88 - REFLEXÕES
SOBRE O ESCREVER
07/06/2013
Escrever por
escrever é fácil. Escrever o que sente é difícil. Difícil porque nem sempre o
sentimento ajuda; difícil porque nem sempre é possível escrever o que se
sente.
Escrever é
uma febre, é uma respiração, é um vício. O texto surge lá no canto do cérebro,
atira-se feito uma bala de canhão, arromba a fronte da testa, apossa-se da mão e
diz: "ei, escritor, o que está esperando? Eu quero nascer!" Às vezes ele nos
pega desprevenidos: estamos dormindo, ou no carro, ou no banho, ou em qualquer
outra atividade. Ele chega a nos levantar na madrugada, exigindo
providências!
O escritor
gosta de leitores. Para os que publicam em papel, a venda de seus textos
constitui no seu grande prêmio: muita gente deve estar lendo o que escreveu.
Para quem publica em blogs ou internet, o número de visitas conta bastante. Mas
o que realmente incomoda o escritor é quando seu texto não provoca qualquer tipo
de reação, nem tampouco sintomas de que foram recebidos e, quem sabe, lidos.
Isso tira do autor a febre da caneta. Quando um novo texto surgir e exigir
atenção o autor responderá: "ah, pobre texto, fadado à marginalidade das letras,
para quê nascer se não há quem te leia? Aquieta-te na mente porque somente eu
por ti me interesso..." Ah, quantos textos morrem de aborto pelo simples fato do
autor estar cansado do silêncio!
Há textos que
adquirem vida própria. Eles se tornam maiores de idade e donos de uma
personalidade própria. Quando têm personagens, esses parecem sobreviver ao
autor. Suas estórias, seus contos, suas fantasias difundem-se de forma
impressionante, tornando-se mais conhecidos que o próprio autor. Hoje, com o
império das mídias de computador os textos se tornam febres de repente: textos
escritos há anos são transmitidos aos milhares da noite para o dia e sem
explicação alguma!
Textos têm
alma. Seu sopro vem do coração e da mente do autor. Alguns fazem chorar. Até o
autor vai às lágrimas. Outros fazem rir. Uns irritam. Outros dão sono. Alguns
causam contrição, levam a mensagem divina; outros, trazem tranquilidade, lazer e
informação. Uns têm cores: são azuis da cor do mar; outros são amarelos como a
morte; há textos verdes como as campinas, vermelhos como o rosto enrubecido da
mulher; outros são brancos de pureza ou beges de juventude. Os textos são
substantivos próprios, não apenas comuns. Em minha carreira de letras tenho
textos que foram na minha frente. Outros, coitados, lutam para não serem
apagados dos arquivos ou das páginas dos livros!
Mas escrever
é uma necessidade e seguiremos a pensar com letras. Um pensamento registrado
corre o risco de se imortalizar. Por isso, por que deixá-los
esquecidos?
Viva a página
escrita!
Wagner
Antonio de Araújo,
aprendiz de
escritor
Graça e Paz Pr. Wagner!
ResponderExcluirParabéns pelo blog, meu desejo é compartilhar a Palavra de Deus portanto deixo o endereço do blog da igreja: http://metodista-ituverava.blogspot.com.br/
Também deixo o endereço do meu blog pessoal: http://cantinho-disciplina.blogspot.com.br/
Muito obrigado pela leitura, um grande abraço!
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