terça-feira, 8 de agosto de 2023

memórias literárias - 1365 - TEMPOS DIFÍCEIS

 TEMPOS

DIFÍCEIS
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingretos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, semdomínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus. II Tm 3.1-4
 
Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue ´na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. Apocalipse 22.11
 
Os dias são maus por toda parte, em todo o mundo. Os cristãos estão sendo perseguidos nos países totalitários e islâmicos, proibidos de manterem os seus cultos ou de propagarem a sua fé. Nos países chamados livres, os cristãos estão sendo proibidos de expressarem a sua fé, postularem os seus conceitos, taxados de intransigentes e de intolerantes. Exigem que haja liberdade para todos, menos para que os cristãos vivam e propagem os seus valores. Junte-se a isso a chamada APOSTASIA, que é uma enfermidade no seio das igrejas cristãs: os  fiéis estão abandonando a fé, renegando ao Senhor e caminhando pela senda do pecado.
 
Visitei uma cidade próxima a esta e ali fui até a sorveteria. A atendente quis conversar e eu lhe disse que era crente e que era pastor. Ela, então, falou-me que fora criada numa olaria da região, mas que agora vivia na cidade, e que era batizada numa igreja evangélica. Eu perguntei se estava desviada dos caminhos de Deus. Disse que sim. Aliás, a sua companheira de balcão fumava narguile na rua. Eu então lhe recomendei voltar para Cristo, pois Ele estava a passar um prumo sobre o Seu povo. Quem não produzisse fruto digno de arrependimento não iria para o Céu.
 
A Bíblia nos fala de um tempo pior do que aquele em que viveram os apóstolos. Não era um tempo fácil para os escritores do Novo Testamento. A cultura greco-romana tomava conta dos lugares, impondo uma pauta libertina, devassa, de luxúrias e de costumes incompativeis para judeus e para cristãos. Mas ainda havia famílias com estruturas que mantinham uma hierarquia de valores. Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, fala que, nos próximos dias aos dele, tempos difíceis sobreviriam.
 
E quando seriam estes dias, senão os de hoje, num crescendo insuportável? Vivemos tempos em que não é possível viver valores bíblicos e cristãos sem contar com o julgamento da sociedade e o ostracismo social. Somos relegadoos à marginalidade e considerados psicopatas, retrógrados e incompatíveis com a atual sociedade.
 
Mas isto está adentrando ao seio das igrejas. Jamais houve tempo em que uma geração fosse tão ruim, tão pecaminosa, tão infiel e tão rebelde como a nossa, desta safra de crentes dos últimos sessenta anos. Isto casa com o fato de que é por esse tempo que a tecnologia fez o mundo entrar no seio das famílias e nos quartos de nossa casa. A televisão trouxe o mundo para a nossa vida. O cinema corroeu os nossos valores. Os desenhos infantis trouxeram a bruxaria, o ocultismo, a violência e a rebeldia para a cabecinha limpa dos pequenos. A música contemporânea tornou-se um esgoto fétido das imoralidades do homem.
 
Então, numa rápida olhada, perguntamos: onde está o povo de Deus?
 
O DOMINGO, que é o DIA DO SENHOR, foi transformado em DIA EM QUE AS REGRAS SÃO MINHAS, onde eu decido o que fazer. No passado os judeus, ao pôr-do-sol das sextas-feiras, sentavam-se com as suas famílias e lembravam-se de que Deus fizera o mundo em seis dias e que ao sétimo descansara. E dera como dádiva e presente o sétimo dia para o descanso e para a dedicação ao serviço dEle. Até hoje eles o celebram assim. Não o fazem com sabedoria, pois rejeitam o Messias de Israel.
 
Nós, cristãos, antigamente, observávamos o domingo como o Dia do Senhor, dando a Ele a prioridade. Então vínhamos à Sua casa, estudávamos a Sua Palavra, fazíamos refeições junto com os irmãos, ensinávamos a Palavra de Deus aos pequeninos e socorríamos aos desafortunados, levando-lhes pão e a Palavra. Hoje os crentes estão pescando. Estão passeando. Estão vivendo vidas distantes dos compromissos assumidos no dia do batismo em suas congregações locais. A pandemia foi uma arma para afastar os crentes das suas igrejas. Muitas nem voltaram, porque o seu povo sumiu e não tinham mais como pagar os aluguéis. Outras capengam para não fechar as portas. E outras perderam o seu brilho.
 
Satanás, o grande estrategista, tratou de fornecer elementos que disfarçassem esse abandono. Colocou nas mãos dos crentes uma série infindável de mídias gospel, com música, pregação, mensagem e textos, para que eles sequer precisassem sair de casa. Tornaram-se crentes caseiros. Contudo, o tempo de todos nós passou a ser repartido com o telefone celular. Em alguns momentos de forma edificante, como esta, para quem nos assiste. Mas, na maioria dos casos, gastamos com futilidades. E a última moda são os podcasts, onde aprendemos tudo o que não tem valor algum da vida de quem não dá valor para Deus. O que aquela dupla comeu numa apresentação, o que aquela atriz sentiu no dia em que tomou uma picada de abelha ou o que aquele apresentador sentiu quando levou um choque do microfone. Perdemos horas vendo política, futebol e opiniões. A Bíblia, contudo, está fechada e empoeirada.
 
E onde estão os crentes da igreja?
 
Um abriu uma casa de narguile e de tatuagens. Gasta o seu fim de semana bebendo e fumando, servindo a Satanás. Ele é crente batizado.
 
O outro se apresenta nos bailes da região. É músico de inferninhos e de bares onde pessoas vão trair suas famílias e pecar contra o Senhor. Também é membro da igreja.
 
A outra tornou-se atriz de pornografia. Ela cantava no coral da igreja.
 
Um pastor deixou o púlpito e tornou-se puxador de novenas e de procissões no romanismo. Disse que voltava à origem.
 
Um outro é um pai de santo do baixo espiritismo e tem muitos adeptos.
 
Dias difíceis.
 
Não encontramos mais crentes de joelhos, que oram intensamente em lágrimas e com submissão, ao Senhor Deus. Dificilmente encontramos um intercessor, senão ocasional ou casual.
 
Não encontramos mais a dedicação ao trabalho de Deus, com empenho, com visão, com determinação e com continuidade. Tudo começa e para, começa e acaba em nada.
 
Não encontramos mais a construção de uma família nos valores bíblicos que transformam o lar num pedaço do Céu. Pelo contrário, cada um pega um celular e se acomoda num canto da casa. Até para comer recebem mensagens de whatsapp.
 
Os filhos do Senhor estão a causar vergonha para o Reino de Deus. Os escândalos multiplicam-se. O mal testemunho é geral. Deus está sinalizando que a volta de Seu Filho está muito próxima. Jesus Cristo afirmou que, quando estas coisas estivessem acontecendo, que soubéssemos: não tardaria a Sua volta.
 
Querido irmão, de que lado você está? Está ajudando a tornar os dias difíceis, comportando-se como um mundano, uma pessoa sem temor de Deus, ou, ao ouvir esta Palavra, sente temor e tremor e quer acertar-se com Deus?
 
Preparemo-nos para o Seu regresso. Fortaleçamos a nossa igreja local. Façamos a nossa parte. Cortemos o nosso mergulho nas redes sociais, nas conversas efêmeras e na falta de compromisso divino. Voltemo-nos ao Senhor e busquemo-Lo de todo o nosso coração.
 
Não se perde a salvação. Mas o verdadeiro salvo não ficará metido na rebeldia desta geração. Pelo contrário, obedecerá à Palavra e buscará ao Senhor de todo o seu coração.
 
Que hoje saiamos daqui com a alma tocada e mudada. Em nome de Jesus.
 
Amém.
 
Wagner Antonio de Araújo
 

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