sábado, 29 de julho de 2017

memórias literárias - 484 - NÃO VÁ LÁ, MARCELINO...

NÃO VÁ LÁ,
MARCELINO...
 

 
484
 
Marcelino era um jovem atraente, tinha dezoito anos, porte atlético, cheio de futuro. As meninas apaixonavam-se por sua beleza. Inteligente, bem criado, manifestava desde cedo a paixão pelas artes marciais. Deus, contudo, não estava neste negócio, uma vez que rejeitava veementemente um compromisso com o Senhor. Seus irmãos iam à igreja, mas ele sempre dizia: no próximo final de semana eu irei. Tinha paixão por combates, por lutas, por violência, por tudo aquilo que não compõe o espírito cristão.
 
Marcelino foi convidado para um baile à beira da praia. Como morava no planalto, tinha que deslocar-se com outros amigos. Seus pais instaram para que não fosse, pois à noite haveria culto de louvor ao Senhor. Ele, contudo, no auge de sua arrogância adolescente, disse peremptoriamente: "Não irei ao culto; irei ao baile. No próximo sábado irei à igreja". Seus irmãos tentaram dissuadi-lo, mas ele ameaçou bater-lhes. Seus pais, entristecidos, diziam: "Este caminho não vai lhe trazer vida, filho querido. Volte-se para Deus!" De nada adiantou.
 
Marcelino seguiu para o baile, ao lado de seus colegas maconheiros. Chegando lá encontrou muitas meninas bonitas, que o disputavam para dançar. Uma delas, a Patrícia, encantou-o. Ele pediu uma dança; ela não aceitou. Ele insistiu, ela cedeu. E, enquanto dançavam, um jovem mais velho, mais forte também, aproximou-se, dizendo-se namorado dela. Marcelino agrediu-o, voltando à dança. O outro, então, furioso, tomou um pedaço de caibro (madeira), correu por trás de Marcelino e deu-lhe com força nas costas. Marcelino caiu a três metros de distância. E dali não levantou-se mais. Todos gritavam, choravam, corriam, desesperavam-se.
 
Chamaram os bombeiros, que o levaram ao hospital. Havia quebrado a coluna vertebral. O jovem agressor desapareceu. Os pais de Marcelino, desesperados, foram vê-lo. Sua mãe estava inconsolável. Os irmãos estavam chocados e revoltados; prometeram vingança. O pastor, que também estava por perto, bronqueou-os veementemente, lembrando-lhes do que o Senhor Jesus Cristo havia ensinado (perdoar aos ofensores e entregar a causa a Deus). Além do mais, as autoridades constituídas cuidariam de procurar o criminoso. Aos poucos muitos irmãos em Cristo, parentes e conhecidos chegaram ao hospital. A perspectiva era a pior possível: havia hemorragia severa.
 
O seu pai, pobre homem, de semblante caído e mergulhado em lágrimas, ficou ao pé do leito da dor de Marcelino. Chorava e dizia: "Marcelino, meu filho amado, meu herdeiro, minha juventude! Por que você não ouviu o conselho de seu pai?" Marcelino, ainda com vida, sussurrou: "Perdão, meu pai! Perdão por não ter considerado o seu conselho! Na semana que vem eu estarei na ig..." E desmaiou.
 
Foi um corre-corre no hospital, pois entrara em coma e, em seguida, parada cardíaca. Tudo fizeram para ressuscitá-lo. Mas o ferimento fora sério demais e Marcelino morreu.
 
A semana que vem, tão anunciada por Marcelino como o tempo de seu reencontro com Deus, nunca mais chegaria. Ele partira para a eternidade, sem Cristo e perdido em seus pecados. Fizera as piores escolhas!
 
Há um caminho que parece direito ao homem, mas o seu fim são os caminhos da morte. (Pv 16:25)
 
Ouve o conselho, e recebe a correção, para que no fim sejas sábio. (Pv 19:20)
 
Filho meu, ouve a instrução de teu pai, e não deixes o ensinamento de tua mãe, (Pv 1:8)
 
Aos Marcelinos que me lêem agora, que pensam aproveitar a vida nos bailes e nas baladas do bairro, que se julgam muito fortes e atraentes, que consideram retrógrados os conselhos de seus pais: lembrem-se de Marcelino! Esse jovem tinha tudo para ser feliz. Estaria hoje com mais de quarenta anos, teria certamente esposa e filhos para criar. Hoje, contudo, está sepultado há vinte e poucos anos e tornou-se tema de minha estória. E por que? Porque achava que os seus caminhos distantes de Deus eram melhores do que os caminhos do Senhor. Achava que o Reino de Deus poderia ficar para o próximo final de semana. Julgava-se cristão, mas não tinha Cristo.
 
Mas você, Marcelino que me lê, tenha o nome que tiver, pode ter um destino diferente, se tomar decisões e seguir por caminhos diferentes dos seguidos por Marcelino deste texto. 
 
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti; (Lc 15:18)
 
Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. (Sl 1:1)
 
Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto; (Sl 95:8)
 
Volte-se hoje ao Senhor. Troque a balada, o baile, pelo culto, pelo encontro com Deus. Na hora final os seus amigos lhe abandonarão, mas seus pais e irmãos em Cristo estarão com você. E mais: Jesus Cristo não o deixará na morte, mas seguirá com você após o túmulo e ao final lhe ressuscitará.
 
Entregue-se a Jesus!
 
Wagner Antonio de Araújo
29/07/2017
 

obs: com algumas alterações, este fato foi REAL.

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