quinta-feira, 7 de setembro de 2017

memórias literárias - 523 - MÚSICA OU MILITÂNCIA?

MÚSICA

OU

MILITÂNCIA?


523
Desde há muito a música popular brasileira deixou de ser música para ser militância. Atualmente a situação tornou-se caótica. Uma banda de rock acaba de postar um vídeo onde há beijação gay entre gays e lésbicas, incentivando e enaltecendo a prática. Uma atriz global postou vídeo de música com cenas eróticas de lesbianismo. No Rio de Janeiro é comum bandas de funk postarem apologia ao crime e às drogas. No meio goiano e central do Brasil os safadões cantam as conquistas e noitadas de orgia.

Isso pode ser qualquer coisa, menos música.

Em meu tempo de adolescente era vergonhoso ouvir qualquer coisa brasileira; vingava a idéia de que era chique e aceitável escutar disco music e ritmos americanos. Hoje, conquanto a situação cultural tenha sido absolutamente invertida, o conteúdo de toda a cultura musical é algo execrável e desanimador. Os que apreciam não estão satisfeitos em ouvir; eles equipam os seus carros e casas com sonorização monstruosa. Um carro toca uma música a um quilômetro de distância e os vidros da janela de casa tremem.

Música é anterior ao ser humano. Existiu entre os anjos e estes, quando do nascimento de Jesus Cristo, trouxeram um coral para executar uma cantata natalina diante de pastores no campo. Satanás, sob todos os aspectos, é um ser de origem musical, com a condução de louvores angelicais a Deus. Foi na música tão bela que corrompeu-se. E agora, músico primevo, torna-se responsável em usá-la para ludibriar toda a humanidade, tornando-a dopada e possuída pelos seus ritmos, pelos seus gingados, pelas suas baladas e pela militância de suas idéias.

E o que a música contemporânea tem ensinado?

Ela ensina que o mal é bom. Ela diz que é bonito, é belo, é chique ser ruim. Ela ensina que o que importa é o que eu sinto, o que eu acho, o que eu desejo, o que me fascina, o que me encanta. Ela diz que eu sou o único parâmetro para avaliar se algo é válido ou não. O certo e o errado não passa de opinião abstrata.

Ela doutrina a militância homossexual. Um travesti, morto recentemente, afirmou: "Deus fez o homem e a mulher, e o diabo inventou o gay". A música torna esse amargo desencontro com a criação original divina num suco adocicado, servido às massas em copos descartáveis. Nas escolas, nos times, nos grupos, nas baladas, essas músicas são tocadas, repetidas, e agora, com os vídeos, são representadas por imagens de promiscuidade sem limites. O resultado é uma geração entorpecida e sem direção, que não tem certeza do que realmente é. Para este povo uma genitália não é suficiente para emitir um laudo de sexualidade.

A música faz a apologia ao crime. Ela incentiva o roubo, a ganância, ela mostra como virtude o engano, a esperteza, o tirar vantagem ilicitamente. Ela busca enaltecer aquele que constrói a vida pisando nos outros, burlando as regras, tornando-se o maioral.


A música incentiva o adultério, o incesto, a pedofilia, a promiscuidade. Não fala de poesia e de coisas bonitas; ela fala de cama, de suor, de contatos físicos, fala de roubar a mulher do outro, de ter vários homens, de ficar com toda a turma da escola. A música não tem mais pejo no uso de palavras; ela rebaixa o vocabulário para manter chula a canção. Um funkeiro carioca possui mais de uma dezena de mulheres e suas músicas são o último grau de esgoto. Basta anunciar um show e a bilheteria se esgota em um dia. Eles ganham fortunas com a ostentação da prostituição e não sentem arrependimento.

A música, enfim, ensina a rebelião. Ela ensinou a se erguer contra as autoridades, a se indispor contra a polícia, a erguer a mão contra os pais, a protestar contra a moral, a apontar o dedo no rosto de Deus, a negar qualquer gesto ou ato de submissão. A música é o carro-chefe para se rebelar contra qualquer sistema.


O que se fez com a música verdadeira, a brasileira? Onde está a poesia e o canto do amor verdadeiro? E as canções que falavam sobre o país, as florestas, a história, sobre as famílias, sobre as alegrias e tristezas, sobre a cultura e os valores da nação? Estão nos museus. A música instrumental tem os seus nichos como "cult", sem propagação nenhuma. A música regional tornou-se "raiz", confinada a um grupo seleto de saudosistas ou provincianos localizados. Poesia? Se não houver palavrão serão esquecidas e jamais tocadas. Música erudita? O que é isso, é alguma comida?

Triste situação de um país cuja música tornou-se ruído ensurdecedor! Até as igrejas deixaram sua hinódia clássica, suas canções bíblicas, seus hinos tradicionais, por música de consumo, feita à luz dos desejos populares, lançadas para que sejam vendidas e popularizadas! Cânticos antigos como "Buscai Primeiro" e "Calmo, Sereno e Tranquilo", que tornaram-se hinos eternos, deram lugar ao lixo de consumo de gente do glamour dos palcos religiosos do comércio da fé.

Música ou militância? O que há hoje é militância. E, por trás de toda a militância delas, está Satanás, a preparar o palco para o anticristo.

Chega de militância.

Eu quero ouvir música de verdade.

Wagner Antonio de Araújo


07/09/2017

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