quinta-feira, 7 de março de 2013

memórias literárias - 33 - AGORA


33 - AGORA!!!


Começar é mais difícil que terminar. Principalmente quando se trata de literatura. Ao me propor escrever nova série de textos, similar às CRÔNICAS DE DEZEMBRO, pensei: "como começar?"

Então um pequeno conto, uma fábula muito interessante, chegou à caixa de entradas da minha conta de e-mail. Infelizmente, como sói acontecer no ambiente virtual, o texto chegou sem paternidade, anônimo. Quisera Deus que seu autor estivesse lendo isso agora, para sussurrar-me seu nome, e, assim, dar-me a chance de fazer-lhe justiça!

Vejam só que criatividade (isto é simplesmente uma fábula, não um fato):
===
Era uma vez, há muitos e muitos anos, uma escola de anjos.
 Conta-se que, naquele tempo, antes de se tornarem anjos de verdade, os anjos aprendizes passavam por um estágio. 
Durante um certo período, eles saíam em duplas para fazer o bem e, no final de cada dia, apresentavam ao anjo-mestre um relatório das boas ações praticadas. 
Parece que, naquele dia, o mal estava de folga. Enquanto voltavam tristes, os dois se depararam com dois lavradores que seguiam por uma trilha. 
Neste momento, um deles, dando um grito de alegria, disse para o outro:
- Tive uma idéia. Que tal darmos o poder a estes dois lavradores por quinze minutos para ver o que eles fariam? 
O outro respondeu:
- Você ficou maluco? O anjo-mestre não vai gostar nada disto! 
Mas o primeiro retrucou:
- Que nada, acho que ele até vai gostar! vamos fazer isto e depois contaremos para ele.
E assim o fizeram. 
Tocaram suas mãos invisíveis na cabeça dos dois e se puseram a observá-los.
 Poucos
passos adiante, eles se separaram e seguiram por caminhos diferentes. 
Um dos lavradores, viu um bando de pássaros voando em direção à sua lavoura. Passando a mão na testa suada, disse:
- Por favor, meus passarinhos, não comam toda a minha plantação! Eu preciso que esta lavoura cresça e produza, pois é daí que tiro o meu sustento. 
Naquele momento, ele viu, espantado, a lavoura crescer e ficar prontinha para ser colhida em questão de segundos.
Assustado, ele esfregou os olhos e pensou: devo estar cansado.
E acelerou o passo. 
Logo adiante, ele caiu ao tropeçar em um pequeno porco que havia fugido do chiqueiro.
Mais uma vez, esfregando a testa, ele disse:
 você fugiu de novo, meu porquinho! 
A culpa é minha. Eu ainda vou construir um chiqueiro decente para você.
 Mais uma vez, espantado, ele viu o chiqueiro se transformar num local limpo e acolhedor, todo azulejado, com água corrente e o porquinho já instalado no seu compartimento
Esfregou novamente os olhos e apressando ainda mais o passo, disse mentalmente:
 estou muito cansado! 
Assim,  ele chegou em casa e, ao abrir porta, a tranca que estava pendurada caiu sobre sua cabeça. Ele, então, tirou o chapéu, e esfregando a cabeça disse:
-de novo, e o pior é que eu não aprendo. Também, não tem me sobrado tempo.
 Mas ainda hei de ter dinheiro para construir uma grande casa e dar um pouco mais de conforto para minha mulher. 
Naquele exato momento aconteceu o milagre. Aquela humilde casinha foi se transformando numa verdadeira mansão diante dos seus olhos. 
Assustadíssimo, e sem nada entender, convicto de que era tudo decorrente do cansaço, ele se jogou numa enorme poltrona que estava na sua frente e, em segundos, estava dormindo profundamente. 
Não houve tempo sequer para que ele tivesse algum sonho. 
Minutos depois, ele ouviu alguém pedir socorro:   compadre! Me ajude! Eu estou perdido! 
Ainda atordoado, sem entender muito o que estava acontecendo, ele se levantou correndo.
 Tinha na mente, imagens muito fortes de algo que ele não entendia bem, mas parecia um sonho. 
Quando ele chegou na porta, encontrou o amigo em prantos.
Ele se lembrava que, poucos minutos antes, eles se despediram no caminho e estava tudo bem. 
Perguntando o que havia se passado, ele ouviu a seguinte história:
- Compadre, nós nos despedimos no caminho e eu segui para minha casa. Acontece que poucos passos adiante, eu vi um bando de pássaros voando em direção à minha lavoura. 
Este fato me deixou revoltado e eu gritei:
- Vocês de novo, atacando a minha lavoura. Tomara que seque tudo e vocês morram de fome! 
Naquele exato momento, eu vi a lavoura secar e todos os pássaros morrerem diante dos meus olhos!
Pensei comigo, devo estar cansado, e apressei o passo.
 Andei um pouco mais e cai, depois de tropeçar no meu porco, que havia fugido do chiqueiro
Fiquei muito bravo e gritei mais uma vez:
-  Você fugiu de novo? Por que não morre logo e pára de me dar trabalho?
 Compadre, não é que o porco morreu ali mesmo, na minha frente? 
Acreditando estar vendo coisas, andei mais depressa, e, ao entrar em casa, me caiu na cabeça a tranca da porta.
 Naquele momento, como eu já estava mesmo era com raiva, gritei novamente:
- Esta casa...Caindo aos pedaços, por que não pega fogo logo e acaba com isto?.. 
Para minha surpresa, meu compadre, naquele exato momento a minha casa pegou fogo, e tudo foi tão rápido que eu nada pude fazer!
 Mas...compadre, o que aconteceu com a sua casa?...De onde veio esta mansão?
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Os anjos, depois de tudo observarem, foram embora, muito assustados, contar para o anjo-mestre o que havia se passado.
 Estavam muito apreensivos quanto ao tipo de reação que o anjo-mestre teria.
Mas tiveram uma grande surpresa. 
O anjo-mestre ouviu com muita atenção o relato. Parabenizou os dois pela idéia brilhante que haviam tido e resolveu decretar que,
a partir daquele momento,
todo ser humano teria 15 minutos de poder ao longo da vida. 
Só que, NINGUÉM, jamais, saberia quando estes 15 minutos de poder estariam acontecendo.

Será que os 15 minutos próximos serão os seus?

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Essa lindíssima fábula, cuja autoria não foi mencionada (como acontece com textos que escrevi), ilustra muito bem o pouco que quero dizer neste primeiro dia.

Hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas. É o primeiro dia do último mês do ano. É o início de uma nova fase, na vida de quem se propôs a algo. É um marco, um momento histórico, um divisor de águas. Exatamente hoje alguém está conhecendo o grande amor de sua vida. Talvez esteja entrando no emprego que lhe trará o sucesso tão amplamente planejado, ou ainda o dia em que receberá a alta médica, o resultado do exame, a aprovação na faculdade, o "sim" da noiva amada. Quanta coisa não estaria acontecendo exatamente hoje?

Há coisas tristes também. É o dia em que se perde um amigo, um parente, um amor. Pode ser o dia da despedida, do boletim médico a decretar um tratamento severo, uma mudança súbita de cidade ou país. Pode ser o roubo de um carro, de uma casa, um seqüestro. Infelizmente o mundo jaz no Maligno, e no mundo teríamos aflições.

Mas hoje pode ser mais importante que tudo isto, porque pode ser o dia em que você diga: "De agora em diante buscarei primeiro o Reino de Deus, e toda a sua justiça". Que bênção! Lembro-me da história de um conhecido sanfoneiro evangélico, que, enquanto divertia seus ouvintes no baile do final de semana, lembrava com carinho das palavras inesquecíveis de sua mãe, que, evangelizando-o, dissera: "um dia você haverá de dar o melhor para Jesus". Então, em prantos, anunciou no microfone: "Pessoal, agora a última música de minha carreira, porque sairei daqui, rumo a uma nova vida, vou ser um crente em Jesus Cristo". O povo, atônito, ouviu-o tocar: "Oh, quão cego eu andei e perdido vaguei..."

Lembro-me, igualmente, do testemunho do Cantor Fernandinho, de saudosa memória, muito conhecido do meio renovado paulistano. Cantor de boates, dono de uma voz privilegiada, era um jovem triste, porque não conhecia a sua mãe verdadeira. Um dia, a Vovó Marta, uma evangelista da década de 70, levou-o a Cristo, juntamente com o Cantor Nicoleti, e ele converteu-se. Abandonou a noite, abandonou o mundo, e disse: "Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida, hei de viver só para Jesus". E isto ele fez, e como fez!

Que tal começarmos de novo, leitores? Aquelas promessas de ler a bíblia e orar todos os dias, compromissos tão batidos e não cumpridos, que tal começarmos firmes agora? Entregarmos folhetos evangelísticos no nosso trabalho, testemunharmos  a nossa fé entre os colegas de escola, irmos à igreja com freqüência e envolver-nos numa igreja local, fazendo dela a nossa congregação, por que não começarmos AGORA? Aquele regime alimentar tão sonhado e nunca obedecido, aquela poupança para adquirir uma propriedade ou o pagamento de previdência privada para aposentadoria condigna, enfim, há tanta coisa protelada, que pode ser começada A G O R A!!!

Pare de prometer. Cumpra. Pare de treinar; jogue! Pare de sonhar; realize! Pare de querer; faça acontecer! Há dois tipos de pessoas, conforme nos ensina Anthony Hobbins, em seu livro "Desperte o Gigante Interior": os que estão interessados e os que estão empenhados. Passamos a nossa vida interessados em fazer alguma coisa. Mas as coisas só acontecem quando nos empenhamos nas mesmas. Está aí o filho pródigo, para nos ensinar. No dia em que sentiu a barriga vazia e a solidão lhe fazer companhia, determinou-se voltar para casa,... e voltou mesmo! Faça o mesmo! Aja! Não seja um sonhador, mas um realizador!

Tem relacionamentos para consertar? Vá até as pessoas envolvidas e reconcilie-se! Tem cartas para enviar? Vá ao correio e mande-as! Tem telefonemas a fazer? Faça-os! Tem tarefas difíceis na gaveta? Tire-as e realize-as! A melhor forma de fazer as coisas é começar pelas mais difíceis! Faça-as de uma vez por todas! Não tem sido um bom mordomo do dízimo do Senhor? Coloque uma pedra no caminho e comece de hoje em diante! Deus lhe deu dons e talentos, e você os enterrou? Corra para o quintal, desenterre-os, e coloque-os ao serviço de Cristo! Faça o dia de hoje valer alguma coisa!

Salmos 118.24:
"Este é o dia que o Senhor fez;
regozijemo-nos, e alegremo-nos nele."



Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP
Good News Partnership Missions, Inc., U.S.A.
bnovas@uol.com.br
www.uniaonet.com/bnovas.htm  

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