sexta-feira, 28 de agosto de 2015

memórias literárias - 241 - SENHOR, NÃO QUERO SER CORRUPTO!

 



 
September  11 2006


SENHOR,
NÃO QUERO
SER CORRUPTO!
241


Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos. (Sl 139:23)
 
Senhor, eu não quero ser corrupto! Livra-me das armadilhas e das tentações nestes tempos de eleições e de corrupção moral em meu país!


Se um político, um prefeito ou um candidato me oferecer um terreno para construir o templo de minha igreja, que não é minha, mas tua, ou a laje para cobri-la, ou a bancada e a decoração, os ventiladores, ar condicionado, forro de gesso, tela e projetor de "datashow", placa gigante e animada e toda a pintura da propriedade, faz-me forte o bastante para dizer NÃO, para lembrar-me que não é assim que tu sustentas o teu trabalho, que tu não precisas do "jeitinho" para "apoiar" o ministério, que o dinheiro do Estado não é para ser usado para fins privados ou religiosos. Que eu me lembre bem das "saias justas" que outros cristãos vestiram, quando aceitaram subornos, carros ou ofertas de política, e que não me esqueça que tenho um Senhor a honrar, que a igreja não é minha, que não tenho o direito de sujá-la com minhas barganhas, que não vendo apoios ou votos em nome de Jesus Cristo.
 
 
Se o contrabando e a pirataria me oferecerem aparelhagem de som, informática e vídeo,  com um custo baixo e sem impostos, quando eu tiver a oportunidade de copiar os cds de sucesso de cantores gospel famosos e ofertá-los ao povo "em troca de doações", roubando a obra do próximo, pregando contra a pirataria e sendo um pirata cristão, quando eu souber de instrumentos musicais ou de computadores que chegaram ao porto marítimo ao preço de bananas, vendidos por músicos que se dizem cristãos, e que não dão nota porque é material contrabandeado, que eu me lembre de dizer NÃO e que não suje as minhas mãos, mãos que uma vez por todas foram lavadas pelo sangue puro e sem mácula de nosso Senhor Jesus Cristo; que eu não perca a minha dignidade moral e o privilégio de ocupar um púlpito onde se prega a verdade, não só com o que se fala, mas principalmente com o que se vive.
 

Se eu pregar contra a corrupção, mas puxar um fio do poste de eletricidade para ajudar um irmão, sem pagar a conta, fazendo um "gato temporário", ou ficar devendo no cartão de crédito ou prestações de minhas compras, ou tornar-me assíduo freqüentador do cadastro do SCPC e SERASA, ou receber constantes visitas dos oficiais de justiça, intimando-me a ajustar contas com os credores, lembra-me que sou um discípulo de Cristo, e que fui chamado a ser exemplo dos fiéis, não só no que falo, mas no que vivo, no que compro, no que pago, no que respondo, no que acerto e no que cumpro, e que não tenho o direito de causar escândalo à fé por ser um cidadão desonesto e de vida financeira desequilibrada.
 

Se eu exigir de outros uma conduta que não tenho, obrigando-os a carregar um fardo que eu nem no pensamento me dou o trabalho de carregar,(insistindo que tenham vida de oração, de leitura da bíblia, de santidade moral, de boa administração do tempo e do dinheiro, de namorar condignamente, de não se embriagarem ou falarem palavrões), lembra-me que não fui chamado para ser um fariseu. Se isto acontecer, Senhor, pesa tua mão sobre mim, e não permite que eu seja um enganador do povo que é teu!
 
 
Se eu quiser as benesses do Estado, correndo atrás de lotes em novos povoados, ou de receber em doação terrenos na cidade, ou pedir materiais de alvenaria e pedreiros da prefeitura, ou querer ganhar horários no rádio e na TV em troca de apoio e propaganda, ou fingir piedade e solidariedade para ajudar o próximo, só para me beneficiar de verbas e privilégios junto aos grandes da minha região, lembra-me que Israel vendeu-se ao inimigo e foi destroçada, arrancada de sua terra, tornando-se vergonha para o nome de Deus. Ai de mim, Senhor, se eu, com minha sede de recursos e glórias humanas, te envergonhar também! Que eu caia nas tuas mãos, pois as tuas misericórdias não têm fim, pois tu disciplinas a todos quantos ama!

Se eu mentir para o imposto de renda, fingindo não ter, quando tenho, quando falsificar uma contabilidade em prol de zelar pelos gastos, e roubar o fisco e o povo, quando eu ensinar o povo a burlar a lei, dizendo-lhes que o governo e a justiça fazem isso também; se eu agir como um corruptor, Senhor, revela-me o meu pecado, para que eu não seja pego pelo laço do passarinheiro e pela peste perniciosa, pois o orgulho precede a queda, e aquele que acha estar de pé está também prestes a cair. Ó, Deus, mantém-me de joelhos, pois  quem assim está não cai jamais!
 
Quando eu trocar a glória de Deus pela glória dos homens, buscando estar de bem com as pessoas, ainda que quebrando os princípios das Escrituras Sagradas, quando eu fizer vistas grossas para o adultério, a prostituição, a idolatria, o sincretismo religioso, a corrupção, a injustiça social, a impiedade familiar, a opressão das viúvas e órfãos, desperta em mim, Senhor, o desejo intenso de ser justo, de não temer aos homens, mas a ti, e faz-me agradar-te, mesmo que não agrade a muitos. E que eu condene o mal em mim primeiro, para não me tornar um hipócrita, a ver o cisco dos olhos dos outros, esquecendo-me da trave no meu.
 

Se eu me tornar um homem sem princípios, vivendo apenas por aquilo que gere resultados, correndo atrás do "crescimento a qualquer custo", se eu vender os meus padrões de culto e de doutrina por qualquer coisa que traga gente para a igreja, não importando o que seja, se para mim o resultado for mais importante que a coerência, então, Senhor, me confronta com o inferno, para que eu veja qual é o destino daqueles que trocam a vida eterna por um simples prato de lentilhas, ou por míseras trinta moedas de prata, e que eu me lembre que a porta do Céu é estreita e que a do inferno é larga, espaçosa e apinhada de gente.
 

Senhor, não me deixa sujar o nome da tua igreja, não me permite levá-la aos cartórios de protesto, aos tribunais, à vergonha pública, não me permite ser um gerador de má fama à Casa do Senhor, através de um corportamento mesquinho e farisaico, desonesto e bajulador.

Senhor, que eu não proteja os ricos em pecado, das disciplinas necessárias na igreja, nem tampouco puna os pobres e ignorantes, considerando-os desprezíveis e dispensáveis. Que eu saiba discernir entre o bem e o mal, e que não julgue as pessoas pelo dinheiro que têm ou deixam de ter, nem pela cor da pele, nem pela escolaridade, nem pela origem. Assim como o Senhor me acolheu, que eu saiba acolher.
 
Também te peço, Senhor, que me ajudes a não precisar pedir nada emprestado para ninguém. Se pedir, que eu seja honrado e pague; e quando as condições forem difíceis, que eu seja homem o bastante para procurar pessoalmente o meu credor e pedir-lhe prazos e perdão, não dando margem a que se diga de mim que sou um desonesto, mau pagador e que não vivo o que prego. Que Tu me protejas de macular o Teu nome que repousa em mim como crente, como cristão e como ministro do evangelho de Jesus Cristo!
 

E um dia, Senhor, quando as crianças da igreja crescerem, crianças que me vêm e me ouvem domingo após domingo, que me recebem em suas casas, que festejam meus aniversários e choram meus lutos, que me vêm viajar, retornar, e envelhecer, que essas crianças, ao se tornarem adultas e maduras, possam afirmar solenemente que eu contribui na formação de seu caráter, sua fé, sua disciplina, seu altruísmo, sua dignidade, sua moral. E então, Senhor, dá-me a graça de mirar meu rosto no espelho, e de poder dizer: "OBRIGADO, SENHOR! VALEU À PENA! DESPEDE EM PAZ O TEU SERVO".
 
Dá-me esta graça, Senhor. Outra coisa não te peço.
 
 
Amém.
 
São Paulo, Setembro, 11, 2006,
complementado em 2015

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco SP
bnovas@uol.com.br www.uniaonet.com/bnovas.htm

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