40 - UMA SURPRESA NAS PESQUISAS - conto
missionário
Marcos estava feliz: só mais uma cidadezinha, e sua pesquisa estaria completa. Ele trabalhava em agência de pesquisas de porta em porta, e recebera a incumbência de detectar quais as instituições mais importantes em cada uma das oito cidades estudadas. Polícia, bombeiros, escolas, farmácias, até uma barraquinha de pastéis fora identificada.
A oitava cidade era pequena, um pouco mais que as outras. Não seria difícil levantar a amostragem. Ele já pegara a prática.
Escolheu uma rua central e foi a uma casa. Procurou a campainha, mas não achou. Bateu palmas.
- Quem é?
- Pesquisa, minha senhora. Pode me dar atenção uns minutinhos?
- Claro! O que deseja?
Marcos explicou: estava trabalhando para a implantação de um novo negócio, e precisava saber dos moradores quais as coisas mais importantes no bairro. Fez as clássicas perguntas (quantas pessoas moram na casa? Qual a faixa salarial? Quantos estudam? Quantas horas gastam em frente um televisor? Etc.). Então fez a última:
- Se a senhora pudesse escolher, qual seria a coisa mais importante aqui no bairro, algo que não pode faltar de forma alguma?
- A Igreja Batista - respondeu convictamente.
- Como? ? ?
- A Igreja Batista!!
- Ué, ninguém respondeu isso até agora! Que surpresa! Vou anotar bem pequenininho aqui do lado.
- Não senhor. Escreva aí IGREJA BATISTA. Aqui na cidade a igreja batista é insubstituível. Ah, como eu agradeço a Deus por essa igreja! E eu nem crente sou, hein? Mas já fui tão abençoada por eles!
- E o que eles fizeram de tão importante assim?
- Tiraram meus três filhos da rua, das más companhias, e os levaram para o bom caminho. Só isso já teria valido!
Marcos agradeceu, e decidiu ir para outro ponto da cidade. Talvez por lá ele conseguisse uma amostragem "normal". Bateu numa outra porta, fez as perguntas, e complementou com a derradeira (Qual a instituição mais importante do bairro?)
- A Igreja Batista! Ah, moço, aqui em casa todos nós freqüentamos essa igreja. E todo mundo aqui era "desandado", viu? Meu marido largou a bebedeira, minha filha "aprumou" e meu filho tá até "trabalhano de verdade"! Por isso não tem outra coisa pra sugerir não! Tem que ser a igreja batista!
Marcos estava perplexo, porque, em todas as outras cidades, nunca uma igreja fora citada como algo relevante. Mas aqui, as coisas estavam diferentes!
Marcos fez a pesquisa pelas casas da cidade durante todo o sábado. Eram cem casas. Em 98 delas a resposta foi a mesma: IGREJA BATISTA! Ao final, fez um levantamento do porquê as pessoas julgavam tão relevante a Igreja Batista da cidade. Aqui está a súmula:
A IGREJA BATISTA: TIROU CRIANÇAS DA RUA - ENSINOU MÚSICA PARA ADOLESCENTES - SERVIU DE CONSELHEIRA PARA CASAMENTOS EM DIFICULDADES - ENSINOU UMA PROFISSÃO AOS DESOCUPADOS - SERVIU SOPÃO AOS POBRES - ARRECADOU AGASALHOS NO FRIO, DISTRIBUINDO-OS - ENSINOU ADULTOS ANALFABETOS A LER E A ESCREVER - DEU REFORÇO ESCOLAR ÀS CRIANÇAS CARENTES - FEZ CONFERÊNCIAS BÍBLICAS - FEZ CURSO DE SEITAS E HERESIAS - VISITOU OS LARES COM NÚCLEOS DE ESTUDOS BÍBLICOS - AJUDOU A PINTAR ALGUMAS CASAS - TORNOU O CULTO DOMINICAL UM COMPROMISSO PRAZEIROSO - DEU UMA BÍBLIA PARA CADA MORADOR - DEU UMA RELIGIÃO RELEVANTE PARA OS SEM-IGREJA - DEU PERSPECTIVA DE VIDA E ESPERANÇA PARA A CIDADE - CONTRIBUIU COM O PROGRESSO PESSOAL E COLETIVO.
Marcos estava muito impressionado. Decidiu visitar a igreja no culto do domingo à noite. E, como era de se esperar, o pequeno salão estava lotado. Muitas cadeiras foram colocadas do lado de fora, com uma caixa de som servindo de contato entre o salão e a rua. Mas todos estavam felizes, e as pessoas continuavam chegando. No culto, orações, músicas bonitas, uma boa e simples pregação. Ao final, um "friendship" (confraternização), quando todos comeram "de graça" os pratinhos de quitutes que levaram.
Antes de ir embora, o pastor cumprimentou Marcos. Este lhe perguntou: "Pastor, qual é o segredo para se fazer uma igreja tão pequena como a sua, tão importante para uma cidade? Como vocês conseguem?"
O pastor lhe disse:
- Filho, os batistas são COOPERADORES, trabalham em prol do Reino de Deus. Assim, não estamos sozinhos aqui. Esta é a ponta de um iceberg. Nós somos fruto da VISÃO MISSIONÁRIA de nossa CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Tudo o que somos e temos, é algo compartilhado por batistas de outros lugares. Temos algo chamado PLANO COOPERATIVO, quando nossas igrejas cooperam financeiramente umas com as outras, e proporcionam as condições para sustentar um trabalho como esse, em convênio. Nascemos assim. Algumas igrejas investiram em nós: deram-nos terreno, capela, casa pastoral. Outras entraram no sustento do pastor. E outras ajudam indiretamente, com o PLANO COOPERATIVO. Além disso, recebemos visitas de igrejas, que nos trazem o seu melhor: cursos, treinamentos, atendimento médico-odontológico, pregações, visitações, mutirões missionários, palestras sobre alcoolismo e drogas, e alguns fazem cursos quinzenais de música, para dar capacitação aos nossos. Por isso a nossa igreja é tão frutífera. O segredo é COOPERAR.
Marcos foi embora satisfeito. Se há algo que ele nunca se esquecerá na vida, é que ainda há espaço para uma igreja ser importante na vida de um bairro, de uma cidade e de um país. E, para que isso ocorra, o segredo é COOPERAÇÃO, SOLIDARIEDADE, PARTICIPAÇÃO. Ao invés de falarem sobre os problemas da igreja como instituição falida, os batistas agem, trabalham e constróem a igreja de amanhã, ajudando, investindo, amando, compartilhando.
Nesta campanha em prol de MISSÕES ESTADUAIS da CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO DE SÃO PAULO, leve a sua igreja a participar. Nas contribuições mensais, ensine a igreja a participar do PLANO COOPERATIVO. Na oferta especial, ajude sua igreja a alcançar o alvo proposto. Certamente histórias como a de Marcos se repetirão em muitos e muitos pontos de nosso grande Estado de São Paulo. Quem sabe não será a sua igreja uma protagonista de uma nova história de sucesso?
Wagner Antonio de Araújo
pós-escrito: este artigo
foi escrito para a CAMPANHA DE MISSÕES ESTADUAIS DA CONVENÇÃO BATISTA DO ESTADO
DE SÃO PAULO, em 2005, na época em que a mesma era administrada DESSA FORMA pelo
Pastor José Vieira Rocha. A realidade institucional da citada organização não é
mais a mesma. Bendito seja Deus pelos bons tempos daquela administração! (do
autor). E que Deus tenha misericórdia de Sua obra no mundo
atual.
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