas chamadas "PRIMAVERAS", nem tanto árabes e nem tanto asiáticas, apenas tupiniquins. Há um Deus soberano na história, detentor do poder supremo; o mundo não está num despenhadeiro, mas caminha para o caos. E quando isto acontecer, virá o Senhor, a ressuscitar os mortos e a arrebatar os vivos. Pode demorar muito ou pouco, mas isto virá, sem dúvida alguma. Quem prometeu não perdeu a moral nem negou seu passado. Aquele que é, que era e que há de vir prometeu e há de cumprir. E se não vier, caberá a cada um de nós dar o seu melhor na mantença do que sobrou e, se possível, na reconstrução da dignidade brasileira.
Se  mais tempo houver, espero votar em outras pessoas. O difícil será em quem, pois ninguém, do cenário atual nacional merece o meu voto. O meu voto pode ser pequeno mas é qualificado; não votarei em hipócritas. Peço a Deus que levante lideranças dignas, e, se possível, cristãs. Não politiqueiros mentirosos, mas idealistas e construtores de um futuro mais decente e menos corrupto neste mar de pão e circo com o dinheiro público. Não me importa que tenham cabelos grisalhos; só não podem ter as mãos sujas e nem o passado comprometedor.
Deus, tenha compaixão do nosso país.
Wagner Antonio de Araújo, cidadão brasileiro.

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