sábado, 29 de julho de 2017

memórias literárias - 485 - O ENTARDECER QUE NÃO PODE SER DETIDO

O ENTARDECER
QUE NÃO PODE
SER DETIDO

 

 
485
 
Aproveitei a tarde para mergulhar nas leituras edificantes dos livros cristãos. Estava na varanda de minha casa. Quando ali chegara o sol estava em seu apogeu, em sua luminosidade intensa das três da tarde.
 
A leitura envolveu-me e edificou-me. Com o passar das horas experimentei dificuldade para manter o entendimento do que lia. Colocava o livro em posições diferentes, para que colhesse mais luminosidade. Então olhei para o céu. O entardecer chegara.
 
Tentei ler mais um pouco, e, com dificuldade, consegui ultrapassar um capítulo. Mas, sem condições de continuar, tive que me render ao entardecer que o Senhor trouxera para mais um dia. Agora não havia mais leitura natural; somente com o uso de uma luz. Decidi vir escrever antes de continuar.
 
E por que? Porque ali estava a lição bíblica exemplificada.
 
Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. (Jo 9:4)
 
Em minha leitura conheci um caso relacionado a isso. Contava o Pr. David Gomes (livro O Espírito Santo Executivo de Deus) que um diácono, ao completar setenta anos, pediu à sua igreja que permitisse a continuidade de seu serviço. Ele afirmou: "Irmãos, tenho setenta anos; deixem-me servir mais ao Senhor, até que Ele mesmo me promova para a instituição superior, o Céu".  Que pedido maravilhoso!
 
O entardecer da vida é um fato. Ele não vem na mesma idade para todos. Cada um tem o seu próprio. Para uns acontece após um longo dia de noventa ou cem anos. Para outros, sessenta. Outros, infelizmente, chegam ao entardecer muito jovens, bebês, inclusive. Mas para todos há um ocaso. Pensava eu na coisa mais democrática que já considerei: a morte. Sim. Do nascimento nem todos participam, pois são abortados. Mas até os abortados morrem; portanto, a morte é compartilhada por todos (excetuo aqui a geração de salvos quando do arrebatamento, que é outra questão).
 
Tentei ler e não consegui. Insisti enquanto pude, mas tive que me render quando não consegui mais. Assim também devemos considerar a nossa vida e o nosso serviço a Deus. Não estaremos sempre no apogeu de nossas forças. O sol da vitalidade e da energia não brilhará na abóbada celeste de nossa existência terrena para sempre. Há de se considerar que um dia, mais tempo ou menos tempo. o entardecer chegará e, com ele, a morte.
 
Aos que não sabem para onde vão, aconselho: creiam em Jesus Cristo e entreguem-se a Ele, pois é o único que não foi detido pelo entardecer da vida; ao terceiro dia a morte teve que soltá-Lo. Nenhum mestre, sábio, líder religioso ou considerado santo pôde vencer a morte. Sua filosofia terminou com o próprio falecimento. Jesus, contudo, venceu a morte e tornou-se Senhor dela. Assim, o que Ele diz tem valor e podemos confiar em Suas palavras:
 
Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo (Jo 16:33)
 
Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (Jo 6:40)
 
Aos que são cristãos, digo, com amor e com grande emoção: não se esqueçam do entardecer da vida! Ele virá, ainda que tentem driblá-lo com movimentos de rejuvenescimento, terapias de embriões, cremes milagrosos, chás de plantas energéticas ou ginásticas efetivas. Um dia nada disso adiantará mais e o corpo se desfará. Enquanto aqui estivermos experimentaremos as consequências do pecado, e a maior delas é a morte física. Portanto, amados irmãos, priorizemos o Reino de Deus enquanto ainda somos úteis, enquanto ainda podemos trabalhar, enquanto temos condições de contribuir. Que possamos dizer como o Apóstolo Paulo, cujo entardecer chegara: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. (2Tm 4:7)
 
Vou voltar à minha leitura. Agora usarei a luz elétrica. O meu entardecer da vida não chegou ainda. Nem sei quando chegará. Mas buscarei em todo o tempo em que o sol da vida brilhar sobre mim a oportunidade de dar ao meu Deus o meu melhor.
 
Escrever este texto para partilhar com os meus leitores foi uma forma de fazer isso hoje.
 
E que o nome de Jesus seja glorificado.
 
Wagner Antonio de Araújo

29/07/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário

memórias literárias - 1477 - CHORA, Ó RAQUEL...

  CHORA, Ó RAQUEL...   1477   Quando o Senhor Jesus Cristo fez-Se homem, nascendo do ventre de Maria, Herodes o Grande desejou matá-Lo...