quarta-feira, 20 de maio de 2015

memórias literárias - 172 - DIA DAS MÃES - DE NOVO?

 






De novo???     

Mas o último foi ontem mesmo, Faz tão pouco tempo!

Lembro-me de quando preparava os trabalhinhos de artes plásticas, no primário e no ginásio. Folhas de sulfite com pó de lápis de cor, giz de cêra, raspas de madeira, borrões de guache, etc. Não ficava bonito, lindo, maravilhoso. Às vezes era horroroso o resultado. Mas que se havia de fazer? Era o melhor que eu podia fazer naqueles anos primevos da vida juvenil.

No dia das mães, logo que amanhecia, corria para entregar à mamãe querida as lembrancinhas feitas na semana. Juntava com um presentinho ou outro, que muitas vezes não eram mais que objetos de cozinha, que serviriam à casa mesmo, mas que entregava com tanto carinho!

Depois meu irmãozinho chegou, cresceu, e foi sua vez de dar as coisinhas feitas na escola. Porta-níqueis de plástico, flores feitas de recortes, vasinhos de argila, plantinhas cultivadas na escola, enfim, as professoras sempre inventavam alguma coisa diferente para que trouxéssemos às nossas mães.

Crescemos, saímos da escola, paramos de fazer trabalhos de arte plástica e ficamos sofisticados. Com nossos próprios salários podíamos comprar coisas boas para a mamãe: roupas, sapatos, objetos de uso pessoal, aparelhos eletro-eletrônicos, etc. Para a mamãe, o prazer e a alegria eram os mesmos daquele papel cheio de folhas de mato coladas, desenhando um EU TE AMO.

Amadurecemos, e mamãe envelheceu. Os presentes, que antes cheiravam a perfume, agora cheiravam a remédios, mas o sorriso continuava o mesmo, e o prazer de ter os filhos ao seu redor só aumentava. O amor de mãe é mutante só em um sentido: para mais e para melhor. Se mamãe nos amava antes, agora muito mais, pois a cada dia esse amor aumentava, crescia, se auto-cultivava. Mãe é estufa, é criadouro, é viveiro de delícias vivas.

Bem, mas hoje é Dia das Mães.

O que daremos à nossa, Daniel?

Nada.

Nada lhe daremos. Pela sexta vez estaremos vendo a celebração pessoal dos outros, e a nossa será apenas espiritual, interiorizada. Mamãe partiu em 2005. Mamãe está com Jesus. Não falamos com ela, não a vemos, não nos comunicamos. Mas nem é preciso, porque a conexão de nossos corações é eterna e indestrutível. O amor que nos unia, continua a nos unir e nos fortalecer. Não importa que não estejamos juntos fisicamente. Nossos corações vibram na mesma freqüência e nossos pensamentos são de gratidão.

Por esses dias recebi um presente. Para mim e para o Daniel. Foi uma leitora minha, uma moça muito querida, que até então eu desconhecia. Ela é da Cidade do México. Ela lê meus e-mails em português, mas não fala a nossa língua. Ela não fala português, mas fala a língua das mães - ela fala a linguagem do AMOR.

Ela mandou esses presentes:


Ela assistiu aos filmes que guardei com imagens da minha mãezinha, e fez esses dois retratinhos tão lindos, dóceis, meigos e VIVOS!

Sim. Ela viu em minha mãe a VIDA. E essa vida que mamãe expressava tão linda, em seus olhos, foi Jesus quem deu. E Jesus não é Deus de mortos, mas Deus de vivos! Quer vivamos ou quer morramos, somos de Jesus, e estamos vivos! Aleluia!

Então o presente do dia das mães é dizer a Jesus OBRIGADO PELA VIDA! OBRIGADO POR GUARDAR A NOSSA MÃE NO CÉU! OBRIGADO POR TER-NOS DADO ELZIRA BONFANTE POR UM TEMPO! OBRIGADO PORQUE UM DIA NOS REENCONTRAREMOS TODOS JUNTOS, DANIEL, EU, PAPAI, MAMÃE E ... J E S U S !!!!!

Obrigado à Glória, pelo presente que nos deu! (gloria.g.r@gmail.com)

Obrigado aos leitores amigos, que lêem os textos e amam a nossa mãe de tanto que já a conhecem!

Os filminhos que temos dela:

  Daniel, eu, meu pai e minha mãe.   
                              

Wagner Antonio de Araújo
Igreja Batista Boas Novas de Osasco, SP

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