domingo, 4 de janeiro de 2015

memórias literárias - 133 - REFLETINDO SOBRE A RELEVÂNCIA DE NOSSOS PÚLPITOS


133 -
REFLETINDO SOBRE
A RELEVÂNCIA DE
NOSSOS PÚLPITOS
A Igreja Batista do Jardim Brasil não fazia parte do circuito das mais importantes igrejas da cidade. Ela não era centenária, ela não era rica, ela não tinha centenas de membros, ela não estava na agenda das atividades nacionais. Na verdade o bairro era proletário, a rua era congestionada e estreita e dificilmente alguém a colocaria no rol dos templos mais impressionantes.
Só que ela tinha em seu púlpito um JOSUÉ NUNES DE LIMA. Um homem simples, da roça, de Andradina, convertido e batizado pelo Pastor Altino Lima, um homem segundo o coração de Deus. Veio para São Paulo e não exitou em trabalhar na zona cerealista do Brás carregando caixas ou de ser alfaiate. Aceitou o desafio de dirigir uma congregação no meio do barro e do pasto, um local quase inabitado, inóspito, mas que era o seu desafio missionário. Descia do ônibus com a família e seguia à pé com os pés na lama. Na porta do salãozinho havia uma torneira onde lavavam os pés e calçavam outros sapatos. Aos poucos (em anos!) o bairro tornou-se populoso, a igreja cresceu e tornou-se referencial.
Mas a referência era JOSUÉ NUNES DE LIMA. Seu púlpito era eletrizante. Sua voz possante. O conteúdo profundo e bíblico. A retórica e homilética impressionantemente elevada e completa. Gente de longe vinha ouvir esse servo do Senhor. Ele transformou o seu púlpito numa relevante tribuna religiosa à altura de um Martinho Lutero. Era o "assim diz o Senhor" que o povo encontrava naquela igreja de periferia e subúrbio.
Quantos convites Josué rejeitou, convites para grandes e ricas igrejas, importantes centros da denominação, congregações cujos ministérios repercutiriam internacionalmente. Josué, porém, a todos rejeitava. Ele queria ser pastor de uma só igreja e não se importava que fosse dessa simples igreja de bairro. Não que impusesse isso para outros colegas, mas era a missão que recebera de Deus.
Se quiséssemos ver um príncipe do púlpito, poderíamos ouvir o Pastor Josué no Jardim Brasil. Se quiséssemos um mestre em teologia, em educação, em língua portuguesa, em práticas ministeriais, era o Pastor Josué quem procurávamos. Quando a denominação, nos anos em que era administrada por homens que levavam conselhos de veteranos obreiros a sério, precisava de uma orientação, era no gabinete de Josué que encontravam a boa reflexão e o bom caminho.
Muitos de nós são pastores de pequeninas igrejas, em bairros inexpressivos para os grandes medalhões, que sequer são mencionados em relatórios de progressos relevantes. Não importa. Os nossos púlpitos, mesmo que de bambus, de tábuas compensadas ou de plástico, podem ser tão preciosos, tão dignos, tão elevados, tão importantes quanto os feitos de ouro, marfim ou madeira de lei. Basta que sejamos pastores conscientes de que a nossa pregação deve ser bíblica, bem preparada, regada à oração e com a dignidade de um profeta do Altíssimo Deus. De um púlpito de periferia e de subúrbio pode Deus transformar toda uma geração.
Que sejamos quais o Pastor Josué Nunes de Lima e que façamos de nossas congregações humildes grandes catedrais da oratória cristá.
Wagner Antonio de Araújo

3. ARTIGOS DO PR. WAGNER ANTONIO DE ARAÚJO
4. BIBLIOTECA VIRTUAL DA OPBCB
5. VELHO REALEJO CRISTÃO
6. ARTIGOS DO PASTOR TIMOFEI DIACOV
7. MEMORIAL DO PASTOR JOSUÉ NUNES DE LIMA

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