terça-feira, 8 de agosto de 2023

memórias literárias - 1399 - LAMENTO DA MADRUGADA

LAMENTO DA MADRUGADA


Meu desejo, meu sonho acalentado

É de voltar à minha casa em São Paulo 

Sonho com isso, vivo amargurado

Por não ter com quem falar; então me calo


Cada dia neste interior tão diferente

É uma pena que cumpro na cadeia

Não sorrio mais como antigamente

O meu rosto envelhece e avermelha


As mesmas ruas, as mesmas casas 

O mesmo povo vulgar e desbocado

Só saio daqui imaginando ter asas

Mas é só sonho; me sinto frustrado


Quantos dias ainda terei que aguentar

Viver num sítio que rejeito por completo

E sobre o tema nem com Ela falar

Porque senão o estrago é concreto 


Só com Arlete, a mãezinha do coração 

É que me abro, a chorar de emoção 

A dizer o quanto quero me mudar

E pra São Paulo poder retornar!


Oh, Deus, sei que me usas no interior

E uma igreja estou a doutrinar

Permite que eu o faça com amor

E que não viva sempre a reclamar


Mas, ao chegar ao fim minha missão 

E a tarefa que me deste for completa

Dá-me a dádiva da resposta à oração 

Para a minha cidade de novo me leva


E que eu tenha a alegria de sorrir

Ao ver o povo e as ruas da cidade

Que eu celebre em prece junto a Ti

E me derrame de gran felicidade


Enquanto isso, me ajuda a carregar

O peso imenso de viver no exterior

Me dê paciência  para a luta suportar

Me dê na alma uma alegria superior


E que em breve o meu lamento se encerre

Dando origem ao ode da alegria

Que eu resposta encontre em cada prece

E para minha casa volte um dia!


Ajuda-me, Senhor!


040722

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