domingo, 9 de julho de 2017

memórias literárias - 469 - O VALOR DA SABEDORIA

Sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, e nem depois de ti haverá. (2Cr 1:12)
 
E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. (Tg 1:5)
 
469
 
O VALOR
DA SABEDORIA
Mensagem especial para o dia de formatura da
Turma de Elétrica, da Primeira Igreja Batista em
itaim Paulista, São Paulo, Brasil,
em 08 de julho de 2017
 
INTRODUÇÃO
 
Era Salomão um homem muito jovem, rico, o mais importante homem de Israel. Filho de Betsabá e Davi, recebera do pai a coroa de rei. Teria sob seu encargo a administração de seu grande país. Numa época em que não se falava de democracia e nem de liberdade, era fundamental ser um rei que fizesse jus à função, porque um povo frustrado e sem esperanças é um povo que não produz, que não é feliz e que não dá sustentação a um dirigente. Basta vermos o estado do Brasil nos últimos anos e, infelizmente, nestes dias presentes.
 
Salomão teve um sonho, enquanto seguia com glorioso e volumoso séquito para o alto da montanha. Ali faria um dos maiores sacrifícios da história: mil holocaustos a Deus. Julgava com isso agradar ao Todo-Poderoso. Tenro e jovem, Salomão desconhecia verdadeiramente ao Senhor. Este, tempos depois, afirmou que não tem prazer em holocaustos gigantescos e enormes, porque todos os animais do campo são dEle. Se eu tivesse fome, não to diria, pois meu é o mundo e toda a sua plenitude. (Sl 50:12).
 
Neste sonho Deus falou-lhe ao coração, dizendo: pede-me o que queres que eu te dê. Salomão fez uma avaliação da responsabilidade que recebera e de sua maior necessidade diante da função. Percebera que governar não seria obra fácil, nem tampouco sentia-se capaz para o cargo. Poderia ter aproveitado a oferta de Deus para pedir uma série de coisas: pedir longevidade, pedir a morte de seus inimigos ou pedir a multiplicação das muitas riquezas que já possuia por herança. Contudo, usando do bom senso, mui raro naqueles dias e, quiçá, principalmente nestes tempos modernos, Salomão foi enfático: Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderia julgar a este tão grande povo? (2Cr 1:10)
 
Deus agradou-se do pedido de Salomão, como agrada-se de cada homem ou mulher que a Ele lhe pedem sabedoria. Gostaríamos de falar sobre o valor da sabedoria, neste dia tão especial para os irmãos que hoje se formam nesta turma especial do curso de eletricidade.
 
I - O QUE É A SABEDORIA
 
SABEDORIA vem do latim SAPERE e corresponde ao conhecimento acumulado, ao entendimento para interpretar questões e realizar tarefas, à capacidade para desenvover funções e descobrir soluções diante das inúmeras dificuldades. A sabedoria pode ser uma capacidade inata do ser humano, tendo nascido com ele, sendo levada ao desenvolvimento através de uma boa e sólida educação. Mas também pode ser uma capacidade recebida de Deus, uma dádiva especial, através da qual um homem torna-se perito em uma ou em mais funções, para a glória de Deus ou para o sustento de sua família ou comunidade.
 
A sabedoria é a capacidade de progredir, de evoluir no conhecimento, de aprimorar sistemas, de desenvolver atividades e raciocínios que levem ao progresso, ao bem estar, à justiça e ao pleno desenvolvimento das habilidades humanas. A sabedoria sempre esteve presente com Deus, e foi através dela que Deus criou todo o universo. Então eu estava com ele, e era seu arquiteto; era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo; (Pv 8:30)
 
A sabedoria transforma uma vida, estabelece riquezas, constrói edifícios, descobre coisas novas, revoluciona o mundo. Dá instrução ao sábio, e ele se fará mais sábio; ensina o justo e ele aumentará em doutrina. (Pv 9:9)
 

II - PARA QUE SERVE A SABEDORIA
 
A sabedoria para tudo é útil. Conta-nos o próprio rei Salomão que um homem sábio solucionou uma guerra, quando a sua cidade estava sitiada pelo inimigo. E encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e ninguém se lembrava daquele pobre homem. (Ec 9:15). Conquanto a sabedoria não trouxera benefícios pessoais àquele homem pobre e sábio, foi dele o mérito de tê-la livrado da tirania de um inimigo à porta de sua vila. E aqui vemos um mérito especial da sabedoria: ela serve a todos e não apenas a um indivíduo. Ela enriquece de forma produtiva a todos os envolvidos num projeto, e não apenas ao detentor daquele conhecimento.
 
Conta-nos a história que Santos Dumont, o inventor do aeroplano, precisava de um relógio para marcar a duração de seu vôo experimental. Até então os relógios eram de algibeira, de bolso e não eram adaptados para a verificação das horas com liberdade de movimentos. Como olhar o relógio no momento de pilotar um aeroplano tão frágil e primitivo? Foi então que ele solicitou a seu amigo relojoeiro, CARTIER, em Paris, que lhe adaptasse um relógio para o pulso, o que resolveria todos os seus problemas de praticidade na consulta das horas. Pronto; ali estava inventada a maravilhosa forma de consultar as horas, tão comum para todos nós, mas que veio da sabedoria de um artífice, que pensou no bem que isso produziria à partir de seu invento.
 
Nestes últimos dias o smartphone completou vinte anos. Poucas pessoas, no entanto, sabem de seu início tão inusitado. Um homem por nome Phillipe Khan, decidiu que iria registrar o nascimento de seu filho através de uma câmera digital CASIO, acoplada em seu celular STARTAC da Motorola. Para enviá-la, usou o seu laptop TOSHIBA no carro, enviando a fotografia para mil contatos de e-mail. Ali nascia o celular moderno, com câmera registradora e todos os benefícios que daí vieram!
 
Thomas Edson, o inventor da utilização prática da eletricidade em suas múltiplas possibilidades, queria registrar uma canção infantil para a sua filha querida. Cantou Mary tinha um carneirinho e com isto, em 1877, inventou o fonógrafo, pai de todos os inventos que temos hoje na área do som e do áudio. Hoje sabemos que este não foi, de fato o primeiro som gravado, pois em 1860 um francês, usando um cone, conseguira dez segundos de gravação de sua própria voz. Mas todas estas coisas demonstram que, uma vez investido tempo e atenção à sabedoria, são gigantescas as posibilidades de desenolvimento e de aprimoramento do conhecimento.
 
II - A SABEDORIA E OS BENEFÍCIOS À FAMÍLIA
 
Um homem que usa de sua sabedoria para desenvolver-se coloca à disposição da família inúmeros novos recursos. A mulher que faz uso da sabedoria promove também para o seu lar o aprimoramento das condições e o benefício de todos no uso dos recursos que serão reunidos. Que bênção é poder trazer conforto, recursos, progresso e desenvolvimento para o lar! Passava eu por uma rodovia e contemplava chácaras e sítios ao longo da estrada. Algo chamou-me a atenção. Vi duas propriedades vizinhas de mesmo tamanho e com as mesmas condições naturais. Ambas eram servidas pela passagem de um rio. Ambas possuíam planície e altitude. Mas uma assemelhava-se a um jardim regado, com jardins, pomares, estrada de chão com beiras pintadas de cal, alameda que dava acesso à casa simples, galinheiro coberto e muita limpeza. A outra, entretanto, também possuia casa semelhante, mas cercada pelo caos: o mato cobria a propriedade, o lixo avolumava-se na porteira de acesso, o rio estava cheio de folhas em decomposição. Não havia horta, nem pomar, as galinhas ciscavam no meio do capim e o restolho era tudo o que se colhia daquela terra fértil. Descobri que ambas as famílias tinham níveis econômicos idênticos. Mas o chefe de família da primeira recebera boa educação e usara de sabedoria na administração de sua propriedade; o outro, infelizmente, nem instrução recebera e nem fizera por superar as deficiências de sua má instrução.
 
E o que difere uma pessoa sábia de outra que não o é? O interesse por adquirir sabedoria. Diz a Escritura Sagrada: E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. (Tg 1:5). Não é desculpa dizer-se um infeliz, que não recebeu instrução quando pequeno, que não teve acesso ao conhecimento, que não foi uma pedra lapidada para o bom exercício de uma vida profissional produtiva. Não! Deus pode intervir na história de todo aquele que, com honestidade, humildade e simplicidade, lhe pede sabedoria. Sabedoria abre portas! Sabedoria aumenta os horizontes! Sabedoria transforma a realidade! Dois homens reclamam da vida. Ambos têm a mesma capacidade intelectual. Um aprende um ofício e ganha o seu sustento. O outro vive de ajudas e morre em depressão. E por que? Por castigo? Só se for o castigo por ter sido tolo. Os sábios entesouram a sabedoria; mas a boca do tolo o aproxima da ruína. (Pv 10:14)
 
III - A SABEDORIA E A OBRA DE DEUS
 
Não há para o crente motivo maior ou melhor do que ser mais útil no trabalho do Senhor. O crente tem prazer em servir a Deus e, por isso, tem prazer em fazer o evangelho conhecido de todas as pessoas com quem cruza ou com o maior número de indivíduos com quem puder comunicar-se. A história de William Colgate é um exemplo disso. Um menino de dezessete anos, criado no caminho do Senhor. Deixa a sua casa, na roça para trabalhar na cidade. Sua mãe insta com ele para que sirva a Deus e que nunca deixe de contribuir na Obra do Senhor. Ele ouve e atende aos apelos maternos. Arruma trabalho numa fábrica de sabão. Casa-se com a filha do dono. Com a morte deste herda toda a indústria. E passa a consagrar a Deus o melhor de seu ofício. À princípio ofertou a décima parte, o mínimo com que os cristãos contribuem no trabalho divino. Com a prosperidade oriunda de sua sabedoria (desenvolveu o novíssimo sabão de cheiro, o sabonete), decidiu dedicar vinte por cento de seu lucro. E assim, sucessivamente, ampliou o recurso, até que consagrou noventa por cento de tudo o que ganhava, para a obra do Senhor. Era um simples artesão de sabão; tornou-se um dos maiores megaempresários do passado.
 
O crente toma gosto em dar a Deus o seu melhor! E Deus o abençoa grandemente! E de que forma? Através da sabedoria, através do tino para realizar as suas tarefas. No caso de vocês, nobres formandos, aprenderam com maestria o ofício elétrico. Agora são peritos nas ligações que produzirão boa iluminação, bom funcionamento de equipamentos e conforto por toda parte onde exercerem suas habilidades. Deus lhes dotou de tino e sabedoria, dando-lhes o recurso através do qual poderão galgar sólidos degraus no progresso. Quem sabe inventarão algo que facilitará a vida de todos os humanos, com suas habilidades e idéias revolucionárias? Cabe a cada um, entretanto, esmerar-se por fazer o melhor, serem os melhores, darem o melhor.
 
Mas não se esqueçam de quem lhes proporcionou o dom, a habilidade e o preparo: Deus! Ele deve receber de vocês o melhor. O seu ofício não é moeda de troca com o Criador, mas meio através do qual podem louvá-Lo por tudo o que Ele lhes proporcionou e proporcionará. Deus dotou-os de capacidade através da qual poderão amar ao semelhante no serviço ao próximo. Também poderão ofertar a Deus o serviço tão necessário na Casa do Senhor e nos pontos novos de pregação do Evangelho. Eu testifico que a igreja onde sirvo ao Senhor, Igreja Batista Boas Novas do Rodoanel em Carapicuíba, recebeu de seu mestre, Professor Edson, as dádivas e as bênçãos de seu serviço voluntário. Se hoje temos iluminação de excelente qualidade em nossa igreja, devenos a este herói da fé, que colocou-se à serviço do Senhor e em serviço do próximo. Ele, com sua equipe, dotou a nossa capela, de luzes possantes, de tomadas onde ligamos os nossos equipamentos, de dispositivos que nos dão conforto e condições de funcionamento noturno. E o fez graciosamente, gratuitamente, como serviço santo na Casa do Senhor. Por tudo isso bendizemos a Deus. E hoje, com Sua graça, ele reproduz o seu talento em vocês, nobres iniciantes, que, se munidos de um coração amável e um desejo intenso de servir a Deus, também seguirão os passos deste mestre cristão.
 
CONCLUSÃO
 
Hoje é o início de uma nova vida, de uma nova chance, de um novo amanhecer. Hoje vocês iniciam uma caminhada festiva do exercício de um ofício promissor. Se pensarem em usá-lo para o bem, para o progresso, para o serviço ao próximo, e se colocarem Deus como objetivo final de tudo o que fizerem, serão bem sucedidos. Muitas casas, muitas igrejas, muitos lugares terão o testemunho de seu trabalho ardoroso e sábio, lembrando com gratidão tudo o que fizeram. Se trabalharem bem farão uma vez só, e não duas ou mais vezes, no caso de maus profissionais. Poderão ganhar o seu dinheiro com dignidade, com o suor do rosto, e com absoluta legalidade, pois digno é o trabalhador do seu sustento.
 
Mas lembrem-se: devem a Deus o que são, o que têm e o que aprenderam. Não abandonem a fé, nem o caminho do serviço, nem o auxílio ao próximo. Não façam do dinheiro o seu alvo maior. Não se tornem orgulhosos e prepotentes diante dos que não foram dotados com as qualificações que o Senhor permitiu que tivessem. O verdadeiro sábio é aquele que serve e que auxilia outros no progresso, não aquele que julga-se maior do que todos e que quer tirar vantagens com a imperícia alheia. Sejam nobres, sejam crentes, sejam fiéis, sejam amorosos, sejam cristãos de fato!
 
E Deus muito lhes abençoará.
 
Pr. Wagner Antonio de Araújo
 
 

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