ESCREVA
POUCO
376
"Wagner, não escreva textos
longos; ninguém lê. Escreva pouco, poucas idéias, algo bem simples; serão muitos
os leitores".
Um escritor que tenha
mensagem não se pauta pela quantidade de letras, de linhas, de espaço; não se
guia pelo que fará mais sucesso ou o que receberá melhor acolhida. Isso fará se
estiver escravizado por alguma editora que lhe exija compromisso com nichos, com
temas e com tamanhos. Um escritor independente, que não vive da literatura,
não.
Há textos curtos e
pequenos, que se expressam com poucas palavras. Outros, porém, são extensos,
informativos, históricos, analíticos. Reduzi-los seria torná-los aleijados e
incompletos. Cada texto tem o seu tamanho, a sua idéia e o seu
público.
Há textos fictícios,
baseados em fatos reais. Há outros que são ficção pura, objetivando ensinamentos
morais e espirituais. Há textos cômicos e há textos trágicos. Eu confesso que
alguns dos textos que escrevi provocam-me lágrimas até hoje. Alguns são
práticos; outros, teóricos. Uns são otimistas, cheios de atitudes altruistas.
Outros são realistas, denunciadores, grandes lamentos diante de um mundo sem
Cristo.
Já fui procurado por uns
para permitir a filmagem e a apresentação de algum texto como filme ou peça.
Nunca disse "não". Já fui procurado por outros para ceder direitos de uso. Nunca
vi dificuldade. Já perdi a paternidade virtual de textos (eles são publicados
sem a devida autoria). Já fui questionado sobre a vida de personagens que
inventei, se estão bem e onde encontrá-los.
Textos são vivos, são
reais. Eu dou à luz constantemente ao que escrevo. Às vezes levanto-me pela
madrugada atônito, carente de um teclado e de um computador, pois um texto está
sendo parido naquele instante. Enquanto não escrevê-lo não consigo sossegar.
Outros, mais complexos, ficam na estufa, aguardando o devido amadurecimento para
a sua publicação.
Em alguns eu profetizei,
mesmo não sendo um profeta nos ideais do velho testamento. Em outros eu desejei
e vi o desejo tornar-se realidade. Houve textos que me trouxeram dificuldades,
pois a perseguição tornou-se acirrada; outros, contudo, foram considerados
elogiosos, e também recebi manifestações.
Estou na beira dos 400
textos. Com a ajuda de minha esposa e de meu irmão publiquei um livro, PÁGINAS
SOLTAS, ainda não divulgado oficialmente, pois não quero confundir este período
de construção da igreja com promoção de algo pessoal. Foram quase duas dezenas
de textos, selecionados por minha esposa, que compõem uma coletânea em papel,
editada pelo meu amigo Pr. Jonas Sommer, com a produção inteiramente sob meus
cuidados.
Desejo publicar outros. Há
sermões pregados, redigidos e esboçados que podem ser úteis aos pregadores,
tanto quanto são úteis os livros deste gênero para o meu ministério. Almejo
outro volume de ficções, pois há outras seis dezenas escritas e publicadas que
certamente poderão ser úteis para alguém que com elas se identifique. Enfim, há
textos de todas as espécies. Até poesias me arrisquei a
escrever!
Eu escrevo porque decidi
que não esperaria a perfeição chegar. Ela só virá na eternidade. Sou limitado e
cheio de imperfeições; contudo, no temor do Senhor e na responsabilidade da
vocação resolvi utilizar o que recebi para glorificar Àquele que me capacitou.
Se alguma virtude houve, o nome dEle é que deve ser glorificado. Se defeitos
surgiram (e como surgem!), são de minha responsabilidade e por eles me
escuso.
Escreva pouco! Pouco? Não.
Escreverei o suficiente. Enquanto o Senhor me permitir pensar. E sei que há
leitores que lêem não pelo tamanho dos textos, mas pelo conteúdo que lhes
interessa.
Se leu este artigo até
aqui, é porque houve interesse. E eu lhe agradeço a
deferência.
Escrevi pouco ou
muito?
Wagner Antonio de
Araújo
14/11/2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário