TEMPOS
DIFÍCEIS
Sabe, porém,
isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão
egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos
pais, ingretos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores,
semdomínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados,
mais amigos dos prazeres que amigos de Deus. II Tm 3.1-4
Continue o
injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo
continue ´na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. Apocalipse
22.11
Os dias são
maus por toda parte, em todo o mundo. Os cristãos estão sendo perseguidos nos
países totalitários e islâmicos, proibidos de manterem os seus cultos ou de
propagarem a sua fé. Nos países chamados livres, os cristãos estão sendo
proibidos de expressarem a sua fé, postularem os seus conceitos, taxados de
intransigentes e de intolerantes. Exigem que haja liberdade para todos, menos
para que os cristãos vivam e propagem os seus valores. Junte-se a isso a chamada
APOSTASIA, que é uma enfermidade no seio das igrejas cristãs: os fiéis estão
abandonando a fé, renegando ao Senhor e caminhando pela senda do pecado.
Visitei uma
cidade próxima a esta e ali fui até a sorveteria. A atendente quis conversar e
eu lhe disse que era crente e que era pastor. Ela, então, falou-me que fora
criada numa olaria da região, mas que agora vivia na cidade, e que era batizada
numa igreja evangélica. Eu perguntei se estava desviada dos caminhos de Deus.
Disse que sim. Aliás, a sua companheira de balcão fumava narguile na rua. Eu
então lhe recomendei voltar para Cristo, pois Ele estava a passar um prumo sobre
o Seu povo. Quem não produzisse fruto digno de arrependimento não iria para o
Céu.
A Bíblia nos
fala de um tempo pior do que aquele em que viveram os apóstolos. Não era um
tempo fácil para os escritores do Novo Testamento. A cultura greco-romana tomava
conta dos lugares, impondo uma pauta libertina, devassa, de luxúrias e de
costumes incompativeis para judeus e para cristãos. Mas ainda havia famílias com
estruturas que mantinham uma hierarquia de valores. Paulo, inspirado pelo
Espírito Santo, fala que, nos próximos dias aos dele, tempos difíceis
sobreviriam.
E quando
seriam estes dias, senão os de hoje, num crescendo insuportável? Vivemos tempos
em que não é possível viver valores bíblicos e cristãos sem contar com o
julgamento da sociedade e o ostracismo social. Somos relegadoos à marginalidade
e considerados psicopatas, retrógrados e incompatíveis com a atual
sociedade.
Mas isto está
adentrando ao seio das igrejas. Jamais houve tempo em que uma geração fosse tão
ruim, tão pecaminosa, tão infiel e tão rebelde como a nossa, desta safra de
crentes dos últimos sessenta anos. Isto casa com o fato de que é por esse tempo
que a tecnologia fez o mundo entrar no seio das famílias e nos quartos de nossa
casa. A televisão trouxe o mundo para a nossa vida. O cinema corroeu os nossos
valores. Os desenhos infantis trouxeram a bruxaria, o ocultismo, a violência e a
rebeldia para a cabecinha limpa dos pequenos. A música contemporânea tornou-se
um esgoto fétido das imoralidades do homem.
Então, numa
rápida olhada, perguntamos: onde está o povo de Deus?
O DOMINGO,
que é o DIA DO SENHOR, foi transformado em DIA EM QUE AS REGRAS SÃO MINHAS, onde
eu decido o que fazer. No passado os judeus, ao pôr-do-sol das sextas-feiras,
sentavam-se com as suas famílias e lembravam-se de que Deus fizera o mundo em
seis dias e que ao sétimo descansara. E dera como dádiva e presente o sétimo dia
para o descanso e para a dedicação ao serviço dEle. Até hoje eles o celebram
assim. Não o fazem com sabedoria, pois rejeitam o Messias de Israel.
Nós,
cristãos, antigamente, observávamos o domingo como o Dia do Senhor, dando a Ele
a prioridade. Então vínhamos à Sua casa, estudávamos a Sua Palavra, fazíamos
refeições junto com os irmãos, ensinávamos a Palavra de Deus aos pequeninos e
socorríamos aos desafortunados, levando-lhes pão e a Palavra. Hoje os crentes
estão pescando. Estão passeando. Estão vivendo vidas distantes dos compromissos
assumidos no dia do batismo em suas congregações locais. A pandemia foi uma arma
para afastar os crentes das suas igrejas. Muitas nem voltaram, porque o seu povo
sumiu e não tinham mais como pagar os aluguéis. Outras capengam para não fechar
as portas. E outras perderam o seu brilho.
Satanás, o
grande estrategista, tratou de fornecer elementos que disfarçassem esse
abandono. Colocou nas mãos dos crentes uma série infindável de mídias gospel,
com música, pregação, mensagem e textos, para que eles sequer precisassem sair
de casa. Tornaram-se crentes caseiros. Contudo, o tempo de todos nós passou a
ser repartido com o telefone celular. Em alguns momentos de forma edificante,
como esta, para quem nos assiste. Mas, na maioria dos casos, gastamos com
futilidades. E a última moda são os podcasts, onde aprendemos tudo o que não tem
valor algum da vida de quem não dá valor para Deus. O que aquela dupla comeu
numa apresentação, o que aquela atriz sentiu no dia em que tomou uma picada de
abelha ou o que aquele apresentador sentiu quando levou um choque do microfone.
Perdemos horas vendo política, futebol e opiniões. A Bíblia, contudo, está
fechada e empoeirada.
E onde estão
os crentes da igreja?
Um abriu uma
casa de narguile e de tatuagens. Gasta o seu fim de semana bebendo e fumando,
servindo a Satanás. Ele é crente batizado.
O outro se
apresenta nos bailes da região. É músico de inferninhos e de bares onde pessoas
vão trair suas famílias e pecar contra o Senhor. Também é membro da
igreja.
A outra
tornou-se atriz de pornografia. Ela cantava no coral da
igreja.
Um pastor
deixou o púlpito e tornou-se puxador de novenas e de procissões no romanismo.
Disse que voltava à origem.
Um outro é um
pai de santo do baixo espiritismo e tem muitos adeptos.
Dias
difíceis.
Não
encontramos mais crentes de joelhos, que oram intensamente em lágrimas e com
submissão, ao Senhor Deus. Dificilmente encontramos um intercessor, senão
ocasional ou casual.
Não
encontramos mais a dedicação ao trabalho de Deus, com empenho, com visão, com
determinação e com continuidade. Tudo começa e para, começa e acaba em
nada.
Não
encontramos mais a construção de uma família nos valores bíblicos que
transformam o lar num pedaço do Céu. Pelo contrário, cada um pega um celular e
se acomoda num canto da casa. Até para comer recebem mensagens de
whatsapp.
Os filhos do
Senhor estão a causar vergonha para o Reino de Deus. Os escândalos
multiplicam-se. O mal testemunho é geral. Deus está sinalizando que a volta de
Seu Filho está muito próxima. Jesus Cristo afirmou que, quando estas coisas
estivessem acontecendo, que soubéssemos: não tardaria a Sua
volta.
Querido
irmão, de que lado você está? Está ajudando a tornar os dias difíceis,
comportando-se como um mundano, uma pessoa sem temor de Deus, ou, ao ouvir esta
Palavra, sente temor e tremor e quer acertar-se com Deus?
Preparemo-nos
para o Seu regresso. Fortaleçamos a nossa igreja local. Façamos a nossa parte.
Cortemos o nosso mergulho nas redes sociais, nas conversas efêmeras e na falta
de compromisso divino. Voltemo-nos ao Senhor e busquemo-Lo de todo o nosso
coração.
Não se perde
a salvação. Mas o verdadeiro salvo não ficará metido na rebeldia desta geração.
Pelo contrário, obedecerá à Palavra e buscará ao Senhor de todo o seu
coração.
Que hoje
saiamos daqui com a alma tocada e mudada. Em nome de
Jesus.
Amém.
Wagner
Antonio de Araújo
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