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DIREITOS
AUTORAIS
José era um jovem muito
promissor. Convertera-se a Cristo e vivia o júbilo do primeiro amor. Ele não
tinha família cristã e fizera dos irmãos da igreja a sua própria
família.
Ávido por compartilhar a
Palavra de Deus, digitou no seu facebook um folheto evangelístico que recebera.
Mandou para todos os seus contatos. Qual não foi a sua surpresa quando recebeu
do facebook o seguinte aviso:
"Seu texto está ferindo as
nossas normas. Ele tem direitos autorais. Delete-o ou seremos forçados a fechar
a sua conta". José ficou perplexo. "Como DIREITOS AUTORAIS? A mensagem de Cristo
não é DE CRISTO? Vou falar com o pastor". E ligou para seu pastor, autor do
folheto. Este lhe disse: "Infelizmente o meu texto é propriedade da editora e eu
nada posso fazer. Sinto muito".
Carlos não entendia como
era possível proibir a distribuição de um folheto feito para ser distribuido.
Para ele era um contrassenso. Mas, enfim, seguiu em frente.
Ele ouviu um louvor tão
bonito na igreja que decidiu gravar no culto e divulgar no seu youtube. Não
tardou e o youtube lhe comunicou:
"Seu vídeo tem conteúdo de
terceiros. O proprietário não autoriza a sua divulgação. Sua conta será
bloqueada.". Ah, agora era demais. O cântico era um culto, não era material para
a venda. O cantor era tão espiritual! Decidiu escrever para o cantor. Este lhe
respondeu: "Fale com o meu empresário; pagando uma quantia você poderá divulgar
seu videozinho". José ficou perplexo! Decidiu tirar e divulgar um hino do
hinário da igreja, só a letra. Logo o BLOGGER enviou-lhe outra mensagem, dizendo
que os direitos autorais eram de uma empresa americana e que não poderia usá-la.
Ainda esperançoso em usar
sua mídia para evangelizar, gravou o seu pastor pregando e colocou-o no VIMEO.
Recebeu um telefonema da secretária da igreja: "José, a empresa que administra o
site da igreja não permite imagens do pastor no templo sem a autorização deles,
e há uma taxa de 100 reais por vídeos extras. Assim, você quer que nós enviemos
a você um boleto?" José ficou perplexo!
Como última tentativa,
digitou em seu facebook um texto bíblico. A editora de bíblias escreveu-lhe:
"proibido o uso de nossa tradução sem a devida permissão".
Carlos então entendeu. O
evangelho é de graça, mas os atravessadores criaram taxas. É a nova geração de
publicanos que tomou conta do mundo cristão.
Aleluia! "Não use essa
palavra porque faz parte das santas palavras de propriedade exclusiva da nossa
denominação".
SENHOR JESUS - "Uso
proibido dessa expressão por ser de direito privado; seu uso pode acarretar as
penas previstas no código de defesa do consumidor"...
MISERICÓRDIA, SENHOR!
"Detectamos o uso de uma expressão restrita aos cultos de consagração e não
autorizamos a sua inclusão em seus textos"....
José, enfim, abandonou a
igreja e foi viver sozinho, pois até a oração tinha que ter a autorização de
alguém...
..............
É claro, leitor. Isso é uma
ficção. Mas não estamos distantes disto. Há algum tempo postei hinos do hinário
de minha denominação e fui obrigado a desmontá-lo, pois "não podiam ser
divulgados" - Claro, um hinário é feito para NÃO SER CANTADO...
Caminhamos para um tempo em
que voltaremos ao velho sistema pessoal: porta a porta, pessoa a pessoa,
cartinhas pessoais e telefonemas. E ainda com muito cuidado, pois bem pode ser
que os correios e a telefônica estejam com contratos de direitos autorais;
assim, se for detectado o nome JESUS ou FÉ eles taxarão o seu
uso.
Wagner Antonio de
Araújo
Igreja Batista Boas Novas
do Rodoanel, Carapicuíba, São Paulo, Brasil
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