segunda-feira, 8 de junho de 2020

memórias literárias - 886 - A FÉ QUE FAZ VIVER - 03 - A FÉ QUE TRAZ GRATIDÃO

ouça:
 
03 - A FÉ QUE
TRAZ
GRATIDÃO
 
Série:
A FÉ QUE FAZ
VIVER!
 
886
 
Olá! Aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo.  Esta é a série A FÉ QUE FAZ VIVER e refletiremos sobre o terceiro tema: A FÉ QUE TRAZ GRATIDÃO.

Começo esta reflexão trazendo à memória uma experiência de meu ex-pastor Manoel Waldemur Pereira Corrêa. Ele criava dez filhos adotivos. A igreja não lhe pagava um salário suficiente. Mas ele buscava viver com modéstia e ensinava a família a agradecer a Deus em quaisquer circunstâncias. Numa bela manhã a Dona Alda, sua esposa, disse: “Waldemur, não temos nada para o almoço!” Ele, cônscio do problema, mas confiante em Deus, reuniu a todos junto da mesa de refeição, mandou colocar os talheres, pratos e guardanapos e disse: “Meus filhos, hoje não temos o que comer. Mas temos muito o que agradecer. Deus nos mandou dar graças por tudo e é o que faremos agora, pois estamos vivos, juntos e temos a Jesus!” Não haviam ainda começado a orar, quando a campainha da casa tocou. Era uma mulher que andava aflita de um lado para o outro. Assim que a porta se abriu ela foi dizendo: “Não me chamem de louca ou não me façam perguntas. Apenas tirem do meu carro as compras que eu fiz para vocês. Faz um mês que eu sonho todas as noites com uma voz que me diz para trazer uma compra grande nesta casa e eu não sei porque. Quero livrar-me deste sonho e fazer o que ouço. Podem descarregar”. Havia ali comida para um mês inteiro! Vejam que o pastor deu graças pela fome, e teve a graça de ver o suprimento imediato.

Mas nem sempre é assim. Os cristãos primitivos, despojados de seus bens, de seu patrimônio, de suas roupas, de suas famílias, de sua dignidade, eram torturados, massacrados, pisoteados, devorados por animais, serviam de tochas para iluminar a noite dos jogos de domingo, sofriam com grande agonia. Para eles não veio suprimento algum em vida. Mas o testemunho daqueles ímpios governantes era de que jamais conseguiam entender como eles iam para as arenas sorrindo, cantavam enquanto eram devorados e falavam de uma ressurreição e de um reino futuro. Como podiam ser gratos diante de tanto sofrimento?

Somos indignos de qualquer benefício divino. Somos pecadores. Assim ensina a Bíblia: Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; (Rm 3:23). Separados da glória de Deus somos dignos de morte e da separação eterna do Senhor. Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor (Rm 6:23). Se, por um lado nada merecemos, por outro recebemos do Senhor dádivas infinitas durante o tempo de nossa vida: respiramos, enquanto tantos estão em máquinas nos hospitais; enxergamos, enquanto tantos não conseguem ver nada; falamos, enquanto há muitos que são mudos; nos locomovemos, enquanto outros estão restritos dos movimentos e dos deslocamentos; pensamos, enquanto há quem esteja em coma e não reaja ao mundo em sua volta. Ah, quantos motivos temos para agradecer! Uma frase antiga dizia: “Eu era infeliz porque não tinha sapatos, até que vi um homem que não tinha pés”. O nosso problema é sempre desejar aquilo que está acima de nós, sem considerar que nós, que aqui estamos, temos muito mais do que tantos outros! Ao invés de nos orgulharmos disto, deveríamos usar o que nos foi outorgado e ajudar a quem tem menos do que nós!

A fé verdadeira faz dar graças. Graças pelo dom da vida. Mas graças também quando a morte chegar. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. (2Tm 4:7). Graças pela saúde completa, mas graças também pelas múltiplas provações pelas quais passamos. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar. (1Co 10:13). Graças porque para Deus tudo tem um propósito: a glória do nome dEle. E, em decorrência, o nosso crescimento na fé. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1Ts 5:18).  Uma missionária pregava em alto e bom som que nós deveríamos dar graças por tudo. Um dia ela tornou-se tetraplégica. Um ímpio, ao visita-la, perguntou-lhe se agora ela ainda tinha motivos para dar graças. Ela, com carinho, afirmou-lhe que dispunha de todo o tempo do mundo para orar pelos que pregavam o evangelho e que por esta razão dava muitas graças a Deus. A fé verdadeira sempre encontra uma boa razão para ser grata a Deus.

Tem o ouvinte experimentado a fé verdadeira que promove um coração agradecido? Podemos agradecer pelo fim de um relacionamento, pelo enfrentamento de um tratamento de saúde, por uma viagem indesejada ou por um luto? Se temos certeza de que Deus é bom e de que os Seus propósitos são os ideais para a nossa maturidade, então poderemos ser gratos. Podemos reclamar porque não temos mais uma pessoa ou um objeto, mas podemos ser gratos pelo tempo que a tivemos conosco ou que o tivemos ao nosso dispor. E, se sentimos falta de algumas coisas, lembremo-nos: o nosso tesouro não está aqui, mas no céu, onde ninguém tirará de nós coisa alguma. Seja Deus engrandecido e que Ele nos abençoe. Amém.
 

Wagner Antonio de Araújo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...