domingo, 3 de janeiro de 2021

memórias literárias - 1140 - O VALOR DE UM LAR CRISTÃO - 04 - O CONTROLE DAS DESPESAS

 O VALOR

DE UM LAR
CRISTÃO
 
4.   O CONTROLE
DAS DESPESAS

1140
 
Olá, aqui é o Pr. Wagner Antonio de Araújo. Falar sobre o lar cristão é um grande desafio. Tristes são os que não conhecem a Palavra de Deus, que tem a receita certa para um lar feliz. Mas há também quem conheça a palavra e não a obedeça, infelizmente. Um destes grupos é aquele que vive a endividar-se.
 
Nós compreendemos que a vida é difícil e que não é possível viver sem nenhuma dívida. Aqueles que compram uma casa própria o fazem com muito esforço e abnegação. Não são todos que possuem recursos suficientes para pagá-la à vista. As famílias financiam os seus imóveis, pagando-os por anos e, quiçá por décadas. Ao final possuem finalmente a escritura da propriedade. Essa não é uma dívida propriamente dita, mas um investimento patrimonial a longo prazo. Assim também são os pagamentos de convênios médicos, de prestações do carro ou de uma mobília indispensável.
 
Mas há quem não consiga administrar os seus bens e vive a gastar mais do que tem. São pessoas que, ou não conhecem o que diz a Bíblia, ou desobedecem-na. A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. (Rm 13:8). O crente não deve ser um devedor, um comprador compulsivo, um mal administrador de seus bens. Foi essa uma das razões que levou o filho pródigo à bancarrota: E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente. (Lc 15:13).
 
Que vergonha para um pai de família ter que enfrentar as cartas de cobrança pelos bens que não precisava ter comprado! Há garagens repletas de varas de pescar, máquinas de descascar laranjas, aparelhos telemóveis ou celulares de altíssimo custo, que consomem todo o orçamento e ainda deixam uma brecha! Quando passamos por um bairro modesto, uma favela, por exemplo, vemos as casas sem saneamento básico, sem grades ou janelas reforçadas, e, não raras vezes, despensas vazias e panelas sem comida. Mas basta olharmos para o telhado destas mesmas moradias e contemplarmos a má gestão do pouco dinheiro: antenas parabólicas, tv à cabo, sinais de internet. Nas mãos dos pequeninos celulares caros e joguinhos. Não há um quilo de arroz ou dois ovos de galinha, mas há um carro de luxo, financiado por dez anos, para ostentarem-se socialmente. Quanta ilusão! Há famílias que são capazes de consumir o salário do mês em objetos que compraram numa única visita ao shopping! Quando festejam o aniversário de um filho, alugam o mais caro bufet da região, contratam palhaços e cozinheiras por um preço astronômico e passam o resto do ano a contar cada centavo para pagarem as dívidas. Compram roupas caras e dormem num colchão no chão. Possuem títulos em vários clubes e não têm sequer uma reserva para remédios de emergência.
 
Assim diz a Bíblia: Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás. (Ec 11:1). O texto alude a um antigo costume daquelas regiões, onde se lançavam as sementes de cereais na cheia dos rios e estes, após diminuírem os seus volumes de água, teriam as sementes assentadas por toda a parte dos leitos, trazendo farta produção. Assim, Deus quer que sejamos prudentes, que invistamos no futuro e não apenas no agora. Ao invés de comermos as sementes Deus quer que as plantemos, pois a colheita será farta. Foi assim com Isaque em sua semeadura: E semeou Isaque naquela mesma terra, e colheu naquele mesmo ano cem medidas, porque o SENHOR o abençoava. (Gn 26:12). Se Isaque comesse a semente do cereal não teria colhido nada. Jesus, ao falar da parábola do semeador, diz: E outra caiu em boa terra, e, nascida, produziu fruto, a cento por um. (Lc 8:8). Aqui o Senhor alude àquele que ouve a Palavra de Deus e a pratica: os resultados serão alvissareiros! É preferível investir num curso do que num objeto dispensável, pois o curso renderá um resultado muito melhor. É preferível reformar a casa do que uma viagem caríssima, pois o lar é nosso ambiente de todo o dia. É preferível um armário cheio de mantimentos do que um tênis cujo valor é mais alto do que a prestação da faculdade.
 
O Apóstolo Paulo, aconselhando ao seu filho na fé Timóteo, diz: Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. (1Tm 6:8). Uma vida de humildade nos faz mais gratos e nos ensina a aproveitarmos melhor as coisas boas que temos. Além disto somos ensinados a sermos generosos. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; (2Co 9:10). Deus nos supre (e às vezes nos torna muito abastados) para que, com os recursos dEle em nossas mãos, manifestemos generosidade: Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão de novo. (Lc 6:38).
 
Amigo ouvinte, que tal refazermos o nosso orçamento doméstico? Vamos administrar bem aquilo que Deus, em Sua graça, nos concede dia após dia? Que Ele nos abençoe. Amém.
 
 Wagner Antonio de Araújo

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