138- 
SACRIFÍCIO QUE NÃO
ME CUSTE NADA
O texto bíblico é o de I Crônicas 
21, similar a 2 Samuel 24. Há algumas diferenças de números e nomes, mas a 
história é a mesma, os fatos são os mesmos. O Rei Davi vivia um período 
relativamente calmo de reinado. Certamente a aparente tranquilidade 
despertou-lhe o orgulho. Vencera os seus inimigos com os valentes de sua equipe, 
mantinha uma política de superioridade, a população estava vivendo tranquila, 
logo o seu coração considerou-se "o tal". Geralmente somos assim: quando as 
coisas dão certo acabamos por nos considerar responsáveis pelas próprias 
bênçãos. "Sou muito douto, dei duro para chegar aqui"; "tudo o que eu tenho é 
fruto do meu trabalho"; "sou muito inteligente e culto, por isso consigo as 
melhores soluções"; "ganhei o destaque pelos meus próprios méritos somente". 
Davi decidiu fazer um levantamento, um recenseamento da população de Israel. 
Queria ver quantos eram os cidadãos. Queria gabar-se de ser rei de tanta gente e 
de contar com um exército tão grande.
Joabe, seu ministro da 
guerra/defesa/capitão de seu exército, tentou dissuadi-lo, desejando que Deus 
multiplicasse em cem vezes o seu poder, mas que não fizesse esse tipo de 
pesquisa. É como se dissesse: "Davi, para quê fazer isso? Usufrua do que tem, 
não se gabe de sua própria força!" Não adiantou. Deus permitia isso para punir 
Israel. A nação, escolhida para ser berço do Messias que viria, mantinha na 
privacidade de seus lares e nos altos as suas macumbas particulares, adorando a 
Rainha dos Céus, os baalins diversos, ofertando até crianças em sacrifício aos 
ídolos. 
Foi feita a contagem. Recebida a 
numeração, Davi caiu em si e descobriu que o que fizera tinha um nome: 
OSTENTAÇÃO.. Pesou-lhe no coração. O pecado é assim: 
enquanto estamos a praticá-lo não enxergamos o seu mal. Terminado o ato, o 
Espírito do Senhor "pesa" o coração e nos mostra a bobagem que fizemos. Não é 
assim para o jovem que se prostitui? Não é assim para o casal que adultera? Não 
é assim para quem é desonesto? Não é assim para quem rouba o Dia do Senhor? Não 
é assim para o ministro religioso que se gaba de pastorear muitas pessoas como 
se as "ovelhas" fossem dele? No ato do pecado parece que somos felizes e não 
temos dúvidas; passado o ato, vem a tristeza. O que buscamos não agradou. 
Exultávamos não pelo que receberíamos, mas pelo processo do erro, a felicidade 
por rebelar-nos, por desobedecer. Esse prazer interior se chama pecado e está no 
coração de todo homem. Foi para isso que Cristo veio ao mundo: lutar e vencer o 
pecado, cravando-o na cruz e obtendo a vitória sobre ele. E conseguiu. 
Aleluia!
Assim que Davi sentiu o peso de sua 
arrogância o profeta Gade foi enviado a ele. Deus tinha um castigo que não 
voltaria atrás. A justiça divina é tão completa e forte quanto o amor do Senhor. 
Por mais que o Senhor amasse a Davi não poderia tê-lo como inocente. O seu 
pecado fora institucional e a punição seria institucional. Ele pecou como rei, 
pecou como líder, pecou gabando-se de sua autoridade. A punição seria em seu 
reinado. Três castigos ofertados, dentre os quais Davi deveria escolher um: três 
anos de fome em Israel, ou três meses a fugir dos inimigos, ou ainda três dias 
de peste e doença para a população. Que dura escolha! Que situação difícil! 
Seria tão edificante se compreendêssemos que o mal sobre o nosso país está muito 
acima de fenômenos naturais ou de abuso do meio ambiente! Os problemas 
climáticos possuem sim a mão do homem que destrói; mas muito mais forte tem sido 
o pecado institucional de líderes que não temem a Deus e não respeitam o 
Criador. Ainda que não sejamos uma teocracia, a mão de Deus está atenta ao 
satanismo da população; Deus vê as oferendas jogadas nos rios, nas encruzilhadas 
e nos mares; Deus vê os ídolos do lar e suas velas acesas; Ele vê os objetos de 
culto que entraram nas igrejas evangélicas; Deus conhece a idolatria do 
populacho aos seus líderes religiosos. Deus vê a corrupção, o roubo, a 
desonestidade, a promiscuidade.
Davi então decidiu escolher o 
último castigo, o de 3 dias. E acrescentou: que eu caia nas mãos de Deus e não 
nas mãos dos homens, pois as misericórdias de Deus são infinitas. Que bom que 
ele pensou assim. Contudo, melhor teria sido se tivesse evitado essa desgraça. 
Deus, então, enviou o Seu Anjo a desembainhar a espada. Imediatamente a peste 
invadiu o país. Que doença seria? Uma virose com diarréia de consequência fatal? 
Uma crise de respiração? Algum virus transmitido pela água, pelo ar, por 
insetos? Não sabemos. Apenas somos informados que 70 mil pessoas faleceram em 72 
horas!
Foi então que o Rei Davi fez sua 
oração em forma de brado arrependido, de dor profunda, de lamento eterno: 
"Senhor, fui eu quem pecou, não o povo! Puna-me a mim, eles nada fizeram!" Era 
isso que Deus desejava ouvir de Davi. Ah, quisera que a Presidente Dilma 
confessasse os seus pecados institucionais e as assinaturas que deu a leis 
contra a vida e contra o evangelho! Quisera que os deputados e senadores 
reconhecessem que suas omissões e suas corrupções estão destruindo o Brasil! 
Quisera que Obama reconhecesse que sua liberalidade moral e espiritual está 
destruindo a América! Aqui no Brasil o sistema Cantareira, represa imensa que 
fornece água para São Paulo, está secando. O Rio Madeira, no norte, está alagado 
e não para de subir. No Pará a fumaça e a queimada destrói fauna e flora. O Anjo 
do Senhor ainda tem na mão a espada e quer justiça!
Diante da atitude de Davi, o 
profeta Gade lhe foi novamente enviado. A mensagem: oferece um sacrifício para 
Deus nas terras de Ornã, local onde o Anjo está. Imediatamente Davi procurou o 
proprietário daquela terra. Este, que havia fugido ante o fulgor do Anjo do 
Senhor, agora recebe Davi com todo o temor. "Quero oferecer um sacrifício em sua 
terra. Venda-me aquele alto. Vou pagar-lhe pelo preço devido". Ornã, assustado 
com tudo aquilo e talvez desejoso que a praga parasse, diz: "Não, ó Rei, eu lhe 
dou a terra, lhe dou os animais, dou a lenha, o trilho, dou-lhe tudo, faça o 
sacrifício!" Não podemos saber se era bondade de Ornã, se era desejo de agradar 
o Rei ou se era ansiedade intensa para que a peste cessasse. Mas a oferta foi 
muito boa. Davi, contudo, disse uma frase histórica:
"NÃO, ANTES PELO SEU INTEIRO 
VALOR A QUERO COMPRAR; PORQUE NÃO TOMAREI O QUE É TEU PARA O SENHOR, NEM 
OFERECEREI AO SENHOR SACRIFÍCIO QUE NÃO ME CUSTE NADA" (2 Cr 
21.24)
Davi não manifestava orgulho, mas 
consciência. O sacrifício que iria fazer, o holocausto que ofertaria no altar, 
teria que CUSTAR PARA SI e não para os outros. Teria que custar no seu bolso, 
exigir seu compromisso, ser tirado de seus próprios bens. E foi exatamente o que 
fez: ao colocar o holocausto sobre o altar e orar, o Senhor enviou fogo do Céu 
que consumiu tudo, provando, dessarte, que Deus aceitara o sacrifício. O Anjo do 
Senhor guardou sua espada e a matança terminou.
As palavras de Davi são 
contundentes: 
NÃO TOMAREI O QUE 
É TEU PARA O SENHOR - Muitas vezes queremos ofertar a Deus o que é 
dos outros. Queremos fazer caridade com o chapéu do próximo. Em nossas igrejas 
somos grandes proponentes de serviços e gastos no Reino de Deus, mas com o 
dinheiro alheio. Nós nos omitimos na participação. Há muitos que votam, que 
exigem, que discutem, mas nunca participam com aquilo que é seu. Querem gastar, 
mas do alheio, não do seu. Querem verbas, mas nem de longe tencionam contribuir. 
Esse tipo de oferta Deus não aceita. Esse tipo de serviço Deus não considera. 
"Que darei EU ao Senhor por todos os seus benefícios para comigo?" (Salmo 
116.12). Missões não são feitas com a omissão dos crentes, mas no ajuntamento 
dos que vão, dos que sustentam e dos que oram. Aqueles que só assistem tomam o 
que é dos outros para dar ao Senhor. E Deus rejeita!
NÃO OFERECEREI AO 
SENHOR SACRIFÍCIO (HOLOCAUSTO) QUE NÃO ME CUSTE NADA - Davi queria 
comprometer o próprio bolso e o próprio patrimônio para considerar aquilo um 
sacrifício autêntico. E ele estava certo. Aquilo que não custa, que não 
compromete, que não faz a menor diferença não pode ser chamado de sacrifício. 
São migalhas. São restos. São supérfluos. São excedentes. São esmolas. Deus não 
precisa de nossas esmolas! Deus não recebe os nossos restos. Experimente dar à 
sua esposa um maço de rosas pegas num velório, sobras de caixões já sepultados. 
Experimente dar ao seu marido o resto de seu tempo na agenda, aqueles dez 
minutos entre um compromisso e outro. Será automática a rejeição. Mas é 
exatamente o que fazemos com Deus!
De segunda a sábado madrugamos e 
nos preparamos para trabalhar, estejamos com tosse, com febre, com frio ou 
cansados. Sabemos de nosso compromisso. Mas basta um vento mais frio ou uma 
trovoada no céu para dizermos: ah, hoje não irei à igreja. Basta um trabalho de 
faculdade, uma visita de amigos ou um almoço mais caprichado para lesarmos os 
nossos compromissos com Deus e com a nossa igreja. Professores de Escola Bíblica 
Dominical e pastores preparam suas mensagens e o povo falta descaradamente. As 
desculpas sempre são as mesmas, desculpas que não ousam apresentar nem para o 
patrão, nem para o credor, nem para o diretor da faculdade! Clara demonstração 
de que a nossa vida eclesiástica, levada nesse espírito, constitui-se em 
sacrifício que não nos custa nada!
Muitos de nós procuramos grandes 
igrejas onde seremos muito bem atendidos com estruturas de primeiro mundo, mesmo 
sabendo que os nossos dons e talentos foram de "linha de frente" e que jamais 
serão utilizados ali. Não é errado ser membro de boas igrejas grandes. Errado é 
buscá-las por conveniência. Somos pregadores, professores, pianistas, 
organistas, regentes, cantores, evangelistas, mas procuramos locais onde ninguém 
dependa de nossos trabalhos e onde não nos venham cobrar nada. Há igrejas com 
dezenas de pastores, músicos, professores, todos absolutamente inertes, meros 
assistentes. Somos excelentes esquentadores de bancos. Isto é vida de quem 
oferta a Deus sacrifício que não custa nada. As nossas justificativas são 
várias: estou machucado, fui ferido em meu trabalho na igreja onde estava, estou 
cansado etc. Diante de Deus, porém, a realidade é uma só: um sacrifício sem 
custo.
Gostamos da igreja, comemos do 
genuíno pão espiritual e amamos os irmãos. Mas não colocamos a mão no bolso para 
ofertar nada. Dízimos? São práticas veterotestamentárias. Ofertas? Só quando for 
de bom coração e do que eu puder. E assim levamos a nossa vida, como autênticos 
parasitas do Reino. Usufruimos de tudo, não contribuimos com nada. E ainda nos 
sentimos no direito de criticar o uso do dinheiro na igreja, o salário do pastor 
ou as ofertas missionárias. Fazemo-nos companheiros e camaradas de Judas, que, 
além de nada contribuir, ralhava até com Jesus que aceitou a unção com ungüento 
por parte daquela mulher. São provas incontestes de que ofertamos a Deus 
sacrifícios que não nos custam nada!
Deus não se agrada disto. Deus 
disciplina os Seus servos. Será bom olharmos para Davi, para seu pecado e seu 
orgulho, para a decisão impensada de achar-se o tal, de verificar o seu 
arrependimento tardio e o prejuízo que causou à instituição que presidia. E 
então inspirar-nos em sua atitude diante do sacrifício que ofertou a Deus: um 
sacrifício que seria seu próprio e que lhe custasse o suficiente. Que façamos 
assim. Que o frio ou o sono não nos faça deixar de ir à igreja, assim como não 
nos priva de ir trabalhar. Que não busquemos igrejas onde não sejamos 
necessários, mas que ofertemos a Deus o trabalho com os dons e talentos dados 
por Ele. Que consagremos ao Senhor dízimos e ofertas reais, não meras esmolas ou 
excedentes. Que possamos dizer com convicção: para Deus não há tempo ruim ou 
impossibilidade; Ele merece o meu melhor!
Que o Senhor nos faça 
melhores.
Wagner Antonio de 
Araújo
28/03/2014
NOSSAS MÍDIAS UNIFICADAS:
1. RÁDIO NAFTALINA 
WEB
2. VÍDEOS DO PR. WAGNER 
ANTONIO DE ARAÚJO
3. ARTIGOS DO PR. WAGNER 
ANTONIO DE ARAÚJO
4. BIBLIOTECA VIRTUAL DA 
OPBCB
5. VELHO REALEJO 
CRISTÃO
6. ARTIGOS DO PASTOR TIMOFEI 
DIACOV
7. MEMORIAL DO PASTOR JOSUÉ 
NUNES DE LIMA
 
 
Uma verdade que nos faz reavaliar a nossa devoção e sacrifício a Deus... Continue exercendo o seu chamado caro pastor.
ResponderExcluir