quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

memórias literárias - 139 - ESTE MUNDO

139 -
ESTE MUNDO
 
Quando vejo as mídias da época de 1964 reposicionadas em sua opinião apenas porque não querem perder a opinião pública e os seus usuários, ajustando-se ao politicamente correto, demonstrando que neste país a opinião não tem valor concreto, mas é temporária e mutante; e ao mesmo tempo vejo a mentira institucionalizada, a baderna oficializada, o que era errado tornando-se certo e o que era imoral tornando-se moral, com o fim do respeito na linguagem, com a quebra dos valores familiares, com a sexualização de todos os segmentos da mídia, eu penso: estou cansado deste mundo.
 
Quando vejo igrejas neopentecostais e neocarismáticas repletas de gente, pessoas que se acotovelam de pé nas igrejas denunciadas pelas reportagens, cujos líderes são bandidos, pilantras, ladrões, enganadores, blefes, e não usam qualquer juízo de valor inteligente, mas apenas o maldito pragmatismo pelo hedonismo de suas vidas (não estão lá por amor "à obra", mas por amor próprio, até conseguirem bênçãos); e vejo as igrejas sérias, biblicas, fundamentadas na Bíblia, com salões vazios e com auditório pequenino, com recursos parcos e difíceis, então penso que estou cansado deste mundo.
 
Quando vejo a minha denominação batista optando pelas grandes igrejas, bendizendo, lambendo e enaltecendo os grandes ministérios, grandes porque construídos em sólidas estruturas dos pioneiros, mas com pastores que não temem nem a Deus nem aos crentes, que levam o povo ao liberalismo, ao pecado, ao antropocentrismo dos seus cultos e ganham cada dia mais espaço nos congressos e jornais; e vejo o abandono das pequenas congregações, das igrejas de periferia, dos trabalhos missionários em cidades pequenas, dos velhos obreiros que gastaram suas vidas na semeadura difícil em terrenos pedregosos, que hoje padecem sem cuidados e sem lembranças de ninguém, e todos acham que está muito bom, então eu penso: estou cansado deste mundo.
 
Quando vejo a cidade demolir suas casas de família, seus casarões históricos, suas marcas e identidades, e transformar tudo em condomínios de moradias caras, onde no valor de um IPTU teremos 200 ou 300 novos, quando vejo as ruas cheias de faixas exclusivas, não sobrando uma sequer para que um carro trafegue sem que lhe seja dada uma multa por alguma contravenção, quando vejo os metrôs, os trens e os ônibus entupidos como panela de purê de batata (pois sardinhas em lata têm mais espaço) e contemplo os pervertidos aproveitando-se da situação, e vejo o governo alheio ao sofrimento do povo, indiferente às carências e apenas procurando uma nova bandeira para ganhar a próxima eleição, então eu penso: estou cansado deste mundo.
 
Quando vejo operários morrendo nas construções de estádios, quando vejo o dinheiro gigantesco que está sendo investido para uma ridícula rodada de jogos de futebol, quando percebo que milhares estão levando fortunas nestas construções, quando as denúncias comprovadas de roubos e fraudes nas grandes estatais apontam os líderes da nação como culpados e ladrões e temos a certeza de que isso não dará em nada; e vejo os hospitais públicos fedendo a urina, com pacientes gemendo nos corredores sem médicos que lhes atendam, quando vejo um idoso esperar 6 meses para realizar um exame clínico e um carente morrer na fila porque não chamaram o seu número de senha, então eu penso: estou cansado deste mundo.
 
Quando vejo as mídias destruindo a língua portuguesa, transformando o coloquial no formal e tirando todo e qualquer valor no estudo da gramática e da elegância do falar, quando vejo os jornais das 8 usando gírias na transmissão das notícias e um linguajar errado; quando ouço os palavrões ditos até nos púlpitos das igrejas, quando leio jornais, artigos, livros ou textos sem qualquer elegância, correção ou nível intelectual, mas apenas um nivelamento ao mais baixo nível comunicativo da linguagem, e contemplo as editoras bíblicas destruindo suas versões clássicas, transformando-as dia após dia no mais medíocre dialeto sem profundidade, desvalorizando a cultura e empobrecendo a mensagem, então eu penso: estou cansado deste mundo.
 
Que mundo é este? Que geração é esta? Que líderes e estadistas são estes? Seria preciso uma guerra de grandes proporções para desgrudar os escravos dos celulares, dos videogames, das mídias de internet e colocá-los novamente nos trilhos da humanidade, da solidariedade, da vida em carne e osso? Nunca nos comunicamos com tanta facilidade, com mídias imediatas sem fronteiras, e nunca fomos tão isolados sem comunicação com o próximo! Pelas ruas e avenidas vemos pessoas andando com um aparelho à mão, como zumbis, que não olham para mais nada senão para o seu mundo ridículo de grandes contatos com o nada! São capazes de grandes conversas em SMS, torpedos e Whatsapp, mas quando estão ao lado das mesmas pessoas não conseguem trocar mais do que dez palavras! Filhos enviam torpedos para seus pais durante o dia e não se falam quando estão em casa!
 
Não, o mundo não mudou. Ele apenas continua apodrecendo e está prestes a acabar. Seu príncipe, Satanás, condenado, tem pouco tempo e tudo faz para iludir cristãos, buscando não ir sozinho para o Inferno.  Quanto mais sintonizados com o Altíssimo, tanto mais buscamos a Pátria Celestial. Afinal, aqui não é o nosso lar. Nossa permanência neste mundo vai a 90 anos, quando muito. Deixamos tudo, exceto a nossa alma, que segue rumo ao Criador, que nos dará ou a Sua gloriosa presença em glória, no Céu, ou o afastamento perpétuo e o juízo, no Inferno. Este destino está nas mãos dEle, mas nos colocou o direito de optar pelo Seu plano de salvação. Em Cristo, pela sua morte e ressurreição, podemos obter o perdão dos pecados e a plena salvação. É necessário, contudo, girar a chave na fechadura da eternidade.O Céu tem uma porta que só se abre com duas voltas: ARREPENDIMENTO e FÉ. Uma volta não abre o portal da eterna felicidade. Os dois juntos escancaram-nos a Pàtria Celestial. Arrependimento dos pecados (conversão) e fé em Cristo (novo nascimento). Só em Cristo, em mais ninguém.
 
Quem isso faz não se acostuma mais com este mundo. Acaba por sentir o mesmo que Abraão. "Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus." (Hb 11:10). Jesus disse: "Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui." (Jo 18:36). Dos Seus servos declarou Jesus em oração: "Não são do mundo, como eu do mundo não sou." (Jo 17:16).
 
Que bom! O tempo que por cá estou é um tempo de propósitos: propósito de testemunhar de Cristo, propósito de levar a mensagem do Senhor aos perdidos, tempo de construir o Reino no coração dos homens a quem Deus quer bem. Quanto ao mundo, irá de mal a pior. "Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno." (1Jo 5:19)
 
Que eu possa encarar este tempo como tempo de peregrinação, de oração, de evangelização. E que os olhares sempre estejam lá no Alto, lá na Glória, lá na Terra além do Rio Jordão! Não em Israel, mas na Jerusalém Celestial!
 
Wagner Antonio de Araújo
abril 2014
 

NOSSAS MÍDIAS UNIFICADAS:
 
1. RÁDIO NAFTALINA WEB
 
2. VÍDEOS DO PR. WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO
 
3. ARTIGOS DO PR. WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO
 
4. BIBLIOTECA VIRTUAL DA OPBCB
 
5. VELHO REALEJO CRISTÃO
 
6. ARTIGOS DO PASTOR TIMOFEI DIACOV
 
7. MEMORIAL DO PASTOR JOSUÉ NUNES DE LIMA

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