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Mensagem de Natal
Pregada no
Culto em Celebração do Natal, na
Igreja
Batista em Vila Pompéia, São Paulo, Brasil,
à convite do
Pr. Neilson Xavier de Brito e do
Ministro de
Música Arnaldo Secomandi,
em 24 de
dezembro de 2020
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NADA É
POR
ACASO
Pensam os
senhores que algo acontece por acaso? Imaginam que tudo não passa de mera
coincidência? Não, senhores! De forma alguma! Há um grande diretor no filme da
vida universal, alguém que faz tudo convergir para o seu ápice, o seu gran
finale!
Isso me faz
lembrar uma ocasião na Praça Cornélia há muitos anos. Um grupo de
evangelizadores ali estava a pregar o evangelho. Um vestia-se de palhaço e
atraía a garotada. O outro distribuia evangelhos de João. Um outro pregava um
texto bíblico e um último pintava um quadro. Um quadro na
praça!
Quando parei
para observar ele lançou uma lata de tinta preta sobre a tela. Pensei: "não vai
sair nada!". Então com muito esmero foi fazendo rabiscos, pingos, setas, retas e
bolas. Enquanto o pregador anunciava liberdade aos aprisionados, alegria aos
entristecidos, vida aos mortos e salvação aos perdidos; e , enquanto o outro
distribuia folhetos e evangelhos; e ainda o outro brincava com as crianças no
outro lado da praça, o pintor seguia a sua imaginação.
Quando o
pregador encerrou, quando o distribuidor esgotou a sua literatura e o palhaço
terminou a brincadeira, o pintor apresentou o seu quadro: uma cruz no meio de
duas, no alto de um monte horrendo; uma gota de sangue a cair da mão de Jesus,
cujo contato com as correntes que prendiam um par de mãos fez com que se
rompesse a prisão. Então ele disse: SE JESUS CRISTO LIBERTAR VOCÊS, ENTÃO SERÃO
LIVRES DE VERDADE! Tudo convergiu para isso. Dezenas oraram ali. E eu pensei:
"Nada aqui foi por um acaso!"
As coisas que
se fizeram acontecer em Israel, antes, durante e após o nascimento de Jesus
Cristo foram por acaso?
Foi por acaso
que o Anjo Gabriel interrompeu o sacrifício de Zacarias dentro do lugar
santíssimo do templo, anunciando-lhe um filho em idade avançada que serviria de
precursor ao Messias que iria chegar naqueles dias?
Foi por acaso
que João, o Batista, antes de nascer, já era cheio do Espírito Santo e
demonstrou a sua mãe Isabel a alegria em receber a Maria e a Jesus em seu
ventre?
Foi por acaso
que o Anjo Gabriel procurou a Virgem Maria, mulher bem-aventurada, pura e casta,
da tribo de Judá, para fazer dela a mãe do Filho de Deus, a mais feliz de todas
as mulheres?
Foi acaso o
surgimento de uma estrela enorme, cujo brilho foi detectado na Pérsia e Oriente,
trazendo sábios piedosos para visitar o bebê que nasceria dali a cinco meses
pelo menos?
Foi acaso o
decreto de César para que todos voltassem para as suas aldeias de origem,
obrigando José e Maria a sairem do norte do país e irem para a pequena vila de
Belém, terra de Davi onde deveria nascer o Messias de
Israel?
Foi por acaso
que a estrela, que conduziu os magos, parasse exatamente sobre o lugar onde o
bebê estava?
Foi acaso que
os pastores dos campos que cuidavam de suas ovelhas nas cercanias de Belém
recebessem a visita angelical por demais estupenda e ouvissem em primeira mão a
maior cantata natalina de todos os tempos, cujos coristas foram os próprios
seres angelicais?
Foi acaso que
o presente dos magos visitantes celebrasse a honraria de um rei, trazendo ouro,
incenso e mirra, representando, respectivamente, a realeza de Cristo, a
divindidade de Cristo e o sofrimento vicário de Cristo?
Foi por acaso
que o Espírito Santo revelara a Simeão, um homem piedoso, crente e idoso, que
não morreria antes de contemplar com os seus próprios olhos o menino que seria a
salvação de Deus?
Foi por acaso
que Herodes mandou matar os meninos de Belém de dois anos para baixo, tornando
real o cumprimento da profecia de que Raquel, a esposa de Jacó, enterrada ali,
representando os filhos daquela cidade, chorasse pelos meninos
mortos?
Foi acaso que
uma porção de sonhos tivesse aberto os olhos e orientado a tantos? Vejamos: José
sonhou que o anjo lhe confirmara a paternidade do filho de Maria; depois que
corresse de Belém para o Egito; e ainda o sonho dos magos, orientando-os para
que não passassem novamente por Jerusalém?
Não,
senhores! Nada disso foi acaso! Tudo aconteceu no tempo certo, no instante
certo, no minuto certo, segundo a vontade dAquele que faz convergir para a Sua
glória todas as coisas!
Deus
prometera no Jardim do Éden um descendente da mulher, que feriria a cabeça da
serpente. Deus prometera a Moisés um profeta semelhante a ele. Deus prometera a
Isaías um menino, filho de uma virgem de Judá que receberia sobre si títulos que
apenas a Deus eram reservados. Deus prometera que os gentios honrariam o
Messias, conforme os magos o fizeram. Deus prometera uma estrela sobre Jacó.
Deus prometera vir Ele mesmo apascentar o Seu rebanho.
Tudo fez
sentido! E por isso, por esta convergência divina, Jesus nasceu. Filho de Maria,
filho de Deus, o Deus-Homem, o Pai da Eternidade e o Príncipe da
Paz!
Celebremos o
Natal dAquele que nada faz por acaso!
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A
RAZÃO
DO NATAL
Não é o Papai Noel com sua barba branca
e com suas vestes vermelhas, montado em uma carruagem movida a renas voadoras
que é o dono do Natal. Papai Noel não existe.
Não é uma mesa regada a bebidas caras, a
comidas muito bem preparadas, a frutas paradisíacas e a doces de encantar o
paladar que são os donos do Natal. Comidas existem o ano inteiro e muitos ateus
as comem, muitos bebem por seus motivos efêmeros. As comidas não são a razão do
Natal.
As viagens? Neste ano poucos estão
viajando. Os que assim o fazem estão cheios de restrições, não podendo
aproveitar as viagens em sua plenitude. Mas ver pessoas amadas, gastar dinheiro
em férias caras, consumir tudo do bom e do melhor e celebrar socialmente com os
amigos não reflete a riqueza do Natal. Amigos incrédulos, famílias atéias também
viajam e gastam sem com isso celebrarem natal algum.
Seriam as celebrações religiosas? Seriam
as cantatas, as cameratas, os concertos, os rituais das várias denominações
cristãs, os cantos e as liturgias que se fazem por toda parte? Conquanto possam
ser bonitas e relevantes, elas podem significar no máximo um acessório, nunca
uma razão básica. Há muitos que mantém uma aparência de celebração, mas o
coração não tem nada de Natal.
Por fim, seriam os múltiplos presentes
que trocamos uns com os outros? Seriam as lembrancinhas que damos? Seriam os
brinquedos e roupas para os nossos filhos e netos? Seriam os panetones
presenteados? Seriam as cestas de Natal que a cada dia estão mais raras? Não,
pois depois do Natal muitos também compram as mesmas coisas e até por preços
menores.
O Natal é de Jesus Cristo e Ele é o
verdadeiro sentido desta celebração. O Natal é a certeza de que nasceu em Belém
o HOMEM-DEUS, o Filho do Deus vivo, o Santo de Israel, a Luz dos Gentios! Quem
não tem esta certeza não tem Natal. Quem não coloca isso no coração não está
celebrando coisa alguma, senão um mero feriado nacional.
Jesus Cristo é a RAZÃO DO NATAL. E,
muitas vezes, damos presentes a tanta gente, mandamos cartões virtuais para
tantos e sequer mencionamos a Jesus! Muitas vezes ele está de fora de nossas
casas, de nossos corações, de nossos encontros familiares e sociais! Muitas
vezes ele sequer faz parte dos temas que enfeitam as nossas árvores, fachadas de
apartamentos e casas ou páginas virtuais e redes sociais!
Natal é reconhecer Jesus Cristo como a
luz, a única e verdadeira luz.
O povo que andava em
trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da
morte resplandeceu a luz. (Is 9:2)
Natal é ver em Jesus o doador da vida, a
única vida que nunca termina:
Na verdade, na verdade
vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida
eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (Jo
5:24)
Natal é enxergar em Jesus a única
verdade que permanece:
Todo aquele que é da
verdade ouve a minha voz. (Jo 18:37)
Natal é considerar Jesus Cristo o
Senhor:
Vós me chamais Mestre
e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. (Jo 13:13)
Natal é ter certeza de que Jesus Cristo
é o alimento para a nossa alma:
E Jesus lhes disse: Eu
sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca
terá sede. (Jo 6:35)
Mas aquele que beber
da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará
nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. (Jo
4:14)
Natal é fazer de Jesus a razão de sua
própria vida:
Quem ama o pai ou a
mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do
que a mim não é digno de mim. (Mt 10:37)
Natal é vida eterna e certeza de
salvação:
E dou-lhes a vida
eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. (Jo
10:28)
Prezado prestador de culto nesta noite:
irá celebrar o Natal ou apenas um feriado religioso? Irá reunir-se para comer,
beber, cantar, ficar alegre, ou irá dar a Jesus Cristo, o aniversariante, um
presente por demais precioso, a sua vida? Este Natal lhe levará para mais perto
de Deus ou o afastará ainda mais do Céu? Este Natal será entre você e Jesus ou
entre você e qualquer outro?
Antes de terminar quero citar a poesia
de minha mãe portuguesa por consideração, Maria Arlete Pereira de Abreu
Bastos:
ACEITA A
MINHA GRATIDÃO
Ó meu Senhor, aceita a
gratidão,
Pelo Teu Filho, aqui, vir encarnar,
Para prover graciosa salvação,
A todo aquele, que O queira aceitar.
Pelo Teu Filho, aqui, vir encarnar,
Para prover graciosa salvação,
A todo aquele, que O queira aceitar.
Como bebê, humano, aqui nasceu,
Cresceu, a Boa Nova ensinou;
Como estava predito, Ele sofreu
A morte e, no Seu sangue, nos salvou.
Na Sua vinda, alegria houve nos céus:
Exércitos celestiais, a Deus louvando,
E glórias entoando ao Senhor Deus,
Boa vontade, aos Homens proclamando!
“E porque um Menino nos nasceu,”
Para o Seu povo, o Presente real,
Pois Deus, o Pai, “um Filho se nos deu”
Em gratidão, celebro o Seu Natal.
Com singeleza, e santa alegria,
JESUS: é o Presente celestial,
Meu Pão e minha Luz, em cada dia,
E não, somente, em Dia de Natal.
Aos enlutados deste Natal; aos desesperançados pelo desemprego
avassalador; aos separados de seus familiares e amigos pelas restrições
sanitárias desta pandemia; aos que não enxergam um filete de alegria no meio de
tantas dores, perdas e lágrimas: Jesus Cristo é também o grande e fiel
consolador, que enxugará um dia cada lágrima de nossos olhos, tirará cada dor de
nosso coração e apagará para sempre a lembrança da tristeza, trocando-a pela
celebração da ressurreição, da alegria e da eternidade.
FELIZ NATAL!
Wagner Antonio de Araújo &
Elaine Okada de Farias Araújo
(co-autora)
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