quinta-feira, 11 de junho de 2020

memórias literárias - 888 - BRILHO NOS OLHOS

BRILHO
NOS
OLHOS
888
 
Os meus filhos são queridos, são preciosos. Mas a minha Rute Cristina, que logo fará cinco anos (se Deus quiser), é muito especial. Ela está crescendo. E eu já descobri um mundo gigantesco dentro daquela cabecinha e no seu meigo coração. Ela tem a eternidade nos pensamentos. Pensa no céu, em Jesus e aplica tantas coisas que aprende a sua vida com Deus!
 
Mas ela estava triste. Fomos ver a sua vovó e os priminhos, apenas à distância. E ela convidou a priminha para vir em casa e passar a noite a brincar. Algumas vezes ela dormiu em sua casa, mas nunca a prima passou a noite aqui. E recebeu um não como resposta, pois talvez o pai não deixasse. Rute descaiu o semblante e chorou. Aliás, há dias que ela está triste por não ter essa alegria. O meu cunhado estava chegando em casa naquela hora e viu-a a chorar. Ao saber do que se tratava deu a autorização para a filha e o trato foi feito: os primos dormirão juntos em minha casa. Rute recobrou não apenas o brilho, mas o sorriso, a alegria e veio cantando de lá até aqui em toda a viagem de quarenta minutos. Eu, que a amo, vibrei de emoção ao vê-la feliz, alegre, saltitante. E lembrei-me de um texto:
 
A esperança adiada desfalece o coração, mas o desejo atendido é árvore de vida. (Pv 13:12)
 
Quando esperamos algo que nunca aparece, que nunca se concretiza, definhamos dentro de nós mesmos. O dia não é claro, o verão não esquenta, a felicidade não agrada, a música não inspira. Como é difícil esperar e nunca receber! O mais difícil, porém, é quando não há esperança para ter esperança, quando não há mais expectativa de futuro ou de novos projetos. Quantos aposentados, privados de seu trabalho, falecem pouco tempo depois, vítimados pelo sentimento de inutilidade e de vazio. Porém, quando uma esperança surge no caminho o rosto brilha. Brilha como o rosto de Jônatas, filho de Saul, que, após comer um pouco de mel, após dias sem alimentação, recobrou ânimo e vigor. "Estendeu a ponta da vara que tinha na mão, e a molhou no favo de mel; e, tornando a mão à boca, aclararam-se os seus olhos. (1Sm 14:27). A esperança é como o mel.
 
Quer ver um apaixonado ter brilho nos olhos? Que a sua amada corresponda ao amor que lhe é dedicado! Ele dará beijos até nos postes da rua!
 
Quer ver um desempregado feliz? Basta receber uma comunicação da empresa onde deixou currículo, dizendo que foi selecionado para a vaga e que começará a trabalhar na segunda-feira. Essa pessoa não dormirá de felicidade!
 
Quer ver um moribundo recuperar ânimo? Basta receber exames novos e a voz do médico a dizer: "você vai se recuperar logo". Que felicidade!
 
Quer ver um pastor esquecido recobrar ânimo? Basta receber um convite caloroso de uma igreja para pregar em conferências ou (melhor ainda) ser conduzido ao ministério de uma congregação. Ele sonhará acordado!
 
Quer ver um pai feliz? Que ouça alguém dizer: "seu filho é um primor, que educação, que capacidade monumental ele tem!" Seu peito explodirá de felicidade!
 
Mas, acima de toda essa festa, e ainda que nenhuma das anteriores aconteça, o coração do crente fiel será reavivado no dia em que ele escutar do Senhor esta palavra:  Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; (Mt 25:34). Esse gozo eu hei de ter, e todos os que me lêem, se amam a Jesus Cristo também, o terão junto do Senhor.
 
OH, QUE DIA FAUSTOSO ESSE DIA SERÁ
QUANDO O SOM DA TROMBETA ECOAR
QUANDO CRISTO NAS NUVENS TIVER DE DESCER
PARA ASSIM ENTRE NÓS HABITAR! (Hino 114 do Cantor Cristão)
 
Por ora vou me preparar para a bagunça que os pequeninos farão aqui em casa.
 
Um abraço a todos.
 

Wagner Antonio de Araújo

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