LUTO
NO
NATAL
945
Só entende a
dor do luto quem pelo luto passou. Só sabe o sabor de uma tragédia quem por uma
atravessou. O luto e a tragédia não escolhem data ou época; eles sobrevêm ao
pobre e ao rico; ao saudável e ao doente; ao endividado e ao abastado; ao jovem
e ao velho.
Quantos
atravessarão o Natal de 2020 com o coração dilacerado, com as marcas de uma
maldita doença que não dá trégua, de uma pandemia que destrói sonhos e famílias!
Quantos serão vítimas da violência humana, que acaba com a existência de
crianças e jovens através das balas perdidas nas crônicas batalhas dos
tiroteios! Quantos chorarão pelos seus mortos em acidentes de carro, de avião,
em parques de diversão ou em suicídios!
Há Natal para
os enlutados?
Se
considerarmos Natal como data comercial festiva, onde se cultua ao deus CONSUMO,
ao deus GLUTONARIA, ao deus ENTRETENIMENTO e ao deus ALEGRIA SECULAR, não haverá
Natal. Aqui em São Paulo, onde moro, jamais houve um Natal como este. O Parque
do Ibirapuera, palco das mais lindas manifestações de beleza e arte natalinas,
está escuro, calado, na penumbra, com enfeites tão toscos que trazem tristeza.
As ruas e as avenidas não têm quase enfeites ou luzes. As fachadas das casas
estão apagadas; quando muito, contam com alguma iluminação vulgar dessas
lâmpadas coloridas que compramos por 20 reais.
Se
considerarmos o Natal como reunião de família, onde os de longe visitam os de
perto, onde os mais velhos recebem os mais jovens, onde as famílias se reúnem em
torno de uma mesa farta e de um reencontro tão esperado, não teremos Natal.
Somente os que burlam as regras e depois colocam em risco a saúde dos outros é
que farão grandes e volumosos encontros. Os demais passarão o Natal em casa,
quando muito com uma ou duas famílias mais próximas reunidas. Estarão com a
tristeza latente de uma muralha invisível nos encontros reais, em nada
abrandados por essas horríveis lives e transmissões pela internet. Estamos
fartos de lives, de vídeos e de chamadas eletrônicas! Não se vive de ilusão de
ótica ou de áudio!
Se
considerarmos o Natal como época de esperança teremos apenas o medo e a dúvida,
o conflito entre a esperança que custa a morrer e a realidade que sedimenta a
tristeza e o martírio. Enquanto os governos batem as suas cabeças procurando uma
harmonia entre o populismo e o atendimento das massas, as sociedades padecem,
vitimadas pelos péssimos mandatários que elegeram. Ao ver o mundo mascarado e os
hospitais abarrotados perguntamos: haverá algo mais? Haverá um NORMAL diferente
desse horrendo NOVO NORMAL?
Mas quero
ousar e afirmar aos meus leitores: HÁ NATAL NO LUTO!
Sim, porque
Natal não é mera festa ou reunião, mesa farta ou iluminação, férias e viagens,
dinheiro gasto e alegria social. Natal não é apenas a estética de uma época
cheia de árvores, de Papai Noel ou de presépios, de mesas coloridas e
guirlandas, de neve artificial ou autêntica. Natal não são apenas canções e
alegrias, nem cantatas em igrejas ou cultos rituais. Natal não é Missa do Galo
ou culto da véspera.
"O povo que
andava em trevas viu uma grande luz!", já dizia Isaías 700 anos antes do
nascimento de Cristo, no capítulo 9 e versículo 2.
"Um menino
nos nasceu ... O seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte; Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz", ele completa no versículo 6.
"Nele os
gentios esperarão", diz Mateus 12.21.
Jesus Cristo
é a razão da data natalina e o autêntico motivo do Natal. Para os primeiros
cristãos isso não significava festança, mas FÉ, confiança, esperança. Não a fé
em dias melhores aqui, o que certamente todo ser humano deseja. Mas FÉ no REINO
DOS CÉUS, no PARAÍSO, no PORVIR, na VIDA ETERNA! Eles não eram cristãos por mera
confiança em ter pedidos atendidos ou serem libertados da perseguição dos
gentios - a maioria deles morria nas arenas e nos torneios, vitimados pelos
governos ímpios que se divertiam com o sangue dos mártires. A confiança que
tinham é que O SEU REDENTOR VIVIA E QUE POR FIM SE LEVANTARIAM RESSURRETOS E
TRANSFORMADOS, numa existência eterna, perfeita, feliz e duradoura! Eles não
viviam de esperança efêmera por dias melhores em vida. O próprio Senhor lhes
dizia que no mundo teriam aflições e que estas seriam até a morte. Disse o
Senhor que se com Ele, madeiro verde, fizeram o que fizeram, o que seria do
madeiro seco, nós, que não tínhamos as virtudes dele? O Senhor jamais
reivindicou o Seu reinado neste mundo, como um imperador secular. "O meu reino
não é deste mundo". Mas prometeu que viria sobre as nuvens dos céus e que, por
fim, estabeleceria o Seu império eterno sobre todo o universo, tendo consigo os
que O amaram!
Isso é Natal:
certeza de vida eterna! Natal é perdão dos pecados pelo sacrifício de Jesus
Cristo na cruz do Calvário! Natal é mudança de vida, limpeza do coração e o
estabelecimento de uma nova mente, um novo modo de viver, pautado não nas
teorias do mundo, mas na firmeza da Palavra de Deus! Natal é a certeza de que a
vida não termina no túmulo, não acaba num enterro, não se esvai com as cinzas de
um crematório, aliás, impróprio como sepultamento cristão. A vida continua e, ao
contrário do mundo, ela será muito, muito mais clara e real! Ela será
potencializada, será transformada, será eterna! Quem tem Jesus tem o verdadeiro
Natal, a CERTEZA DA VIDA ETERNA e de que um dia, junto com aqueles a quem
amamos, estaremos novamente reunidos, cheios da graça e do amor do
Senhor!
Ele é o nosso
Natal.
Quero
terminar com uma antiga canção que a minha professora de violão, Cleonice dos
Reis Pinheiro, tanto cantava e tão bem expressava esta
verdade:
TIRA TODO O
LUTO DO TEU CORAÇÃO
E DEIXA
CRISTO ENTRAR
TRANSFORMAR
TUA VIDA, DEIXA A ILUSÃO
JESUS FAZ
REAL O SEU SONHO QUANDO ENTRAR
NÃO HÁ
SEGREDO EM SER CRISTÃO
ENTREGUE SUA
VIDA A CRISTO, FAÇA UMA ORAÇÃO
CONFESSE O
QUE VOCÊ É,
CONFIE TÃO-SOMENTE NO AMOR DE DEUS
SERÁS FELIZ
GOZANDO A PAZ QUE O SENHOR TE DEU.
Wagner
Antonio de Araújo
Nenhum comentário:
Postar um comentário