QUEM  
TEM
PODER,
DEUS OU 
A 
ORAÇÃO?
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Diga-me cá: quem detém o 
poder, Deus ou a oração?
Há quem diga que é a 
oração. "A oração é o que move o coração de Deus". Há uma grande teologia 
tecida sobre o assunto. "Mais oração, mais poder; menos oração; menos poder; 
nenhuma oração, nenhum poder". Há assuntos que são apresentados não para 
uma pessoa apenas, mas para uma corrente de oração, um agrupamento gigantesco de 
gente orando por um determinado motivo. Segundo se sente, se houver muita gente 
solidária, muitos clamores, talvez consigamos obter aquilo que apresentamos a 
Deus. Isto é, talvez o número de pessoas clamando mude alguma decisão divina. 
Logo, o poder está no processo, na oração, na nossa atitude diante do 
problema.
Há quem diga que o poder 
pertence a Deus, independente da oração. Não é o homem que move a mão de Deus, 
mas a misericórdia do Senhor. A Sua piedade, a Sua soberania, a Sua decisão, são 
a única causa para que os acontecimentos se realizem. Pode o homem ficar roxo de 
tanto clamar, pode cadastrar um milhão de pessoas para pedir por alguma coisa; 
se Deus determinar algo diferente, de nada adiantará. Talvez isso soe como 
fatalismo, mas a verdade é que o poder vem de Deus, não da oração do 
homem.
Como conciliar tudo isso? 
Como compreender a importância da oração e, ao mesmo tempo, que o poder não vem 
dela, mas de Deus? Como confrontar as atuais práticas generalizadas no meio das 
igrejas, que fazem quarenta dias de oração, levantamento de clamores, 
ajuntamento de milhares de pessoas em correntes intermináveis de pedidos? 
Não vou debater a matéria, 
mas expor as conclusões a que cheguei.
01) Todo o poder vem de 
Deus - Eu não tenho nem poder e nem autoridade para mudar uma situação, para 
exigir um milagre ou direcionar alguma bênção. Deus é detentor de todo o poder. 
Deus falou uma vez; duas vezes ouvi isto: que o poder 
pertence a Deus. (Sl 62:11)
02) Deus é soberano 
sobre toda e qualquer situação e Sua vontade não pode ser frustrada. 
Muitos propósitos há no coração do homem, porém o 
conselho do Senhor permanecerá. (Pv 19:21)
03) Deus nos ensinou a 
orar para Ele, a pedir para Ele, e decidiu aceitar os pedidos que lhe 
convencerem e que satisfizerem aos Seus propósitos. E se 
o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha 
face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e 
perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. (2Cr 7:14); 
E ele lhes disse: Quando orardes, dizei: Pai nosso, que 
estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; seja feita a tua 
vontade, assim na terra, como no céu. (Lc 
11:2)
04) Nem todo pedido que 
apresentamos ao Senhor recebe uma resposta positiva. O motivo principal é a 
soberania divina. Ele tem os seus motivos. Até Jesus experimentou um "não", ao 
orar ao Pai. E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai 
meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua 
vontade. (Mt 26:42)
05) Jesus nos ensinou a 
orar e a não desistir da prática ou do motivo, exceto quando soubermos, como Ele 
no Getsêmani (no exemplo que dei acima) de que a vontade do Pai é antagônica ao 
nosso pedido. E contou-lhes também uma parábola sobre o 
dever de orar sempre, e nunca desfalecer, (Lc 
18:1)
06) A oração deve ser 
dirigida ao Pai, em nome de Jesus, no poder do Espírito Santo.  E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja 
glorificado no Filho. (Jo 14:13); Mas tu, quando orares, entra no teu aposento 
e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em 
secreto, te recompensará publicamente. (Mt 6:6); Mas vós, amados, edificando-vos 
a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo, (Jd 
1:20)
07) Deus aceita uma 
oração pública feita segundo a Sua vontade, mas também a oração privada, feita 
em secreto. A oração feita por um justo pode muito 
em seus efeitos. (Tg 5:16); E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam 
reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a 
palavra de Deus. (At 4:31)
08) Não importa 
quantas pessoas orem por uma questão, nem a sua posição de serviço no Reino 
de Deus (ministro, leigo, evangelista). Se Deus desejar atender, Ele o fará, 
mesmo que em resposta ao mais humilde servo. Vai, e 
dize a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi teu pai: Ouvi a tua oração, 
e vi as tuas lágrimas; eis que acrescentarei aos teus dias quinze anos. (Is 
38:5); Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os 
contritos de espírito. (Sl 34:18)
09) Pedir oração aos 
irmãos na fé foi prática apostólica, lícita, útil e importante; deve ser 
continuada. Irmãos, orai por nós. (1Ts 5:25); Orai 
por nós, porque confiamos que temos boa consciência, como aqueles que em tudo 
querem portar-se honestamente. (Hb 13:18)
10) Devemos ser gratos a 
Deus pela resposta, seja ela qual for, independente do número de pessoas que 
oraram. O poder veio de Deus, não da oração. As orações expressaram confiança, 
submissão, fé e esperança; agora será a vez de agradecer. Se possível, 
antecipadamente. Por isso vos digo que todas as coisas 
que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis. (Mc 
11:24)
Tenho experimentado a graça 
de Deus e o poder de Deus em minha vida, em meu ministério pastoral e nas 
orações particulares e públicas.
Em minha vida experimento o 
poder de Deus diuturnamente. Ele me salvou, me perdoou, me transformou. Curou-me 
de problemas cardíacos letais, deu-me um casamento e dois filhos. E atualmente 
cuida de mim, suprindo-me de cada necessidade.
Em meu ministério vejo a 
mão do Senhor a cada instante. Sou pastor da mais pequenina igreja batista da 
região. Contudo, sem ter nada, tenho tudo. Deus concedeu-nos um bom terreno, uma 
boa capela, uma boa laje, um bom estacionamento, está nos dando a cozinha e 
ainda tenho esperança de terminar o salão social. O povo está comigo há mais de 
vinte anos e em comunhão com o Senhor. Ele me dá a graça de pregar, de cantar, 
de tocar, de ensinar e de irradiar programas. E tenho leitores qualificados como 
os que me lêem agora!
Nas orações públicas Deus 
tem sido misericordioso. Muitos pedidos têm sido divulgados e grandes respostas 
têm sido detectadas. Algumas com um gostoso "sim" divino, como no caso do Pr. 
Ediel Carvalho da Silva, cuja vista, quase perdida, está em processo de 
restauração. 
Nas orações privadas Deus 
tem sido generoso. Ao pé da porta da casa do saudoso irmão Sebastião Emerich a 
minha esposa pediu para que ele intercedesse por nós, para que tivéssemos 
filhos. Ele orou e disse: "Fique tranquila; o Senhor já providenciou". Josué 
Elias e Rute Cristina são exemplos claros dessa vitória. Um homem só, em 
privado, a clamar. O poder vem de Deus, não do processo. Mas um processo que 
envolve gente que tem compromisso sério com o Senhor.
Os "nãos" estão presentes 
também. São tantos! Causam dor, causam reflexão e às vezes tenho que acalmar a 
minh'alma, dizendo-lhe: "espera em Deus". São os "nãos" amorosos do Senhor; às 
vezes para me manter humilde; às vezes para aguardar um melhor momento; às vezes 
sem uma razão compreensível para mim, mas importante para Deus. Respondeu Jesus, e disse-lhe: O que eu faço não o sabes tu agora, 
mas tu o saberás depois. (Jo 13:7)
Conclusão: o poder vem de 
Deus; a oração é apenas o processo. Mas Deus deu aos homens a quem chama o 
privilégio da audiência com Ele, e a oportunidade de orar e clamar. Neste 
"espaço de manobra" da liberdade limitada , dada por Deus, recebemos um sim. 
Outras, um não. E ainda outras, um espere. Independentemente da resposta, a 
vitória é certa. Posso todas as coisas em Cristo que me 
fortalece. (Fp 4:13)
Espero que estas conclusões 
sejam úteis a alguém. 
Que Deus nos 
abençoe.
Pr. Wagner Antonio de 
Araújo
07/12/2017
 
 
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