sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

memórias literárias - 142 - LÁGRIMAS DE MÃE

142 -
Lágrimas
de
Mãe
Lágrimas de mãe
são lágrimas de que nunca se esquece.
Lágrimas sentidas,
Lágrimas doídas,
Som silente de uma alma que padece!
 
Algumas caem pela dor da humilhação;
Um marido infiel, um esposo e pai cruel,
Uma mentira qualquer, nem uma verdade sequer;
São lágrimas que caem e queimam no chão.
 
Outras caem impotentes, ao ver o filhinho doente;
A vida daria se com isso a cura trouxesse;
E ao vê-lo dormente, com dores e em febre ardente,
Ora ao Pai celeste e em lágrimas eleva sua prece!
 
Lágrimas que caem enquanto espera a chegada
Do filho atrasado que da escola não veio.
Coração em brasa, mente nos ruídos ligada,
Pede aos céus que o traga a salvo ao seu seio!
 
Ah, lágrimas de mãe! Também caem felizes,
Jubilosas e dóceis, ao vê-lo na formatura,
Depois de tantas vezes impedi-lo dos deslizes
Burilando-lhe o caráter, elevando-o à altura!
 
Mais profundas, eternas e felizes são, porém,
As lágrimas que a mãe derrama pelo filho convertido;
Criou-o bem e preparou-o para o além,
Agora chora ao vê-lo entregue a Cristo!
 
Sim, é verdade, não há bem mais precioso neste mundo
Que as lágrimas derramadas dos olhos de nossas mães,
Elas tocam, incendeiam e mostram o amor profundo,
Alimentando a alma, como o corpo se alimenta dos pães!
 
 

da esquerda para a direita:
Wagner, mamãe, papai e Daniel,
foto de 1974
 
À minha inesquecível e memorável
Elzira Bonfante (1930-2005),
tesouro incomensurável, mãe incansável,
inspiração constante!
 
Wagner Antonio de Araújo

24/09/2014

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