De novo???
Mas
o último foi ontem mesmo, Faz tão pouco tempo!
Lembro-me
de quando preparava os trabalhinhos de artes plásticas, no primário e no
ginásio. Folhas de sulfite com pó de lápis de cor, giz de cêra, raspas de
madeira, borrões de guache, etc. Não ficava bonito, lindo, maravilhoso. Às vezes
era horroroso o resultado. Mas que se havia de fazer? Era o melhor que eu podia
fazer naqueles anos primevos da vida juvenil.
No
dia das mães, logo que amanhecia, corria para entregar à mamãe querida as
lembrancinhas feitas na semana. Juntava com um presentinho ou outro, que muitas
vezes não eram mais que objetos de cozinha, que serviriam à casa mesmo, mas que
entregava com tanto carinho!
Depois
meu irmãozinho chegou, cresceu, e foi sua vez de dar as coisinhas feitas na
escola. Porta-níqueis de plástico, flores feitas de recortes, vasinhos de
argila, plantinhas cultivadas na escola, enfim, as professoras sempre inventavam
alguma coisa diferente para que trouxéssemos às nossas
mães.
Crescemos,
saímos da escola, paramos de fazer trabalhos de arte plástica e ficamos
sofisticados. Com nossos próprios salários podíamos comprar coisas boas para a
mamãe: roupas, sapatos, objetos de uso pessoal, aparelhos eletro-eletrônicos,
etc. Para a mamãe, o prazer e a alegria eram os mesmos daquele papel cheio de
folhas de mato coladas, desenhando um EU TE AMO.
Amadurecemos,
e mamãe envelheceu. Os presentes, que antes cheiravam a perfume, agora cheiravam
a remédios, mas o sorriso continuava o mesmo, e o prazer de ter os filhos ao seu
redor só aumentava. O amor de mãe é mutante só em um sentido: para mais e para
melhor. Se mamãe nos amava antes, agora muito mais, pois a cada dia esse amor
aumentava, crescia, se auto-cultivava. Mãe é estufa, é criadouro, é viveiro de
delícias vivas.
Bem,
mas hoje é Dia das Mães.
O
que daremos à nossa, Daniel?
Nada.
Nada
lhe daremos. Pela sexta vez estaremos vendo a celebração pessoal dos outros, e a
nossa será apenas espiritual, interiorizada. Mamãe partiu em 2005. Mamãe está
com Jesus. Não falamos com ela, não a vemos, não nos comunicamos. Mas nem é
preciso, porque a conexão de nossos corações é eterna e indestrutível. O amor
que nos unia, continua a nos unir e nos fortalecer. Não importa que não
estejamos juntos fisicamente. Nossos corações vibram na mesma freqüência e
nossos pensamentos são de gratidão.
Por
esses dias recebi um presente. Para mim e para o Daniel. Foi uma leitora minha,
uma moça muito querida, que até então eu desconhecia. Ela é da Cidade do México.
Ela lê meus e-mails em português, mas não fala a nossa língua. Ela não fala
português, mas fala a língua das mães - ela fala a linguagem do
AMOR.
Ela
mandou esses presentes:
Ela
assistiu aos filmes que guardei com imagens da minha mãezinha, e fez esses dois
retratinhos tão lindos, dóceis, meigos e VIVOS!
Sim.
Ela viu em minha mãe a VIDA. E essa vida que mamãe expressava tão linda, em seus
olhos, foi Jesus quem deu. E Jesus não é Deus de mortos, mas Deus de vivos! Quer
vivamos ou quer morramos, somos de Jesus, e estamos vivos!
Aleluia!
Então
o presente do dia das mães é dizer a Jesus OBRIGADO PELA VIDA! OBRIGADO POR
GUARDAR A NOSSA MÃE NO CÉU! OBRIGADO POR TER-NOS DADO ELZIRA BONFANTE POR UM
TEMPO! OBRIGADO PORQUE UM DIA NOS REENCONTRAREMOS TODOS JUNTOS, DANIEL, EU,
PAPAI, MAMÃE E ... J E S U S !!!!!
Obrigado
à Glória, pelo presente que nos deu! (gloria.g.r@gmail.com)
Obrigado
aos leitores amigos, que lêem os textos e amam a nossa mãe de tanto que já a
conhecem!
Os
filminhos que temos dela:
Daniel,
eu, meu pai e minha mãe.
Wagner
Antonio de Araújo
Igreja
Batista Boas Novas de Osasco, SP
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