terça-feira, 17 de julho de 2018

FLORESCENDO NO DESERTO - 15 - QUANDO ELA CRESCER ...


15 - QUANDO
ELA
CRESCER...

 
 
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Enquanto estou a escrever ela vem, pula no meu colo e diz: "Papai, eu quero fazer letras..."
 
Vou passar roupas e ela invade a lavanderia com um tudo de água com sabão: "Papai, vamos fazer bolhas?"
 
Vou sair de carro e ela chora inconsolável na grade de ferro: "Eu também quero ir... Buááá..."
 
Começo o programa de rádio. Ela salta na mesa e grita: "Rádio Natftalina Web, eu quero falar na rádio!".
 
Minha filha maravilhosa, amorosa, querida, insubstituível! Como eu a amo! Faço-a dormir, acordo-a pela manhã com um corinho bíblico, e, quando saio com ela ouço: "Tia Aú, vamos passear, só papai e filhinha, tá?"
 
Tremo em pensar no futuro, se Jesus não voltar logo, se nós não partirmos. Ela vai crescer. Terá 5, 10, 20 anos. E eu enfrentarei, como todos os pais, a síndrome do ninho vazio...
 
"Aproveite bem este tempo, porque passa muito rápido". É o que mais ouço. Pais saudosos admiram o convívio de nossa família com os pequeninos. E nos avisam: essa fase acaba depressa. Eu penso: o que farei quando acabar?
 
Tremo só de pensar. Minha filha adolescente. Será que vai seguir o comportamento evasivo e distante que tantos adolescentes têm? Será que se tornará monossilábica conosco? "Olá", "Tchau", "Valeu"? Será que estará tão envolvida com estudos, trabalho e afazeres pessoais, que não terá tempo para nós?
 
Um antídoto para essa adolescência transviada, aliás, o único caminho eficaz para um futuro promissor e eterno é que ela entregue a sua vida a Jesus Cristo, recebendo-o no coração como Senhor e Salvador. Para tanto Elaine, eu e a Tia Aú (como ela chama a Milú, minha irmã adotiva) procuramos lhe ensinar a Palavra de Deus todos os dias. O fundamento para uma vida cristã saudável é uma infância permeada das santas palavras e da presença de Jesus em seu coração. Tudo o que assiste, tudo o que conversamos, todas as brincadeiras e tudo o mais está fundamentado neste princípio: "Ensina a criança no caminho em que deve andar, pois até quando for velha não se desviará dele" (Provérbios 22.6)
 
Eu também celebro. Ah, como celebro! Ensino a minha Rutinha a celebrar um pão com mortadela bem gostoso, uma flor que contemplamos numa árvore ou o canto de um pássaro à janela. Eu choro. Choro de alegria, choro de tristeza, choro de saudade. De ascendência judaico-italiana, sou um poço de emoções. E minha filha tem aprendido que gente sente, gente fica alegre, gente chora, gente agradece. E, ao dormir, tem aprendido a pedir bênção. "A bênção, papai!". "Deus te abençoe, minha amada filha!". Não por costume católico antigo, mas por princípio bíblico. Pais abençoam filhos. E filhos aprendem a respeitar os pais, inclusive a importância deles diante de Deus. Por fim, vamos com Rutinha à igreja. Ela sabe a importância que damos à Casa do Senhor. Ela sabe que lá  papai prega, nós oramos, cantamos, convivemos, falamos com Deus. Ela aprende que igreja é importante.
 
Rute crescerá, se Deus quiser. E terei muito o que recordar. E, quem sabe ela não fique apática e continue a desejar a companhia deste pai babão, e, na época, o seu velho e emotivo pai?
 
Te amo, Rutinha! Você é, ao lado do Josué Elias, a jóia da minha vida!
 
Wagner Antonio de Araújo

17/07/2018

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