quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

memórias literárias - 952 - MENSAGEM DE NATAL EM DUAS PARTES

 952


Mensagem de Natal

Pregada no Culto em Celebração do Natal, na
Igreja Batista em Vila Pompéia, São Paulo, Brasil,
à convite do Pr. Neilson Xavier de Brito e do
Ministro de Música Arnaldo Secomandi,
em 24 de dezembro de 2020
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NADA É
POR ACASO
 
Pensam os senhores que algo acontece por acaso? Imaginam que tudo não passa de mera coincidência? Não, senhores! De forma alguma! Há um grande diretor no filme da vida universal, alguém que faz tudo convergir para o seu ápice, o seu gran finale!
 
Isso me faz lembrar uma ocasião na Praça Cornélia há muitos anos. Um grupo de evangelizadores ali estava a pregar o evangelho. Um vestia-se de palhaço e atraía a garotada. O outro distribuia evangelhos de João. Um outro pregava um texto bíblico e um último pintava um quadro. Um quadro na praça!
 
Quando parei para observar ele lançou uma lata de tinta preta sobre a tela. Pensei: "não vai sair nada!". Então com muito esmero foi fazendo rabiscos, pingos, setas, retas e bolas. Enquanto o pregador anunciava liberdade aos aprisionados, alegria aos entristecidos, vida aos mortos e salvação aos perdidos; e , enquanto o outro distribuia folhetos e evangelhos; e ainda o outro brincava com as crianças no outro lado da praça, o pintor seguia a sua imaginação.
 
Quando o pregador encerrou, quando o distribuidor esgotou a sua literatura e o palhaço terminou a brincadeira, o pintor apresentou o seu quadro: uma cruz no meio de duas, no alto de um monte horrendo; uma gota de sangue a cair da mão de Jesus, cujo contato com as correntes que prendiam um par de mãos fez com que se rompesse a prisão. Então ele disse: SE JESUS CRISTO LIBERTAR VOCÊS, ENTÃO SERÃO LIVRES DE VERDADE! Tudo convergiu para isso. Dezenas oraram ali. E eu pensei: "Nada aqui foi por um acaso!"
 
As coisas que se fizeram acontecer em Israel, antes, durante e após o nascimento de Jesus Cristo foram por acaso?
 
Foi por acaso que o Anjo Gabriel interrompeu o sacrifício de Zacarias dentro do lugar santíssimo do templo, anunciando-lhe um filho em idade avançada que serviria de precursor ao Messias que iria chegar naqueles dias?
 
Foi por acaso que João, o Batista, antes de nascer, já era cheio do Espírito Santo e demonstrou a sua mãe Isabel a alegria em receber a Maria e a Jesus em seu ventre?
 
Foi por acaso que o Anjo Gabriel procurou a Virgem Maria, mulher bem-aventurada, pura e casta, da tribo de Judá, para fazer dela a mãe do Filho de Deus, a mais feliz de todas as mulheres?
 
Foi acaso o surgimento de uma estrela enorme, cujo brilho foi detectado na Pérsia e Oriente, trazendo sábios piedosos para visitar o bebê que nasceria dali a cinco meses pelo menos?
 
Foi acaso o decreto de César para que todos voltassem para as suas aldeias de origem, obrigando José e Maria a sairem do norte do país e irem para a pequena vila de Belém, terra de Davi onde deveria nascer o Messias de Israel?
 
Foi por acaso que a estrela, que conduziu os magos, parasse exatamente sobre o lugar onde o bebê estava?
 
Foi acaso que os pastores dos campos que cuidavam de suas ovelhas nas cercanias de Belém recebessem a visita angelical por demais estupenda e ouvissem em primeira mão a maior cantata natalina de todos os tempos, cujos coristas foram os próprios seres angelicais?
 
Foi acaso que o presente dos magos visitantes celebrasse a honraria de um rei, trazendo ouro, incenso e mirra, representando, respectivamente, a realeza de Cristo, a divindidade de Cristo e o sofrimento vicário de Cristo?
 
Foi por acaso que o Espírito Santo revelara a Simeão, um homem piedoso, crente e idoso, que não morreria antes de contemplar com os seus próprios olhos o menino que seria a salvação de Deus?
 
Foi por acaso que Herodes mandou matar os meninos de Belém de dois anos para baixo, tornando real o cumprimento da profecia de que Raquel, a esposa de Jacó, enterrada ali, representando os filhos daquela cidade, chorasse pelos meninos mortos?
 
Foi acaso que uma porção de sonhos tivesse aberto os olhos e orientado a tantos? Vejamos: José sonhou que o anjo lhe confirmara a paternidade do filho de Maria; depois que corresse de Belém para o Egito; e ainda o sonho dos magos, orientando-os para que não passassem novamente por Jerusalém?
 
Não, senhores! Nada disso foi acaso! Tudo aconteceu no tempo certo, no instante certo, no minuto certo, segundo a vontade dAquele que faz convergir para a Sua glória todas as coisas!
 
Deus prometera no Jardim do Éden um descendente da mulher, que feriria a cabeça da serpente. Deus prometera a Moisés um profeta semelhante a ele. Deus prometera a Isaías um menino, filho de uma virgem de Judá que receberia sobre si títulos que apenas a Deus eram reservados. Deus prometera que os gentios honrariam o Messias, conforme os magos o fizeram. Deus prometera uma estrela sobre Jacó. Deus prometera vir Ele mesmo apascentar o Seu rebanho.
 
Tudo fez sentido! E por isso, por esta convergência divina, Jesus nasceu. Filho de Maria, filho de Deus, o Deus-Homem, o Pai da Eternidade e o Príncipe da Paz!
 
Celebremos o Natal dAquele que nada faz por acaso!
 
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A RAZÃO
DO NATAL
 
 
Não é o Papai Noel com sua barba branca e com suas vestes vermelhas, montado em uma carruagem movida a renas voadoras que é o dono do Natal. Papai Noel não existe.
 
Não é uma mesa regada a bebidas caras, a comidas muito bem preparadas, a frutas paradisíacas e a doces de encantar o paladar que são os donos do Natal. Comidas existem o ano inteiro e muitos ateus as comem, muitos bebem por seus motivos efêmeros. As comidas não são a razão do Natal.
 
As viagens? Neste ano poucos estão viajando. Os que assim o fazem estão cheios de restrições, não podendo aproveitar as viagens em sua plenitude. Mas ver pessoas amadas, gastar dinheiro em férias caras, consumir tudo do bom e do melhor e celebrar socialmente com os amigos não reflete a riqueza do Natal. Amigos incrédulos, famílias atéias também viajam e gastam sem com isso celebrarem natal algum.
 
Seriam as celebrações religiosas? Seriam as cantatas, as cameratas, os concertos, os rituais das várias denominações cristãs, os cantos e as liturgias que se fazem por toda parte? Conquanto possam ser bonitas e relevantes, elas podem significar no máximo um acessório, nunca uma razão básica. Há muitos que mantém uma aparência de celebração, mas o coração não tem nada de Natal.
 
Por fim, seriam os múltiplos presentes que trocamos uns com os outros? Seriam as lembrancinhas que damos? Seriam os brinquedos e roupas para os nossos filhos e netos? Seriam os panetones presenteados? Seriam as cestas de Natal que a cada dia estão mais raras? Não, pois depois do Natal muitos também compram as mesmas coisas e até por preços menores.
 
O Natal é de Jesus Cristo e Ele é o verdadeiro sentido desta celebração. O Natal é a certeza de que nasceu em Belém o HOMEM-DEUS, o Filho do Deus vivo, o Santo de Israel, a Luz dos Gentios! Quem não tem esta certeza não tem Natal. Quem não coloca isso no coração não está celebrando coisa alguma, senão um mero feriado nacional.
 
Jesus Cristo é a RAZÃO DO NATAL. E, muitas vezes, damos presentes a tanta gente, mandamos cartões virtuais para tantos e sequer mencionamos a Jesus! Muitas vezes ele está de fora de nossas casas, de nossos corações, de nossos encontros familiares e sociais! Muitas vezes ele sequer faz parte dos temas que enfeitam as nossas árvores, fachadas de apartamentos e casas ou páginas virtuais e redes sociais!
 
Natal é reconhecer Jesus Cristo como a luz, a única e verdadeira luz.
 
O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz. (Is 9:2)
 
Natal é ver em Jesus o doador da vida, a única vida que nunca termina:
 
Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. (Jo 5:24)
 
Natal é enxergar em Jesus a única verdade que permanece:
 
Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. (Jo 18:37)
 
Natal é considerar Jesus Cristo o Senhor:
 
Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. (Jo 13:13)
 
Natal é ter certeza de que Jesus Cristo é o alimento para a nossa alma:
 
E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. (Jo 6:35)
 
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna. (Jo 4:14)
 
Natal é fazer de Jesus a razão de sua própria vida:
 
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. (Mt 10:37)
 
Natal é vida eterna e certeza de salvação:
 
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. (Jo 10:28)
 
Prezado prestador de culto nesta noite: irá celebrar o Natal ou apenas um feriado religioso? Irá reunir-se para comer, beber, cantar, ficar alegre, ou irá dar a Jesus Cristo, o aniversariante, um presente por demais precioso, a sua vida? Este Natal lhe levará para mais perto de Deus ou o afastará ainda mais do Céu? Este Natal será entre você e Jesus ou entre você e qualquer outro?
 
Antes de terminar quero citar a poesia de minha mãe portuguesa por consideração, Maria Arlete Pereira de Abreu Bastos:
 
ACEITA A
MINHA GRATIDÃO
 
Ó meu Senhor, aceita a gratidão,
Pelo Teu Filho, aqui, vir encarnar,
Para prover graciosa salvação,
A todo aquele, que O queira aceitar.

Como bebê, humano, aqui nasceu,
Cresceu, a Boa Nova ensinou;
Como estava predito, Ele sofreu
A morte e, no Seu sangue, nos salvou.

Na Sua vinda, alegria houve nos céus:
Exércitos celestiais, a Deus louvando,
E glórias entoando ao Senhor Deus,
Boa vontade, aos Homens proclamando!

“E porque um Menino nos nasceu,”
Para o Seu povo, o Presente real,
Pois Deus, o Pai, “um Filho se nos deu”
Em gratidão, celebro o Seu Natal.

Com singeleza, e santa alegria,
JESUS: é o Presente celestial,
Meu Pão e minha Luz, em cada dia,
E não, somente, em Dia de Natal.
 
Aos enlutados deste Natal; aos desesperançados pelo desemprego avassalador; aos separados de seus familiares e amigos pelas restrições sanitárias desta pandemia; aos que não enxergam um filete de alegria no meio de tantas dores, perdas e lágrimas: Jesus Cristo é também o grande e fiel consolador, que enxugará um dia cada lágrima de nossos olhos, tirará cada dor de nosso coração e apagará para sempre a lembrança da tristeza, trocando-a pela celebração da ressurreição, da alegria e da eternidade.
 
FELIZ NATAL!
Wagner Antonio de Araújo &
Elaine Okada de Farias Araújo (co-autora)

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