sexta-feira, 5 de abril de 2013

memórias literárias - 57 - TEMPOS QUE NÃO MUDAM


57 - TEMPOS QUE NÃO MUDAM
01/05/2007

A nossa vida é tão curta, tão rápida, tão semelhante a um “conto ligeiro”, tão parecida com a neblina da manhã, que é difícil nos conscientizarmos de que “o tempo não para”. O tempo não aguarda que nos ajustemos a ele. Aquela canção “não vou me adaptar”, dos Titãs, expressa muito bem a surpresa de uma criança crescida, que se vê no corpo de um adulto. E qual de nós não experimentou essa sensação, ao menos uma vez na vida?

Diz o sábio Salomão, em um de seus célebres escritos, que “há tempo para todas as coisas debaixo do Céu” (Ec 3.1). Sim, de fato, para tudo, há um tempo determinado. Isto é, há coisas que só devem acontecem naquele tempo. Por exemplo:

1)      Uma semente só germina passados os dias necessários para isso
2)      O nascimento sadio de uma criança leva nove meses de gestação;
3)      Um bolo tem os minutos certos para ficar assando no forno; se sair antes, sai cru, se sair depois, sai queimado;
4)      Um ser humano precisa de oito horas, no mínimo, de sono saudável, diariamente;
5)       Devemos ter três refeições ao dia, e nossas barrigas sentem a chegada do horário de costume;
6)      Há um vazio no peito do ser humano, que tem o tamanho exato de Deus, e, enquanto não for preenchido, ele acusará estar oco, necessitando de preenchimento, e esse tempo é a vida toda.

Isso nos faz pensar sobre a forma com que lidamos com o tempo, e a maneira que o gastamos, diante da vida pós-moderna de um mundo globalizado. Nossas crianças têm tempo para brincar? Nossos adolescentes têm tempo para aprimorar o que aprenderam? Nossos adultos têm tempo para viver com alegria?

É meio difícil.

Nossas crianças vivem prisioneiras em nossos apartamentos e casas, devido à necessária segurança contra balas perdidas, seqüestros ou trânsito maluco. Assim, não sabem mais o que é um carrinho de rolemã, um jogo de bola na rua ou, para as meninas, uma brincadeira de amarelinha, de estátua ou de vai-e-vem.

Nossos adolescentes vivem grudados num monitor de computador, experimentando a experiência alheia de vitória, derrota, de matança ou de conquista, esparramada pelos jogos de videogame nos comuns “playstation 3”. São verdadeiras bombas-relógio, ou represas que estão prestes a estourar, cheias de vitalidade e potencial não utilizado; no dia em que estouram, o fazem mal, e escolhem a violência, a promisquidade e o afastamento dos valores morais, éticos e cristãos.

Nossos adultos, casados e pais, talvez não estivessem preparados para tal, e hoje padecem para alimentar a família, para manterem-se empregados, para sustentar seu conforto, restando pouco tempo para a família, para os amigos e para Deus. Vivem sob a égide do “stress”, andam no limite entre a sanidade e o ataque cardíaco.

A flor-de-maio é um exemplo para nós. Iniciando em maio, suas flores são belíssimas. Mas não abrem em novembro ou em fevereiro, se não forem forçadas geneticamente ou por técnicas de invasão à sua natureza. Assim devemos respeitar o tempo de nossa existência, vivendo bem cada uma das fases: tempo de ser crianças, tempo de ser jovens, tempo de ser adultos. E, em cada um deles, lembrarmos de que há coisas cujo tempo é “sempre”, cuja prioridade é “total”, cuja prática é indispensável para o alcance da verdadeira felicidade:

1) É tempo de buscar a Deus! “Buscai ao Senhor, enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”  (Is 55.6)

2) É tempo de perdoar! “Perdoai, e sereis perdoados”.(Mt 6.12)
3) É tempo de começar de novo! “Cairá o justo sete vezes, mas não ficará prostrado”.(Prov 24.16)
4) É tempo de encarar a eternidade, e tomar decisões que nos aproximem de Deus: “louco, esta noite te pedirão a tua alma...”, “prepara-te para te encontrares com o teu Deus”.(Lc 12.20; Am 4.12)

O Criador, o Deus Imanente e Transcendente, Santo, Justo, Perfeito, Eterno, Imenso, Infinito, Pessoal, confiou a cada um de nós um tesouro incomensurável, o dia de hoje, a vida que temos agora. Cabe a nós, no uso de nosso livre arbítrio e sabedoria, escolher o melhor, isto é, escolher buscá-lo, amá-lo e conhecê-lo, pois todas as outras coisas se ajustarão.

 “O temor do Senhor é o princípio da Sabedoria”; “Buscai primeiro o Reino de Deus, e as outras coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33)

Que seja assim. Amém.

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco SP
www.uniaonet.com/bnovas.htm
www.bnovasosasco.com.br
bnovas@uol.com.br

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