domingo, 20 de dezembro de 2020

memórias literárias - 951 - COMO MUDOU...

 COMO

MUDOU...
 
951
 
Era um evangelista. Era um pastor. Era um cantor de Cristo. Era um professor de escola bíblica. Era um cristão consagrado.  Cristo ocupava o centro de suas palavras, de seus escritos, de suas lides, de seus interesses.
 
Agora só fala de política. Agora só replica notícias. Agora só compartilha futebol. Agora só cita filósofos ateus ou coaches populares. Agora não se distingue de um homem comum destes tempos de futilidades.
 
Hoje não existe mais nada que o identifique com Cristo, exceto o sobrenome e a história antiga, as memórias e as gravações que não foram apagadas. Eu olho para coisas antigas que guardo com carinho, comparo-as com o que estas pessoas se tornaram e penso: "por que?"
 
Por que as pessoas outrora dedicadas ao Senhor deixaram a sua vida com Deus? Foi a idade? Foram as tempestades pela vida? Foi a prosperidade? Foram as decisões do caminho? Ou eram iludidas na fé, viviam uma aparência, uma irrealidade? Ou faziam tudo por tradição, por conveniência, por simples roteiro social recebido, cultivado e, agora, abandonado?
 
Eu não quero jamais mudar a minha tônica. Eu jamais quero que alguém me encontre nas redes sociais e veja um homem secularizado, comum, que só fale sobre futebol, política, futilidades ou coisas que não me identificaram nunca ao longo da vida. A idade, a experiência, os meus filhos ou situação econômica não podem e não devem alterar a minha essência. Alterar para melhor sim, não mudá-la.
 
E essência se mostra, transparece, identifica, tem aroma, tem cheiro, tem cor, tem fachada. Essência penetra em tudo o que somos, o que fotografamos, o que comentamos, o que pensamos. Não dá para arrancar de nós aquilo que está em nosso interior. E a boca fala do que está cheio o coração.
 
Não quero que alguém, no futuro, pense com tristeza sobre mim, que antes pregava o evangelho, que cantava a história do Senhor, que repartia as boas-novas de salvação, e que agora se mostra alheio às coisas de Deus, longe da igreja de Cristo ou avesso à partilha da fé. Isso não passa na mente de alguém que um dia experimentou a salvação do Senhor.
 
O que eu sou, o que me tornei, o que fui e o que serei ao partir deste mundo tem que me definir como uma coisa só, íntegra, num crescendo, num subir da escada da fé e do conhecimento de Cristo. Se não for assim então nada valeu a pena. Caso eu decresça, eu diminua, eu me secularize, eu me torne comum, então a minha fé foi um blefe e eu não passei no teste. Fui reprovado.
 
Não, mil vezes não!
 
Jamais renegarei a minha fé. Continuarei a pensar, a falar e a repartir a fé em Jesus Cristo!
 
Wagner Antonio de Araújo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

memórias literárias - 1487 - EU ERA ...

  EU ERA ... 1487   "Eu era uma igreja. Hoje sou um centro muçulmano de revolução islâmica."   "Eu também era uma igre...