terça-feira, 8 de março de 2022

memórias literárias - 1182 - A CADA MANHÃ

 A CADA

MANHÃ
 
1182
 
A cada manhã que acordo recebo notícias deste mundo tenebroso.
 
A cada manhã vejo pastores que misturaram fé com a política e transitam nas esplanadas do poder, feito reis sem coroa, buscando apoios insólitos para o exercício de sua trama ditatorial. Retiraram o Messias de seus púlpitos e foram atrás dos falsos cristos, que em breve os cuspirão como chiclete mascado. Tem sido difícil olhar o facebook de algum líder evangélico que não tenha viés político, ora de um lado ora de outro. E ai de alguém divergir de seu deus desbocado!
 
A cada manhã vejo o meu país a chafurdar na lama da corrupção, do desvio do dinheiro público, das façanhas políticas que reúnem num mesmo projeto inimigos públicos. Todos os dias me surpreendo com aqueles que se diziam tão diferentes e que se mostram tão iguais! Não há dia em que não se veja alguém de direita em acordos orçamentários com alguém de esquerda. Infelizmente políticos só querem 2 Vs, rejeitando um V: querem VERBA E VOTO, sem ter VERGONHA na cara.
 
A cada manhã vejo o mundo jazendo no maligno. Vejo China e os Estados Unidos brigando por causa da hegemonia política e da Ordem Mundial, cada um querendo mandar na economia do mundo. Quando pensávamos que o mundo respiraria um pouco mais aliviado com a saída do extremista presidente, frustramo-nos com o outro, que embate novas guerras e conflitos, num mundo que já está farto de enterrar mortos da pandemia. Continuaremos a depender do "made in China", desde que tenha a aprovação do "American Permition".
 
A cada manhã ouço de mortos nesta pandemia. O Brasil, um pária mundial, rasga-se diariamente entre os que são a favor e contra as restrições. O povo enfrenta qualquer lei, qualquer ordem, seja ela sanitária, moral ou econômica; assim, a cada manhã, se perpetua a barbárie e a falta de juízo. Andamos como um cachorro a correr atrás do rabo: fechamos tudo para conter a pandemia, abrimos tudo para não morrrer de fome. Quando fecha o povo burla; quando abre o povo morre. Não sabemos seguir bulas, ou ordens, ou protocolos. As leis aqui são meros pretextos para multas, porque desde o mais alto poder até o mais humilde todos burlam.
 
A cada manhã vejo sangue nas mãos de mães que matam seus filhos, de padrastos que ferem, de pais que não sustentam, que abandonam a prole. Quando leio no Velho Testamento de mães que comeram os próprios filhos já não enxergo uma distância tão grande dos dias atuais. Vejo mídias que criticam a violência, mas que a promovem em suas orgias televisionadas. São ávidos em criticar o cristianismo, que parece ser, à luz de seus ódios, o grande vilão da sociedade, seja em termos de igrejas abertas, seja em suas crenças de famílias nucleares, seja em sua fé em Deus.
 
Sim. Não há uma manhã em que tudo isso não me seja apresentado pelas informações. Não há mudança. Seguimos na sequência crimes-denúncias-processos-prisões-reviravoltas-absolvições-novos crimes. E isto não terá fim neste país. Somos exportadores de imoralidades, de pedintes, de pedantes, um verdadeiro resort para a criminalidade mundial. Regamos a sociedade com o sangue dos milhões de abortos anuais. Submetemos à prisão perpétua fetos não aproveitados em laboratórios de genética. A medida dos amorreus cresce a olhos vistos...
 
Há um antagonismo em tudo isso, pelo menos. Há algo que destoa dessa tragédia quase total.
 
Ainda há Deus em minha vida. Ainda há Jesus no coração de muitas pessoas. Ainda há um povo que não se dobra diante dos baais desta época, tenham eles as cores vermelhas, verde-e-amarelas ou as do arco-íris. Há um povo que tem um só Senhor, uma só fé, um só soberano da história, gente que é de um outro reino, de uma outra realidade, que é estrangeira nesta terra arrasada. Falo dos verdadeiros cristãos, dos convertidos a Jesus Cristo, dos que pautam as suas vidas pelas páginas do Novo Testamento, que são atemporais em sua forma de viver e escatológicos em suas expectativas. Eles esperam a vinda do Messias. Não de um messias político, pois estes não passam de mitologia. Mas do Senhor Jesus Cristo, que virá como rei, nas nuvens dos céus, destruindo com o fôlego de sua boca todo o poder que venha de Satanás. Sim, Jesus Cristo em breve voltará.
 
A cada manhã eu digo para mim mesmo: tudo isso passará. O céu e a terra passarão, mas as palavras do Senhor jamais deixarão de se cumprir.
 
Ora vem, Senhor Jesus!
 
Wagner Antonio de Araújo.

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