segunda-feira, 2 de julho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 08 - DOIS FINAIS

 
 
 
08 - DOIS
FINAIS
 
 
 
 
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Aquele cristão está acamado, enfermo, envelhecido e prestes a partir. A família chama o pastor. Em pouco tempo ele chega, entrando no quarto do irmão.
 
- Olá, irmão Silveira. Eu vim orar com o irmão.
 
- Ah, pastor, ore mesmo! Sinto-me infeliz e desesperado.
 
- Conte-me, irmão! O que sente?
 
- Sinto-me arrependido. Profundamente arrependido.
 
- Quer repartir comigo?
 
- Sim, pastor. Arrependo-me de ter gasto o meu tempo na igreja. Enquanto tinha saúde poderia ter aproveitado o meu tempo, saído com os amigos, bebido com prazer, ido a baladas e feito tudo o que eu chamava de pecado. A vida acaba e não nos sobra nada! Olhe para mim! Trinta anos gastos na igreja, em oração, vigílias, cultos, amizades restritas, só com a Bíblia e com coisas da fé. Hoje estou aqui, moribundo, a morrer, frustrado por não ter sido feliz e nem conseguido realizar as coisas que queria. E pra quê? Pra chegar ao fim igualzinho ao outro que fez tudo o que quis! Isso não é justo! Meu Deus, que desgraça é a vida! Como me arrependo!
 
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O outro cristão também está prestes a morrer. Na cama, pede para chamar o pastor. A família corre. O pastor chega. Entra no quarto e conversa:
 
- Olá, irmão Junqueira. Vim orar consigo.
 
- Ah, pastor, que bom! Como sou grato! Preciso confessar algo.
 
- O que deseja confessar?
 
- Pastor, como eu queria ter sido um crente melhor! Jesus Cristo foi tão bom para comigo! Hoje eu estou em paz, fruto de Seu amor e sacrifício. E o que fiz para Ele? Foi tão pouco! Como eu gostaria de ter sido um crente mais consagrado!
 
- Mas, irmão, se há um bom crente, esse homem é o irmão!
 
- Obrigado, pastor. Mas Jesus merecia muito mais de mim! Ele é tão maravilhoso! Ele é amigo, é irmão, é Salvador! Ele está comigo agora! Estou com receio de passar pela morte, porque eu nunca morri e não sei o que se sente. Mas eu creio que o Senhor estará comigo. Oh, Senhor, graças Te dou! Obrigado, meu Salvador!
 
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Dois finais. Dois homens. Dois destinos.
 
O primeiro foi um cristão nominal. Coxeou entre dois senhores, ainda que se parecesse com alguém que conhecia ao Deus a quem professava. O seu coração não estava na fé que expressava. Vivia a olhar para trás, pensando no  que deixara. Então Elias se chegou a todo o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu. (1Rs 18:21); E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus (Lc 9:62); Lembrai-vos da mulher de Ló. (Lc 17:32).
 
O segundo foi um cristão legítimo. Por mais que fizesse ao seu Senhor, sentia-se sempre aquém do que poderia ter sido, sentia-se a fazer menos do que deveria ter feito. Não coxeou, não lamentou o que perdera, pois o ganho foi muito maior. Para Ele Jesus era o bastante. Era um homem grato! Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer. (Lc 17:10); Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? (Sl 116:12); Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. (Sl 23:4).
 
Eu creio piamente que o conselho de Josué faz-se necessário a cada um de nós. Que estejamos certos de que desta escolha será também definido o nosso destino. Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. (Js 24:15)
 
Sou grato a Deus, que um dia chamou-me para o Seu Reino e me deu uma nova vida. Seguirei com Ele até o final. Que Ele me dê a graça de nunca, jamais olhar para trás! Afinal, como disse Pedro, o Apóstolo, "Para onde iremos nós, pois só Tu tens palavras de vida eterna!"
 

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