quarta-feira, 9 de agosto de 2023

memórias literárias - 1453 - SÉRIE HÁ BÁLSAMO EM GILEADE - 03 - O PERDÃO

 HÁ BÁLSAMO EM GILEADE!

03 - O PERDÃO
 
Olá! Aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo. Esta é a série HÁ BÁLSAMO EM GILEADE! – O REMÉDIO DIVINO PARA AS CRISES HUMANAS. Hoje eu gostaria de falar sobre O PERDÃO.
 
José era um homem casado. Seus dois filhos eram muito queridos. Um dia ele entrou em meu gabinete e contou-me em lágrimas que traia a sua esposa. Eu quis saber detalhes sobre essa tragédia. Ele então me disse que mantinha uma farsa em seu casamento. Por quinze anos levava uma vida de pecados e não sabia mais o que fazer. Aquilo foi terrível para mim, pois José era um líder na igreja. Ele pregava, ele ensinava, ele cantava, ele trabalhava muito. O que fazer?

Eu lhe disse que deveria confessar o seu pecado à sua esposa. Ele recusou-se, pois não poderia colocar a perder o casamento, uma vez que teria a certeza de que a esposa jamais o perdoaria. Eu falei-lhe que isto era o que um homem sem temor de Deus faria, mas que ele, por ser um crente deveria fazer diferente. Lembrei-lhe do que a Bíblia ensinava. Lembrei-lhe que a CONFIANÇA é o solo sobre o qual o seu casamento deveria ter sido construído e que ele quebrara esta confiança. Mostrei-lhe o ensino da Bíblia: “Confessai as vossas culpas uns aos outros para que sareis” (Tiago 5.16). “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo dia, porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; Tu perdoaste a iniquidade do meu pecado” (Salmo 32.3-5). Eu me ofereci para intermediar esse encontro de confissão. Ele chorou, revoltou-se, acalmou-se e decidiu fazer isso. Na data marcada ele veio. A esposa, que nada sabia sobre o assunto, estava assustada. Fiz a introdução, lembrando a eles sobre os compromissos conjugais assumidos, sobre a necessidade da fidelidade e sobre o testemunho que devemos dar aos filhos e à igreja de Deus. Então lembrei a eles que há BÁLSAMO EM GILEADE, isto é, que há perdão de Deus para todos os pecados humanos. Passei a palavra ao marido. Este, depois de chorar copiosamente, dobrou os joelhos diante da esposa e confessou o seu pecado. Pediu perdão em prantos. A esposa, perplexa, revoltou-se, teve um ataque de nervos, gritou, vociferou, mas, aos poucos acalmou-se. Depois de quase uma hora de silêncio e de lágrimas, decidiu falar.
 
 “José, o que você fez não tem perdão. Você traiu a minha confiança e sujou a sua reputação para com os seus filhos. Você trouxe sofrimento à igreja do Senhor, agindo como um mundano e hipócrita, pregando e cantando uma experiência que não tem. O que você quer que eu faça?”
 
Eu intervi e disse:
 
 “Irmã, para um coração ferido que não conhece o amor de Deus não há perdão. Mas para nós, que fomos alcançados pelo perdão de Deus, sempre há uma segunda chance. Se a senhora perdoá-lo e desejar separar-se estará em seu direito. Mas se desejar perdoar e reconstruir fará melhor. Pense a respeito”.
 
 Ela, então, dobrou os joelhos, fez uma emocionada oração e levantou-se. Em seguida, olhando para os olhos do marido, disse:
 
“José, você não merece o meu perdão. Mas Jesus também me deu o Seu perdão sem que eu o merecesse. Então eu lhe perdoo. Eu não sei se suportarei conviver com você depois do que me fez. Mas eu vou tentar. E eu peço a Deus que me ajude.”
 
José chorou muito mais. Eu o abracei e disse: “Vá, mas não peque mais”. José solicitou o seu afastamento voluntário da igreja, confessou o seu erro e mostrou-se arrependido. Os seus filhos ficaram revoltados, mas em algum tempo perdoaram e recuperaram a confiança no pai. A igreja também o perdoou e lhe estendeu a destra da comunhão. Este fato aconteceu há 25 anos atrás. José e a esposa vivem felizes. José viveu uma vida reta e santa depois de tudo isso. Jamais voltou ao pecado e Deus curou a ferida de seu erro.

HÁ BÁLSAMO EM GILEADE! HÁ PERDÃO DIVINO PARA OS ERROS HUMANOS! Assim está escrito: “Se confessarmos os nosso pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça” (I João 1.8). Também lemos na Bíblia: “Filhinhos, eu vos escrevo estas coisas para que não pequeis. Mas se pecarmos temos advogado perante o Pai, Jesus Cristo, o justo. Ele é a propiciação pelos nossos pecados” (I João 2.1-2A).

O adultério e a traição em nossos relacionamentos é uma chaga aberta, que traz dor, tristeza e a condenação divina ao pecado humano. O livro de Apocalipse nos informa que os adúlteros não herdarão o Reino de Deus. O adultério quebra a confiança e estilhaça um relacionamento. Mas Deus pode conceder a graça do perdão. Ele o fez à mulher samaritana. Ele o fez à mulher apanhada em adultério. Ele o fez a Davi, que pecou gravemente com Betseba. Ele pode perdoar o pecado de quem hoje vive a traição, exigindo, contudo, o fim de sua prática pecaminosa, a confissão do pecado e uma nova atitude. “Ninguém te condenou? Eu também não te condeno. Vá e não peques mais.”

Que os adúlteros se arrependam, se convertam e mudem de vida para a glória do Senhor. Há bálsamo em Gileade, há perdão em Cristo para o pecador arrependido. Amém.  

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