UM
LAMENTO
Tenho me
dedicado a produção literária quase ininterrupta. Hoje coleciono mais de 1200
textos e 4 mil páginas publicadas. Mas os meus textos não são conhecidos e não
se propagam, ainda que sejam sobre importantes assuntos e que versem sobre
questões de interesse da maioria dos cristãos. E não é por falta de divulgação,
pois eles estão presentes em facebook, em blog e em envios de whatsapp, além de
um volume em papel.
E por
que?
1) Porque não
sou um nome que vende, que dá mídia, que junte likes e curtidas. Não faço parte
daqueles que a sociedade decidiu endeusar, transformar em superastros, em
grandes destaques. Aqueles são semideuses, cujos arrotos e espirros são
celebrados como se fossem páginas literárias imortais. Podem falar bobagens,
podem dizer besteiras, podem falar algo e depois pedir desculpas ou nem se
incomodarem. Basta surgir o nome deles nas publicações e as curtidas se
avolumam.
2) Porque não
escrevo para entreter ou agradar as massas, mas para agradar a Deus e refletir
sobre a verdade de Deus revelada em Sua Palavra. Também escrevo obra ficcional
com fundo cristão e moral, o que não agrada as pessoas. Em minhas estórias o mal
sempre perde e a seriedade de uma vida cristã dedicada é
celebrada.
3) Porque as
pessoas costumam desvalorizar aquilo que é próximo e valorizar o que é distante.
Elas não lêem e não celebram quem está por perto, desconsiderando o profeta em
sua própria terra. Mas gostam de ir comer grama no pasto alheio, celebrando o
que lá encontram, ainda que seja mero capim ou restolho. Se os grandes autores
estrangeiros disserem OH..., então isto vira citação e se torna um monumental
assunto para reenvio. As mesmas frases que dizemos, que escrevemos e que
notificamos são ignoradas, ainda que as tenhamos dito muito
antes!
4) Porque
tudo o que é grátis não é valorizado. Os grandes, quando falam ou pregam, ou
escrevem, monetizam ou cobram, e cobram caro! E as pessoas pagam! Eu nunca
cobrei pelos meus textos. Pelo contrário, até o livro que publiquei praticamente
não consegui nada além do valor que gastei na publicação, uma vez que acabei
dando a maioria dos exemplares. A coisa que um escritor mais aprecia é que seus
textos sejam lidos. Mas o povo serve-se do que produzimos, recebe de graça e
joga na lixeira de seus e-mails ou deleta de seus celulares, sem nunca ler ou
dar qualquer valor àquilo.
5) Porque
geralmente a geração presente não valoriza as coisas que existem em seu tempo.
Somente no futuro é que reconhecerão ter havido algo de valor entre eles, e que
os seus ancestrais não valorizaram. Quantos mestres da música, hoje reconhecidos
internacionamente como gênios foram desprezados em seus dias e terminaram na
miséria, não sendo nem reconhecidos, nem ouvidos e nem celebrados! Hoje os
países que depositam flores em seus túmulos foram os que cuspiram em seus
rostos, considerando-os restos.
6) Porque a
mediocridade tomou conta da humanidade. As pessoas não querem pensar. Elas
querem ouvir o que lhes agrada. Se o texto for um pouco mais longo elas já o
abandonam. Elas não querem ter o trabalho de refletir, de pensar, de ponderar,
de analisar. Elas não querem ouvir o que não lhes agrada. Elas querem coisas
simples, cheias de cores e muito aceitáveis à luz da publicidade. Nada que se
pareça com um comprimido branco e chato lhes agrada, exceto quando estão
doentes. Aí é para os chatos remédios que se voltam...
Este é o
lamento de um escritor cristão, cujo material tem sido selecionado e publicado.
Este escritor tem certeza de estar fazendo o que Deus lhe mandou fazer. E se os
seus textos não importarem para ninguém, pelo menos aos seus filhos e uns
pouquíssimos amigos eles importarão. E, se infelizmente nem estes valorizarem,
bastará a certeza de ter feito a vontade de Deus.
Wagner
Antonio de Araújo
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