domingo, 4 de janeiro de 2015

memórias literárias - 135 - TEÓLOGOS PARA UM PÚLPITO INCRÉDULO

135 -
TEÓLOGOS
PARA UM
PÚLPITO
INCRÉDULO

Início das aulas naquele seminário protestante. Estamos em São Paulo. O professor assume sua mesa e diz: "Gostaria de saber se aqui ainda há pessoas que crêem na fábula da ressurreição de Cristo. Espero que vocês, bacharéis em processo de mestrado, tenham uma inteligência um pouco superior para não crer em lendas".

Um seminário batista no Rio de Janeiro. "Meus irmãos, da turma que comigo começou (mais de 2 dezenas) apenas 2 mantiveram-se fiéis ao Senhor. Entre os meus professores havia budistas e espíritas, além de incrédulos e liberais. Deus me fortaleceu e eu consegui passar pelo processo".

Num mestrado teológico do sul do Brasil. "Adão era macho e fêmea em sua origem. Foi apenas na criação de Eva que se repartiu a sexualidade. Assim, ambas são a mesma coisa, pois Deus é macho e fêmea; sem preconceito".

Num curso teológico batista do centro oeste do Brasil o professor de história da Igreja Cristã é um padre. Sim, ele, que tem por responsabilidade ensinar a história da Reforma Protestante para futuros ministros evangélicos, é padre por formação e deve obediência ao seu bispo. E vai ajudar pastores a pastorearem!

Num curso de teologia em São Paulo: "Dizem por aí que sou universalista. E acho que dei a deixa; é porque eu sou como Deus, que não quer que ninguém se perca. Portanto, acho que sou mesmo universalista".

Diante desse festival de excentricidades heréticas a pergunta urge e não quer calar: que púlpito estamos construindo? Será que somos ingênuos ao ponto de acreditarmos que teremos pregadores espirituais e bíblicos com o péssimo ensino teológico que lhes prestamos?

Porque o mexer do leite produz manteiga, o espremer do nariz produz sangue; assim o forçar da ira produz contenda (Pv 30:33) Poderíamos completar o pensamento com o texto paulino: Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes. (1Co 15:33)

Por mais que não queiramos as denominações cristãs tradicionais estão nos forçando a um posicionamento fundamentalista. Não encontramos mais um ensino ortodoxo e bíblico de qualidade. Somente extremos! Somente absurdos! E não compreendemos o porquê da decadência das igrejas! Nossos púlpitos e templos são entregues nas mãos de calças-curtas despreparados que conduzem as comunidades ao mundanismo e ao pecado. A apostasia está às portas! Dias atrás um pastor distribuiu preservativos aos adolescentes e um outro realizou um festival de louvores com rapazes de cuecas e depois de saias! Transformaram a igreja em entretenimento, e de péssima qualidade. E o púlpito? Inexiste!

Na contramão disso tudo lembro do exemplo de um querido colega. Era ele líder em sua igreja e seu pastor o "nomeou" pastor local. Como a igreja desentendeu-se com esse pastor titular, mandou-o embora e convidaram esse meu amigo para pastorear-lhes. Sua eleição pastoral não tinha valor denominacional, pelo que os pastores formaram um concílio e o examinaram. Não foi aprovado. A igreja decidiu que investiria em seu preparo teológico. Havia um pastor deficiente visual em outra cidade que era um mestre em teologia. Enviaram-no para lá. Por sete meses ele teve aulas pessoais com esse mestre. Findo o prazo submeteu-se a outro concílio. Foi aprovado com louvor! Qual foi o método? O método de Cristo, discipulado pastoral! Acredito que estamos voltando a esses tempos. Tempos em que pioneiros como Zachary Taylor, que, na falta de uma instituição teológica no Brasil (ele foi um dos fundadores do trabalho batista em nossa terra) passou a dar aulas teológicas aos vocacionados. Garanto que passar um mês recebendo aulas desse mestre me daria maior conteúdo do que um doutorado moderno. E me incentivaria a continuar firme na fé, sem liberalismos ou heresias.

É preciso repensar o ensino teológico de nossos vocacionados. A escola, no formato em que está, secularizou-se, profissionalizou-se e corrompeu-se. O ensino teológico tornou-se mera teologia filosófica especulativa, sem qualquer fé ou transcedentarismo. O modelo não está funcionando em favor do púlpito. Há exceções, mas são tão caras e distantes geograficamente, que tornam inviável um bom ensino bíblico para alguns. É preciso pensar em preparar artesanalmente os vocacionados para o ministério. Ainda que não todo o curso, mas grande parte. É preciso voltar ao "plano mestre", nos dizeres de Coleman. E Jesus sabia formar líderes. Por três anos ele preparou os primeiros pastores da Sua igreja!

Que Deus tenha misericórdia da próxima geração de nossos púlpitos. Que os nossos pregadores creiam na ressurreição de Cristo!

Wagner Antonio de Araújo
 

3. ARTIGOS DO PR. WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO
 
4. BIBLIOTECA VIRTUAL DA OPBCB
 
5. VELHO REALEJO CRISTÃO
 
6. ARTIGOS DO PASTOR TIMOFEI DIACOV
 
7. MEMORIAL DO PASTOR JOSUÉ NUNES DE LIMA

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